Prefeitura Municipal de Assú

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

'Se tivermos apoio, porque não enfrentar?'

Diante das especulações acerca de suposta crise política envolvendo o prefeito Silveira Júnior (PSD) e o vice-prefeito Luiz Carlos (PT), bem como da movimentação que se faz acerca de rotas estabelecidas para taxistas intermunicipais, bem como da crise econômica que poderia inviabilizar a folha de pagamento dos servidores de Mossoró, o blog enviou algumas perguntas ao prefeito, cujas respostas seguem abaixo. Silveira descarta, por exemplo, animosidade entre ele e Luiz Carlos e afirma que não existem problemas envolvendo o seu partido e o PT municipal. Com relação às rotas, o prefeito diz que a medida não causará problemas. Leia abaixo:

Existe alguma animosidade política envolvendo o senhor e o vice-prefeito Luiz Carlos?

De maneira nenhuma. Sempre nos demos bem, desde a época da Câmara. Respeito e tenho muita admiração por Luiz Carlos. Não tenho nenhum problema com ele, nunca tive e nem estou tendo agora.

Por quais motivos o senhor determinou a validação da rota para taxis intermunicipais poucos dias depois do vice-prefeito ter suspendido e orientado para que se discutisse mais o tema?

Quero deixar claro que não se trata de perseguição, como têm dito por aí, e muito menos tenho intuito de prejudicar ninguém. Como prefeito de Mossoró, tenho obrigação de fazer o melhor por nossa cidade. Temos uma secretaria de Mobilidade Urbana, composta de técnicos e engenheiros que realizam pesquisas e, através desse trabalho, sabe o que é importante para o nosso trânsito. Então, essa equipe chegou a um entendimento que, para garantir o transporte coletivo eficiente que não sofra descontinuidade, temos de tomar algumas medidas e uma delas é a realocação dos taxis intermunicipais. Esclareço que eles não estão proibidos de trazer seus passageiros para Mossoró, mas precisarão seguir algumas regras. Tivemos reunião com ACIM, CDL, Sindvarejo, Câmara Municipal e outras entidades e chegamos a um entendimento que os taxistas desembarcam seus passageiros no centro da cidade (no caso aqui próximo da Estação das Artes) e depois vão para lugares fixos que ficam próximo a Feira do Bode e Aeroporto, esperar lotação para voltar. Esta medida favorece o taxista de Mossoró, o mototaxista, bem como o ônibus que é o transporte mais democrático em atividade e que tem o respaldo de 85%. Isso garante mais renda e ajuda na manutenção dos nossos empregos, bem como gera receita para Mossoró, ajudando ao comércio e diversos outros setores.

O senhor não teme que consumidores de outras cidades deixem de vir a Mossoró e prejudique a economia?

A pessoa de outro município que vem a Mossoró para uma consulta médica ou para pesquisar melhores preços no comércio não deixará de vir por causa de uma passagem de R$ 2 no ônibus. Sem falar que eles desembarcarão no centro, próximo dos principais pontos visitados e de terminais de ônibus que os levam para qualquer parte da cidade.

A crise financeira põe em risco o pagamento da folha de pessoal?

Veja bem, a crise financeira coloca em risco a folha de pagamento de todos os municípios do Brasil, como também dos Estados. Rio Grande do Sul e Sergipe, por exemplo, já atrasaram pagamentos, sem falar em vários municípios de estados importantes como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Em Brasília, durante a Marcha Permanente dos Municípios, me disseram que mais de mil municípios estão com a folha de pagamento atrasada. Então, é lógico que a crise coloca em risco qualquer estabilidade. Em Mossoró, por exemplo, nós estamos perdemos R$ 5 milhões por mês, mas ainda estamos mantendo a folha em dia. Já fizermos os ajustes necessários e com isso estamos conseguindo evitar os atrasos, mas, por exemplo, se atendêssemos ao pleito da greve como eles querem, iríamos inviabilizar o pagamento da folha, por isso não tivemos como atender o que o Sindicato vem pedindo.

Especula-se que exista insatisfação de uma ala do PT com a sua administração. O senhor tem encontrado dificuldades no relacionamento político com o PT?

Temos uma ótima relação com o PT a nível federal, onde nosso presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, é ministro da presidenta Dilma. Aqui no Estado, tenho amizade pessoal com a senadora Fátima Bezerra que é uma companheira de todas as horas. Temos bom relação também com o deputado Mineiro que é aliado do governo Robinson e aqui no município não é diferente: temos o vice-prefeito, temos quatro secretários e um bom relacionamento. Agora, o PT é dividido em algumas correntes e posso garantir que a maioria dessas correntes está caminhando com a gente, nos ajudando a trabalhar por Mossoró. Tivemos uma reunião com o Diretório, comandada pelo presidente Nelson Gregório, fizemos uma prestação de contas, explicamos as dificuldades, mostramos o que temos para o futuro e tivemos a palavra deles que continuaremos unidos. Então estou tranquilo e acredito que nossa parceria com o PT tende a se fortalecer cada vez mais.

Quais suas pretensões para as eleições de 2016?

