Deixo para vocês texto da professora Janaína Alves, que leciona na Faculdade Mater Christi. Boa leitura!
O ser
humano, em toda a sua trajetória pela busca do conhecimento e da sabedoria,
almejou sempre evoluir, ter poder de transformar, de comandar e de mudar o
mundo em favor de seu próprio benefício. Podemos fazer uma retrospectiva
histórica pela era do homem das cavernas e nos encontraremos com seres que
agiam como animais, viviam em grupos nômades, que se deslocavam constante em
busca de sobrevivência. Ao longo da história, esse mesmo homem foi se evoluindo
e procurando cada vez mais aprimorar sua forma de vida com seu grupo e consigo
mesmo.
Podemos
lembrar descobertas e invenções importantes, como a descoberta do fogo, a
invenção da roda, o começo da agricultura e da pecuária e, principalmente, da
escrita. Estas, assim como outros que vieram sucessivamente, foram
contribuições relevantes para que o homem pré-histórico começasse a rabiscar a
sua história dentro da história da humanidade, por isso podemos falar aqui de
uma metahistória do homem, a criação de uma pequena história dentro de um
universo maior. Não falo aqui apenas de evolução dentro do contexto histórico,
falo antes tudo da evolução do ser desde a espécie mais remota e primitiva até
a chegada evolutiva do Homo Sapiens – homem que sabe. Porém, esse mesmo homem
já munido de um cérebro com a capacidade maior de invenção e criação ainda
almejava mais.
Surgem
grandes invenções e descobertas ao longo dos séculos, como: a descoberta de que
o sol era o centro do universo por Nicolau Corpênico, a teoria da relatividade
Albert Ainsten, do genoma humano, das células-tronco e de outras ciências que
mudarão os rumos dos estudos científicos e do pensamento humano.Ainda assim, a
ganância pelo poder persiste e, além de comandar vários campos dos saberes, o
homem insiste em comandar os seres de sua própria espécie e por isso surgem os
conflitos, as guerras. A criação da bomba atômica – arma poderosíssima capaz de
destruir massas imensas de humanos em apenas pequenos segundos.
Lembremos
as duas grandes Guerras Mundiais que acontecem em curto período de tempo que
destruiu cidades e milhões de seres humanos. Paremos um momento na história e
comecemos a refletir sobre essas questões: será que evoluímos mesmo? Se
evolução significar luta por poder, por dinheiro, por território e por posição
social, sinceramente não evoluímos nada; evoluíram apenas as armas que servirão
para aumentar a nossa capacidade de comandar, mandar e poder dizer: eu posso,
eu tenho poder de destruir o outro.Voltemos ao curso da história e cheguemos à
era tecnológica, no ambiente da criação de máquinas, dos softwares, da alta
tecnologia de ponta científica e dos mais modernos meios de comunicação social.
Podemos
dizer orgulhosos que somos seres privilegiados porque podemos ficar sabendo em
milésimos de segundos desde uma notícia simples como também um acontecimento
catastrófico que ocorre no outro lado do planeta, podemos assistir aos mesmos
filmes que um europeu assiste, degustar do mesmo paladar de um asiático e fazer
compras em lojas norte-americanas sem sair de nosso país e nem de nossas casas.
Podemos, ainda, através de um simples clik no teclado de um computador ou de um
celular, comunicarmo-nos e conhecer pessoas dos mais variados países e
nacionalidades por meio da imensa rede mundial de computadores – a internet. O
seu poder é tão forte que hoje a internet é o suporte mais usado para se
comunicar, fazer compras, conhecer pessoas e até se relacionar. Mas por outro
lado, ela está fabricando escravos, marionetes e meros seres que não conseguem
pensar e nem viver sem.
Pensemos
bem: Você, caro interlocutor, poderá pensar em refutar meus argumentos e querer
dizer que apesar de eu ter razão em alguns posicionamentos, eu teria esquecido
de mencionar que apesar de a internet ter o poder de atração sobre as pessoas,
mas pelo menos é uma criação não letal. Mero engano seu, caro
interlocutor. A internet é uma criação tão poderosa quanto à bamba
atômica, pois ela não só une, mas separa, não faz apenas o bem, alastra também
o mal, provoca morte, não cultiva apenas sabedoria ou promove conhecimentos,
mas denigre imagens. A internet é a arma que temos em mãos no presente e que
pode destruir um ser humano instantaneamente. Estão aí as redes sociais como
bons exemplos disso: o MSN, o Orkut, o Facebook, o Badoo e o Twitter, Wat zap,
instagram que são usados, muitas vezes, como armas contra o outro, para tentar
baixar a autoestima pessoal, para fazer brincadeiras de má fé, podendo levar a
pessoa a estágio de crise o que pode provocar a morte. Instantaneamente, as
redes sócias podem dá ibope, mas também podem ser um veneno letal.
A morte
da qual enfatizo aqui não é apenas a morte literal em seu sentido original, mas
é a morte do caráter, a morte da autoestima, a morte da identidade, a morte de
personalidade, a morte da ética, a morte da sensibilidade, a morte do amor pela
família, pelos pais, pelos amigos, a morte do respeito pelo próximo, a morte
pelo respeito a si próprio e consequentemente a morte da
humanidade.Sinceramente, perdoem-me, caros interlocutores, mas não me sinto
orgulhosa em dizer que fazemos parte de uma era tecnológica.
Sinto
dentro de mim e vejo nos olhares humanos uma perda de identidade que se alastra
em meio a humanidade que se enche de orgulho ao dizer que são uma sociedade
moderna e/ou pós-moderna, mas poucos se reconhecem perante os outros e perante
a si mesmo. Não nos sensibilizamos com o outro, não conseguimos mais nos comover
quando vemos nas notícias diárias, fatos trágicos, não choramos quando o outro
está a chorar, não nos dói quando um dos nossos estão sufocados, pedindo
socorro à espera de um olhar, de uma meia volta e de um estirar de mão e de um
mínimo de força para levantar. Nós, apenas olhamos, quando conseguimos olhar, e
passamos como se fosse apenas um verme no meio do nosso caminho e temos o
prazer de pisar em cima e dizer: “O que eu tenho a ver com isso?”.
Por
isso, paremos novamente e perguntemos para nós mesmos: Houve evolução humana?
Ou apenas as cortinas do cenário foram fechadas em um momento para que os
protagonistas trocassem de roupa para o próximo ato? Civilização? Quando houve?
E Quando haverá? A barbárie permanece, mas agora de forma mais evoluída e mais
potente porque conseguiu fabricar armas mais poderosas e cada vez mais letais.
E, infelizmente, não tenho mais palavras, pois eu só tenho a me perguntar: Onde
está a humanidade?