Diante das acusações de que o corte de energia em prédios públicos teria sido por conta do não-pagamento do consumo de energia elétrica à Cosern, por parte da gestão passada - conforme tem afirmado reiteradamente o atual prefeito de Grossos, José Maurício Filho (PMDB), o ex-prefeito Veronilde Caetano (PSB) resolveu contra-atacar e esclarecer quem, segundo ele, teria o costume de não pagar. Em entrevista ao blog "Diário de Grossos), Caetano afirmou que deixou a "casa" em ordem" e que se houve corte de energia, tal fato ocorreu por culpa única e exclusivamente do peemedebista. "A Cosern não espera mais nem dois meses para suspender o fornecimento", disse.
E realmente o ex-prefeito tem razão. Não faz sentido a acusação de que o corte foi fruto da gestão passada. Em três meses de governo, o atual prefeito - ao que se configura - não se ateve ao fato de que a responsabilidade agora é dele. "A gestão passada não tem nada a ver com isso", disse Veronilde.
Ao discorrer sobre a questão, o ex-prefeito lembrou que quando o hoje chefe de Gabinete da Prefeitura de Grossos, João Dehon da Silva (PMDB) esteve à frente da Prefeitura de Grossos (no período de 2000 a 2004), deixou uma dívida de R$ 357 mil junto à Cosern. Para ser mais exato, Veronilde Caetano informou que o valor correspondeu ao período de setembro de 2000 a março de 2004. "Paguei tudo e terminei a última parcela em agosto de 2012."
Para que a Prefeitura pudesse pagar o débito, Veronilde Caerano frisou que o então prefeito João Dehon da Silva parcelou a dívida, com a quantia mensal de R$ 7.766,29. "Além do pagamento da conta mensal, que variou de R$ 13 mil a R$ 16 mil, pagamos mais uma quantia do parcelamento. Agora que não tem mais parcelamento, o pagamento deveria estar em dia", disse.
Outro fator constante da entrevista do ex-prefeito diz respeito aos "cheques sem fundos" relacionados ao pagamento de alguns servidores que não receberam o pagamento do mês de dezembro. Segundo ele, o dinheiro estava na conta da Prefeitura Municipal, mas os cheques teriam sido sustados (cancelados) pela atual administração. "O pagamento foi efetuado e fizemos as remessas ao banco, mas a nova administração não fez o reenvio", disse.
Com relação ao concurso público realizado em 2010, que também é alvo de acusações da atual gestão no que diz respeito à suposta irregularidade, a qual - para o atual prefeito - ocasionou a exoneração de 36 concursados do quadro de servidores efetivos de Grossos, o ex-prefeito afirmou que tudo não passa de perseguição política.
"O concurso foi feito de maneira transparente e em um processo democrático", comentou, acrescentando que o quadro de reserva foi criado dentro do organograma de cargos. "O que caracteriza essa ação (de exonerar) é perseguição política. É uma coisa contraditória, porque o concurso atendeu exigência da Justiça e o atual gestor demite 36 para contratar (temporariamente) 250. A Justiça não vai ser conivente", afirmou.
Para Veronilde Caetano, o prefeito José Maurício Filho tem que dar explicações à população. "É bom que a população pergunte onde estão os mais de R$ 4 milhões que entraram na Prefeitura, porque não se vê nenhuma ação. Os postos de saúde estão sendo fechados, falta medicamento, a energia está sendo cortada e falta manutenção nos prédios públicos", comentou.
Finalizando, o ex-prefeito disse ainda que a Universidade Aberta do Brasil (UAB), pólo de Grossos, corre o risco de deixar de atender a demanda local devido à falta de renovação dos cursos. "O MEC pode fechar a UAB", afirmou.