As eleições de 2016 ainda estão muito longe. Estamos preocupados em atravessar e vencer esta crise. Estamos focados na administração. Lançamos agora um fórum de discussão dos problemas da cidade, escutando todas as categorias, no sentido de pensar Mossoró agora e no futuro. Sobre a política, nosso jurídico está atento com relação a minha situação, fazendo todas as consultas neste sentido e mostrando que podemos sim ser candidatos, mas isso faz parte de um processo natural de qualquer político. No geral, não estamos preocupados com essa questão de eleição. Todo prefeito teve quatro anos para administrar, eu terei um ano a menos e ainda enfrentando uma das maiores crises do país. Então é difícil você conseguir colocar em prática tudo o que deseja, almeja ou planejou em um período de crise e com apenas três anos. Contudo, se tivermos condições jurídicas e o apoio dos partidos, dos vereadores, dos líderes comunitários e do povo, por que não enfrentar? Mas agora, o momento é de trabalhar pela cidade e ajudar na luta diária do municipalismo.


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

‘Estou à disposição do partido para ser candidato'

Dez dias. Tempo curto para se imprimir uma marca na gestão pública. E para um interino, curtíssimo. Afinal, que assumem cargo do titular, apenas guarda a cadeira esperando o retorno, conforme reza a cartilha político-administrativa. Em Mossoró, porém, o vice-prefeito Luiz Carlos Mendonça Martins (PT) conseguiu ir além da simples missão de “vigiar” o Palácio enquanto o titular curtia dez dias de férias. Com seu jeito simples, educado, de fala mansa, o vice transformou o exercício de prefeito de pouco mais de uma semana em outdoor que pode elevar o seu nome à sucessão municipal de 2016.
Um dia antes de concluir a sua interinidade, Luiz Carlos tomou o “Cafezinho com César Santos”, no gabinete de trabalho do JORNAL DE FATO. Falou, desprovido de qualquer vaidade, que conseguiu cumprir a sua missão de forma satisfatória, admitindo a boa repercussão popular. Admitiu que pegou algumas “cascas de banana”, mas preferiu entender que foi apenas coincidência, uma vez que o prefeito Silveira Júnior (PSD) já vinha dando encaminhamento. E quando solicitado para dizer se pretende disputar o cargo de prefeito nas eleições de 2016, ele resume, afirmando que, por ser homem de partido, o seu nome estará sempre à disposição do partido.

JORNAL DE FATO – Foram dez dias de exercício no cargo de prefeito de Mossoró. Tempo curto, mas o senhor conseguiu desenvolver uma pauta que chamou a atenção, sob o ponto de vista político-administrativo. Qual é a sua avaliação?
LUIZ CARLOS – Nós pegamos uma pauta que o titular já vinha encaminhando, e nesse curto espaço de tempo procuramos cumprir com muita responsabilidade. Demos o encaminhamento de cada tema de forma responsável, equilibrada e, acima de tudo, com espírito público. Esse foi o nosso único propósito. Então, acho que cumprimos bem a nossa tarefa.

QUAL o ponto que o senhor julga mais importante nesse período de interinidade?
PENSO que alguns pontos foram importantes, principalmente pelo encaminhamento dado. A questão dos camelôs teve um zelo especial de nossa parte. Chamamos os representantes dos pequenos comerciantes para dialogar com a comissão formada pelo Executivo para tratar o assunto. Elaboramos uma proposta que já foi entregue ao Ministério Público e, certamente, abrirá uma nova possibilidade de o problema ser solucionado sem criar prejuízo aos camelôs. Outras questões importantes tratamos com muita responsabilidade, como a atividade dos transportes intermunicipais, a greve dos servidores da saúde e a criação do Grupo de Trabalho do Orçamento Democrático, que já empossamos. Acho que esses pontos foram bem favoráveis.

A QUESTÃO dos camelôs, quais encaminhamentos foram dados por sua gestão?
DEFENDEMOS uma localização definitiva para os pequenos comerciantes que estão desenvolvendo as suas atividades nas ruas do centro da cidade. Antes, observamos que a ação pela retirada dos camelôs não havia a necessidade de ser imediata, uma vez que a reclamação principal é pela desobstrução das calçadas. Esse ponto ficou bem claro; daí, a responsabilidade do Executivo de encontrar o local ideal para instalar os camelôs. Então, os encaminhamentos foram feitos, de forma clara, transparente e com muita responsabilidade, dentro de nossas limitações, mas que foram entendidas pelas partes envolvidas e interessadas.

O SENHOR, em dez dias, se reuniu com o comando de greve dos servidores públicos duas vezes. Não solucionou o impasse, a greve continua, mas o senhor acredita que estabeleceu uma nova forma de diálogo entre o Executivo e o servidor público?
NÓS recebemos a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDISERPUM), que está coordenando a greve do pessoal da saúde que já dura mais de sessenta dias, para exatamente estabelecer o diálogo. Antes, fizemos visita ao próprio sindicato. Na abertura de diálogo, reafirmei o apoio ao movimento, e como prefeito, mesmo em exercício, sugeri o entendimento. Na audiência, com a presença do Ministério Público e a OAB, representando a sociedade civil, elaboramos uma proposta responsável, levando em consideração a queda de receita do Município. Houve avanço, mas não o suficiente para encerrar a greve.

POR quê?
É DE conhecimento de todos que na greve de 2014 foi estabelecida uma negociação, com aprovação das partes envolvidas. Os itens negociados foram cumpridos até o mês de março de 2015, mas infelizmente a partir de abril, o Executivo não teve como cumprir os demais itens da pauta, devido o agravamento da crise financeira, e por conta disso, os servidores da saúde decretaram a nova greve. Então, existem pontos que precisam ser vistos e que a categoria não encerrará a greve se não houver uma negociação. Como prefeito em exercício, não poderia ir mais além.

QUANDO o prefeito Silveira Júnior saiu de férias, transferiu para o senhor, além do cargo, uma pauta polêmica, cheia do que chamamos de “armadilhas”. O senhor foi para testar a sua capacidade administrativa ou foi apenas uma coincidência?
ACREDITO mais que foi uma coincidência. Na gestão pública como um todo, o gestor não pode e não tem como se programar para o que pode acontecer, como uma greve, por exemplo. Então, estou muito tranquilo em relação a isso, até porque conseguimos realizar a nossa missão de forma satisfatória.

O SENHOR suspendeu a decisão do prefeito Silveira de determinar dois pontos de estacionamento para os transportes intermunicipais e uma rígida fiscalização, o que vinha gerando muita polêmica. A decisão do titular, derrubada pelo interino, não expõe divergência entre os dois?
NÓS suspendemos a operação para evitar um atrito maior da categoria com o Executivo e, também, incluir os maiores afetados na mesa de negociação. Entendemos que não poderíamos deixar acontecer uma mudança que geraria prejuízos, no nosso ponto de vista, inclusive para a economia da cidade. Fizemos a suspensão temporária, sem nenhum sentimento outro que não fosse para buscar a melhor solução.

COM a criação e posse do Grupo de Trabalho do Orçamento Democrático, em apenas dez dias de gestão, pode ser dito que o senhor imprimiu a sua marca?
NÃO vejo por esse lado, de criar uma marca, mas sim pela importância de permitir a participação popular, com toda a sociedade representada, na elaboração do orçamento municipal. Quero dizer que o que instituímos, no caso o Grupo de Trabalho do Orçamento Democrático, está contemplado na reforma administrativa, e nós no período da interinidade achamos por bem deixar esse legado para a gestão municipal. É uma contribuição para o município, que de forma ampla terá a sua participação no orçamento, através de representantes do Executivo, Legislativo, Central Única dos Trabalhadores, Ministério Público, OAB e comunidade acadêmica, através do Instituto Técnico Federal do RN. Então, nós fomos apenas proativos para deixar esse legado à gestão pública municipal.

NA POSSE do GT do Orçamento Democrático, nenhum vereador da bancada governista esteve presente. Os vereadores da oposição disseram que não foram convidados pela Prefeitura. Esse cenário de esvaziamento da solenidade foi uma forma de o Palácio diminuir a importância do ato ou o senhor também acredita que foi outra coincidência?
NATURALMENTE, eu não tenho uma bola de cristal; logo, não posso responder. Mas, quero dizer que a Câmara Municipal foi convidada oficialmente, porque nós fizemos o convite ao presidente Jório Nogueira (PSD). Se não participou, como de fato não participou mesmo, eu desconheço os motivos. Também não posso aqui fazer nenhum juízo de valor.

NÃO resta qualquer dúvida que a interinidade de dez dias repercutiu de forma positiva na cidade. As pessoas reagiram com aprovação. Essa repercussão favorável possibilita o senhor sonhar com a candidatura a prefeito em 2016?
O MEU partido faz parte de uma aliança nacional com o PSD, que é o partido do prefeito. Isso é fato. Claro que o nosso desejo é que essa aliança seja fortalecida. Agora, como homem de partido, e o PT é um partido democrático e com uma discussão interna profunda, respeito qualquer decisão. O PT, naturalmente, vai fazer o seu debate com relação às eleições do próximo ano, e caberá ao partido tomar a decisão. Então, é prematuro falar como será 2016 agora.

MAS o senhor vai colocar o seu nome à disposição para disputar a Prefeitura?
NO MOMENTO oportuno, vamos analisar essa possibilidade. Tudo a seu tempo. Se a gente fizer um resgate do que foi o processo da eleição suplementar, que a nossa chapa (Silveira/Luiz Carlos) saiu vitoriosa, vai ver que ocorreu uma série de mudanças inesperadas. Houve a cassação da prefeita eleita em 2012 (Cláudia Regina) e mais uma série de situações que possibilitaram o PT abrir discussão e definir a aliança que contribuiu com a nossa vitória. O nosso nome foi colocado à disposição do partido, como de outros valorosos companheiros, como Crispiniano Neto, Ana Morais, Gilberto Diógenes, Ady Canário e outros mais. Ao final do debate, o meu foi escolhido para ser o candidato a vice-prefeito. Portanto, quero dizer que estou à disposição do partido.

O SENHOR deseja ser candidato a prefeito?
SE REALMENTE essa discussão for aberta, eu colocarei o meu nome à disposição do partido, seja para prefeito ou vereador. Se fizer um resgate da nossa trajetória política, vai ver que eu sempre agi dessa forma, sem interesse pessoal, mas sim coletivo. Foi assim quando fui vereador por três mandatos e agora vice-prefeito. Então, repito, sou homem de partido e, assim, me colocarei à disposição.

NA ÚLTIMA pesquisa de opinião pública, o prefeito Silveira Júnior apareceu com quase 80% de reprovação. Esse é o sentimento das pessoas, segundo a sondagem. Qual a avaliação o senhor faz dessa pesquisa?
NÓS entendemos que na atual conjuntura do País, a grande maioria dos governos, sejam municipais, estaduais ou federal, não está sendo bem avaliada. Existe uma crise financeira e política, em que os gestores estão sendo penalizados. Por isso, creio que esse quadro justifica a avaliação negativa. Mas, acredito que todos esses gestores, a exemplo do prefeito de Mossoró, têm condições de resgatar o terreno perdido e a popularidade.

O SENHOR, como vice-prefeito, foi convocado pelo prefeito para somar esforços no sentido de tirar Mossoró do caos em que se encontra?
NÓS temos sempre nos colocado à disposição para colaborar com a gestão. Estamos prontos para propor encaminhamentos, ideias e propostas a fim de que as coisas possam melhorar ou aprimorar aquilo que não vem dando certo.

PARA concluir, gostaria que o senhor desse uma nota de 0 a 10 para os seus 10 dias de gestão e de 0 a 10 para os 20 meses de gestão de Silveira Júnior.
GOSTARIA de me reservar o direito, até por uma questão de ética, de não emitir uma nota para mim, nem também para a gestão do prefeito titular.

Fonte: Jornal de Fato


sexta-feira, 31 de julho de 2015

Vereadores querem espaço na fundação da Câmara

O presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Jório Nogueira (PSD), estaria enfrentando problemas com seus aliados na Casa. Tudo por conta da Fundação criada recentemente pelo Legislativo e que será responsável pela TV Câmara. A questão estaria relacionada aos cargos criados ao funcionamento da instituição. Alguns vereadores não estariam satisfeitos com a condução à escolha dos comissionados. 

Quando a coisa diz respeito a cargos em comissão, geralmente a situação esquenta. Basta lembrar que houve insatisfação de políticos mossoroenses quando o governador Robinson Faria (PSD) deixou tudo nas mãos do prefeito Silveira Júnior (PSD), que indicou a mãe e a sogra para o comando do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e da 12ª Dired, respectivamente.

E não seria diferente agora com a Câmara Municipal. Vereadores destas bandas pensam em fortalecimento de bases. E quando se fala nisso, empregar algum aliado é imprescindível. Como se o voto estivesse ligado, diretamente, à alguma função pública. Seja ela qual for.

E isso se constata a partir do momento em que cada vereador governista de Mossoró teria direito a indicar até 10 pessoas para cargos em comissão na Prefeitura. E agora não seria diferente na Fundação da Câmara Municipal.

Pelo visto, Jório Nogueira terá algumas dorzinhas de cabeça.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

'Fafá é pré-candidata à sucessão municipal'

Sete meses após concluir oito anos de mandato na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, o ex-deputado Leonardo Nogueira (DEM) está definitivamente reinserido na profissão de médico. Ele não deseja mais voltar a ocupar cargo eletivo. Diz que já cumpriu a missão e sugere que existem bons nomes para representar bem o povo de Mossoró, sua terra natal. No entanto, a política não saiu dele. E é com essa motivação que Leonardo Nogueira trabalha com o seu grupo para viabilizar a candidatura da ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB), sua esposa, à sucessão municipal de 2016. “Ela é pré-candidata”, afirmou, durante longa conversa no “Cafezinho com César Santos”, na tarde da última quinta-feira (16). O ex-deputado disse que o povo está convocando Fafá de volta porque está decepcionado com a gestão do prefeito Silveira Júnior (PSD). “Ele não honrou com a palavra, perdeu a confiança e, para piorar, não faz uma boa gestão por completa falta de competência”, afirmou. Leonardo Nogueira acredita que será possível Fafá caminhar junta com a ex-governadora Rosalba Ciarlini (sem partido), mas ressalta que ainda existe muita coisa a ser resolvida, principalmente com a relação à situação jurídica que envolve Rosalba. “O que sei é que as pessoas querem Fafá e Rosalba juntas outra vez.”

DE FATO – O seu grupo político trabalha para ter uma participação direção na disputa à Prefeitura de Mossoró em 2016. De que forma o senhor entende que será essa participação?
LEONARDO NOGUEIRA – O trabalho que nós desenvolvemos como cidadãos, como pessoas que têm responsabilidade com Mossoró e, principalmente, com a experiência de dois mandatos da ex-prefeita Fafá e dos meus dois mandatos como deputado estadual nos permite ter uma participação direta na sucessão municipal. Vamos participar ativamente do processo, pode ter certeza. Temos muito a oferecer ao povo de nossa cidade e temos responsabilidade com o futuro de Mossoró. Portanto, é natural que tenhamos participação no momento importante que é a escolha do futuro gestor municipal.

FAFÁ Rosado é pré-candidata à Prefeitura de Mossoró?
UMA pré-candidatura existe quando há um chamamento popular, um incentivo do povo em relação a ocupar um cargo público. Essa convocação existe. Onde nós visitamos, onde nós trabalhamos, existe uma convocação muito forte das pessoas, principalmente daquelas que estão decepcionadas com a atual gestão municipal. Essas pessoas sentem saudade da época em que Fafá era a prefeita, porque a sua gestão foi muito boa para a cidade. Isso faz que a gente possa dizer que sim, que Fafá é pré-candidata à sucessão municipal.

A QUE se deve essa convocação que o senhor diz que o povo pede o retorno da ex-prefeita Fafá Rosado?
EU ACREDITO que, primeiramente, pela boa gestão que Fafá fez. Ela saiu da Prefeitura em 2012 com quase 80 por cento de aprovação popular. Realizou grandes obras na cidade, obras importantes, estruturantes e que melhoraram a vida das pessoas, principalmente em áreas vitais, como saúde e educação. Segundo, eu acredito que esse chamamento se justifica, também, pelo descrédito que enfrenta o atual governo municipal. Como a cidade não está bem, porque o prefeito que aí está não tem competência para governar, é natural que o cidadão queira de volta quem realmente fez uma grande gestão, no caso a ex-prefeita Fafá.

ESSE descrédito do prefeito Silveira Júnior, ao qual o senhor se refere, é uma crítica pessoal ou realmente é sentimento popular?
NÃO tem nenhuma questão pessoal. Eu vejo o descrédito a partir da decepção do povo de Mossoró. A crítica é geral em todos os cantos e recantos da cidade. A população está reclamando do lixo acumulado nas ruas, das avenidas esburacadas, do caos na saúde, do atraso de pagamento aos prestadores de serviços que, por consequência, não pagam os salários dos servidores, e de muitos outros problemas. Veja a greve dos servidores públicos que se arrasta e o prefeito não tem uma solução. O Mossoró Cidade Junina, orgulho do nosso povo, foi um desastre em termos de organização. Além disso, não existe uma obra importante sendo executada na cidade. O que eu estou dizendo aqui e agora é o que o povo diz nas ruas. Inclusive, na última pesquisa de opinião pública a gestão Silveira apareceu com quase 80% de reprovação. Logicamente que nós não concordamos e não aceitamos com o descalabro administrativo que aí está.

MAS o prefeito alega que as dificuldades existem porque há uma crise no âmbito nacional.
CONCORDAMOS que existe uma crise econômica no País sem precedente. Os brasileiros, sem exceção, estão sentindo os efeitos dessa crise. Há dificuldades em todos os segmentos, com a inflação voltando, o desemprego em alta etc.. Agora, os gestores públicos que se prepararam e que têm competência estão conseguindo conduzir bem as suas administrações. Temos exemplos de Prefeituras vizinhas a Mossoró que caminham bem, mesmo com dificuldades. E os prefeitos dessas cidades não estão sendo vaiados, como acontece com o prefeito de Mossoró. Então, existe uma crise de competência na gestão do prefeito Silveira, e isso o próprio cidadão mossoroense é quem atesta. A nossa cidade está abandonada pelo gestor municipal. Isso é fato.

SILVEIRA Júnior não estava preparado para governar uma cidade do porte e da importância de Mossoró? É isso?
VEJA só: Silveira era presidente da Câmara Municipal, tinha uma experiência de três mandatos no Legislativo e não sabia como era administrar uma cidade. A Prefeitura caiu no seu colo quando a então prefeita Cláudia Regina foi cassada. Depois, ele teve o aval do eleitor nas eleições suplementares. Até aí, nenhuma experiência no Executivo. Ele não estava preparado e está demonstrando isso. Além de não ter um projeto para Mossoró, de não realizar o básico do básico, ele comete uma trapalhada atrás da outra.

MAS, o seu grupo apoiou a candidatura de Silveira nas eleições suplementares. Foi um erro?
NÃO. Não foi um erro. Nós, assim como o eleitor, demos uma oportunidade a ele. Acreditávamos que era possível Silveira fazer uma boa gestão com a ajuda de um grupo experiente que havia governado Mossoró por oito anos. Mas, ele jogou tudo fora, descumprindo compromissos que havia assumido com o nosso grupo. Então, acho que quando um cidadão, seja político ou não, não honra os compromissos, não cumpre a palavra, ele não é digno do crédito da sociedade. É o que está acontecendo com o prefeito Silveira. A quebra do compromisso, da palavra, não é apenas em relação a projeto político meu ou da ex-prefeita Fafá, mas de compromisso assumido com o povo de Mossoró. Ele fez promessas ao povo, no entanto está sendo omisso, negligente, incompetente.

MAS o prefeito tem dito que não há reprovação popular e que vai colocar o seu nome para julgamento nas eleições do próximo ano. É possível?
NÃO acredito. A situação política de Silveira é muito delicada, porque ele caiu no descrédito da população. Qualquer gestor público pode se recuperar quando ele não perde a credibilidade, porque o próprio tempo e a força do poder ajudam muito. No entanto, no caso específico do prefeito de Mossoró, não existe crédito, confiança, as pessoas estão decepcionadas, e isso temos ouvido em todos os cantos. Então, não vejo como o prefeito se recuperar até para ser candidato.

VOLTANDO para a pré-candidatura de Fafá Rosado. Existe o aceno das pessoas de forma positiva, mas é preciso ter um palanque para consolidar uma candidatura. De que forma o seu grupo está trabalhando nesse sentido?
A EX-PREFEITA Fafá é presidente do PMDB de Mossoró e tem se movimentado no sentido de fortalecer o projeto dentro do partido. A gente sente a vontade do PMDB estadual de ter candidatura própria em todos os municípios do Rio Grande do Norte ou ter participação em chapas majoritárias. Mossoró não é exceção para o PMDB. Esse fato, logicamente, faz que todo o nosso grupo comece a realizar trabalhos e se apresentar ao povo como opção. Então, a ex-prefeita Fafá está buscando consolidar essa possibilidade, através do contato com as lideranças, com as comunidades, com amigos e correligionários.

O PROJETO político do seu grupo para 2016 passa pela ex-governadora Rosalba Ciarlini ou uma possível postulação de Fafá não depende do rosalbismo?
PASSA, sim. Temos conversado com o deputado Carlos Augusto e com Rosalba, e a gente sempre coloca a necessidade de nós construirmos juntos a possibilidade de candidatura à sucessão mossoroense. Temos conversado de forma ampla, inclusive, sobre as questões jurídicas que envolvem todo o processo, não apenas com relação a Rosalba, mas também a Cláudia Regina e ao próprio prefeito Silveira. A questão jurídica vai mexer com as possibilidades de palanque para 2016, não tenha dúvida. Portanto, temos conversado sobre isso e não há dúvida que há o interesse de união de lado a lado.

DE FORMA direta, dr. Leonardo: uma candidatura de Fafá depende de Rosalba?
O QUE a gente percebe hoje é que há um desejo muito grande que Fafá e Rosalba caminhem juntas; isso é unânime. Agora, como isso vai ser possível? Lógico que tudo vai depender da situação jurídica de Rosalba no momento das definições. Agora, quero afirmar que uma possível candidatura de Fafá não acontecerá por imposição. Ela não será candidata apenas por querer ser candidata. Nós estamos ouvindo o povo, os amigos, os correligionários e vamos dialogar com Rosalba e com Carlos antes de tomar qualquer decisão.

O SENHOR se sentiu traído pelo prefeito Silveira porque ele não apoiou o seu projeto de reeleição de deputado. Houve, realmente, quebra de compromisso?
ESSE assunto é de conhecimento público, até. Quando apoiamos a candidatura dele a prefeito nas suplementares, ficou certo que ele nos apoiaria em 2014. E o registro do nosso pacto político-eleitoral foi feito na presença das duas famílias – a minha e a dele – e nem assim foi suficiente para o prefeito cumprir a sua parte. Mas, infelizmente, não honrou a palavra, não cumpriu o compromisso. Ele preferiu apoiar o deputado Galeno Torquato, o que acabou por atrapalhar a nossa candidatura. Mas, não faria aqui qualquer julgamento; eu deixo para o povo se encarregar da palavra final.

O ELEITOR de Mossoró, orientado pelo prefeito, fez opção por Galeno Torquato, que até aqui não correspondeu com trabalho. A cidade sofre com a falta de um legítimo representante na Assembleia Legislativa?
ISSO nos deixa tristes. Não por uma questão pessoal, mas pelo prejuízo que nossa cidade tem por não ter eleito um único representante na Assembleia Legislativa. Veja que São Miguel, bem menor do que Mossoró, tem dois deputados estaduais. A região do Alto Oeste é representada por quatro deputados. O Seridó também tem quatro deputados. A Grande Natal elegeu sete. Assú e Areia Branca, nossos vizinhos, elegeram deputados estaduais. A consequência disso é que perdemos representatividade, a cidade ficou sem voz na Assembleia Legislativa. A minha não reeleição e a de Larissa Rosado trouxeram enormes prejuízos, porque nosso mandato sempre esteve à disposição de Mossoró. Na Assembleia, nós colocávamos na pauta as principais demandas da cidade, lutávamos por benefícios. Hoje, nenhum deputado faz isso pelo povo mossoroense. Infelizmente.

O SENHOR ainda é filiado ao Democratas, do senador José Agripino, mas está afastado dele politicamente. Já decidiu o seu futuro em termos de filiação partidária?
NÓS vamos decidir isso depois de uma definição sobre a situação política de Mossoró. Refiro-me à questão jurídica de Rosalba e Cláudia, porque a partir daí teremos um quadro mais claro em relação à sucessão municipal. Então, vamos decidir com calma, ouvindo o grupo, para que possamos fazer a melhor opção.

O SENHOR ainda deseja disputar cargo eletivo?

EU TIVE uma experiência muito boa e gratificante em oito anos de mandato na Assembleia Legislativa, mas acho que já dei a minha contribuição como detentor de cargo eletivo. Sou uma pessoa muita realizada como médico, exerço a profissão com amor; inclusive, estou realizando um curso de atualização na minha área que terá duração de um ano. Então, estou me inserindo cada vez mais na área médica e não vejo mais tanta necessidade de voltar a assumir cargo eletivo. Temos bons nomes que podem dar sequência ao bom trabalho que a gente fez como deputado estadual.

Fonte: Jornal de Fato

segunda-feira, 13 de julho de 2015

O que Flávio Tácito sabe?

"... Eu sou vereador, quando estou num barco estou para ajudar, mas quando estou para desmantelar ele eu desmantelo e não tem quem impeça e Silveira sabe. Eu não tenho medo de governador, de prefeito, de primeira-dama. Eu estou pedindo, não me queira ver louco que eu chuto o pau da barraca.” Palavras ditas pelo vereador mossoroense Flávio Tácito (DEM) em vídeo que circula pelo Facebook e que deixam no ar a existência de algo danoso ao serviço público. Ao erário público. E que poderia contrariar a teoria dos bons costumes.

O que Flávio Tácito estava querendo dizer, de verdade? Por quais motivos ele mandaria tal recado ao governador Robinson Faria (PSD) e ao prefeito Francisco José Júnior (PSD)? A quem ele queria intimidar? A quem se direciona tal recado? Ao prefeito? Ao governador?

Como se percebe, as palavras do vereador mossoroense carecem de respostas. O blog crê que, no mínimo, precisaria de alguma explicação. No máximo, que se investigasse o que ele realmente quis dizer. Sim, porque ficou no ar que Flávio Tácito teria alguma informação que comprometeria a administração estadual e administração municipal.

Alguém não diria o que Flávio disse pelo simples fato de sair em defesa de uma servidora comissionada indicada por ele e que estaria sendo alvo de assédio moral.


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Cláudia Regina assume comando do DEM


A ex-prefeita Cláudia Regina passa a coordenar o diretório mossoroense do Democratas. A missão foi delegada nesta quinta-feira pelo presidente nacional do partido, senador potiguar José Agripino Maia. Ao blog, Cláudia disse que terá a tarefa de reestruturar a sigla e fortalecê-la. obviamente visando as eleições do próximo ano.

"Ele me pediu para ficar à frente. Para reestruturar o DEM e retomar o diretório", afirmou Cláudia Regina. Ela disse ainda que conversará com todos os filiados, sem distinção. E isso inclui diálogo com os vereadores democratas Flávio Tácito e Manoel Bezerra de Maria, que já afirmaram saída do partido. "Vou conversar com todos os filiados. Vamos fortalecer o partido", afirmou.

Cláudia Regina, além de reorganizar o Democratas em Mossoró, terá papel importante na reestruturação regional do partido.

A convenção do DEM está agendada para o mês de agosto, quando a formatação do novo diretório regional será apresentado.

FPM reduz em 20% e acentua crise dos municípios

É com extrema preocupação que a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN) recebeu a notícia de mais uma redução nas receitas dos municípios potiguares. O primeiro decêndio de julho do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) que vai entrar nas contas das prefeituras hoje (09) será 20% menor que o repasse realizado no mesmo período de 2014 em valores brutos e nominais. No RN, em decorrência dessa situação, prefeitos analisam como vão gerenciar as despesas em suas cidades.

O presidente da FEMURN, Francisco José Júnior, chama atenção para a realidade econômica dos municípios, onde as prefeituras possuem demandas cada vez mais crescentes. “O custo básico que temos que arcar em nossas prefeituras, estão muito aquém do que é repassado. As receitas estão decadentes, tornando a gestão insustentável economicamente. Como se não bastasse as reduções, ainda há a possibilidade de erro de cálculo. Estamos estudando como vamos solicitar a reposição destes valores. A situação preocupa”, analisou.

Além da queda do repasse em relação a julho de 2014, o valor referente à parcela de 0,5%, montante garantido às prefeituras com a emenda Constitucional 084, negociada com o Congresso e o Governo Federal, veio errado. Ele levaria em conta a transferência de um ano, e não apenas dos seis primeiros meses de 2015. O texto final definiu equivocadamente que a transferência aos municípios deve ser apenas dos seis primeiros meses deste ano. Dessa forma, em valores totais, o FPM sofreu uma queda de cerca de 50%.

Para o prefeito de Vera Cruz, João Paulo Cabral, a situação é delicada e exige atenção. “As cotas estão vindo muito menores do que as registradas nos meses anteriores, o quadro inflacionário também tem contribuído para o agravamento. Isso vem comprometendo a permanência de atividades nos municípios, temos que pagar fornecedores, funcionários, e arcar com outros custos, o FPM repassado está sendo insuficiente. Se a situação de decréscimo persistir nos meses seguintes, sem dúvidas, os serviços essenciais também serão comprometidos”, destacou.

Em fevereiro, após uma outra baixa, no FPM, o presidente da FEMURN, junto com os prefeitos potiguares expuseram, em audiência com o Governador Robinson Faria, a situação. Na ocasião foi apresentado ao chefe do executivo potiguar um relatório de perdas decorrentes das baixas nos repasses, também foi solicitado a inclusão das prefeituras no plano de aplicação do empréstimo de R$ 850 milhões assegurados pela Assembleia Legislativa.

VALORES LÍQUIDOS A SEREM REALIZADOS DO FPM

Coeficiente 0.6 – R$ 135.071,31
Coeficiente 0.8 – R$ 180.085,08
Coeficiente 1.0 – R$ 225.118,85
Coeficiente 1.2 – R$ 170.142,62
Coeficiente 1.4 – R$ 315.166,39
Coeficiente 1.6 – R$ 360.190,15
Coeficiente 1.8 – R$ 405.213,92
Coeficiente 2.0 – R$ 450.239,33

Fonte: Assessoria Femurn

Nordestino, negro, cristão e de origem humilde

Por Francisco Carlos*

Como é que pode uma pessoa ser discriminada em uma situação e, noutra, ser ela mesma intolerante ou desrespeitosa?

Os CRISTÃOS, extremamente perseguidos por pagãos romanos, tinham que praticar sua fé nas catacumbas pois, se pegos, eram jogados aos leões para servir de diversão.

Esses cristãos, tornaram-se católicos e perseguiram e assassinaram cristãos protestantes, negros, "bruxas" etc. Os protestantes, quando tiveram oportunidade e motivos (?), assassinaram católicos. Tudo amplamente registrado em ampla literatura.

Os NEGROS foram, e ainda são, uma das etnias mais perseguidas e humilhadas de toda a história da humanidade. Creio que não há exemplo maior, de como a cor da pele determina a vida e a morte, o sofrimento, a humilhação, as restrições e falta de oportunidades.

No entanto, no Nordeste brasileiro, mais de 600 escravos eram donos de escravos (João José Reis, UFBA). O próprio Zumbi de Palmares, símbolo da resistência e emancipação negra no Brasil, era proprietário de escravos. (Leandro Narloch, no Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil) (1).

Krueger (1990) publicou biografia de Mahommah Baquaqua, negro muçulmano trazido para o Brasil em 1845, que viajou par o Estados Unidos para entregar sacas de café de seu senhor e fugiu. Esse "fujão" relatou: “Conheci vários tipos de igreja aqui. Algumas delas pregam o evangelho, mas não se preocupam com o pobre escravo, não oram por eles, e acreditam que a escravidão é boa. Eles são cristãos, Senhor! Não posso acreditar jamais (...) Acredito que o Cristão ore pelo infeliz escravo e pregue contra a escravidão” (2).

Fico impressionado ao perceber que existe CRISTÃO que apresenta sinais de discriminação contra negros, pobres, nordestinos, gays ou até em relação há outros cristãos por questões de "convicção" religiosa.

Fico impressionado ao perceber que existe NEGRO, "pardo" ou branco com ascendência negra, que discrimina pobres, nordestinos ou gays. Há cristão negro (ou "pardo"), intolerante com as religiões afro-brasileiras.

Me impressiona o fato de existir BRANCO, natural dos estados do sul e sudeste brasileiro, discriminado na cristã América do Norte por ser latino, que se permite discriminar nordestinos.
Me impressiona o fato de existir GAY que discrimina pobres, nordestinos e negros ou demonstra desrespeito e intolerância aos cristãos, por suas crenças e modo de vida.

Fico impressionado ao perceber que existe europeu branco e JUDEU (outras das mais perseguidas nações da história), que discrimina palestinos.

Os exemplos e variações são quase infindáveis. Não vale a pena se alongar.

Me sinto no dever de refletir sobre (in)tolerância e (des)respeito à liberdade e à cidadania, pois, eu mesmo, como nordestino, negro, cristão e de origem humilde, também tenho minhas "convicções".

Alerto que não vou deixar (sem resistência) que outros invadam minhas convicções e destruam minha visão de mundo. Tenho, então, minhas próprias demonstrações de intolerância ou até discriminação.

Posso me defender dizendo que se trata da formação cristã da qual não abro mão, da minha ideologia de classe (ou seja, a forma como defendo meus privilégios na sociedade). A visão própria de mundo sempre parece ser a melhor para todos, mesmo que a história esteja repleta desse tipo de erro.

Às vezes, por qualquer motivo, tememos exumar nossas "razões". Mas, estou tentando entender. Estou buscando ajustar meu discurso, minha postura e as ideias que defendo na sociedade, na família, na igreja e entre meus amigos.

Não tenho a fórmula certa. Mas, seja qual for a minha posição política, religiosa, étnica ou social, sinto que preciso e devo ser tolerante, preciso e devo ser respeitoso. Preciso e devo contribuir para que as pessoas encontrem formas para exercer seu modo de vida, sem pretender impor essa condição aos outros.

*É professor da UERN e vereador de Mossoró

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Carlos Augusto tem reunião com Jório Nogueira

Um encontro político ocorrido nesta quarta-feira, no restaurante Tche, em Mossoró, está dando o que falar nos bastidores da política mossoroense: o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado, marido da ex-governadora e ex-prefeita Rosalba Ciarlini, com o presidente da Câmara Municipal, vereador Jório Nogueira (PSD).

Pelo que o blog ficou sabendo, o teor da conversa não foi outra senão 2016. Passado bem a limpo, diga-se de passagem. Como todo mundo sabe que existe distanciamento visível entre o prefeito Francisco José Júnior (PSD) e Jório Nogueira. Obviamente que não se sabe da existência de algum rompimento. Mas o certo é que o pensamento de um já não bate com o que pensa o outro. Daí o distanciamento.

Assim sendo, a conversa entre Carlos Augusto e Jório Nogueira seria um indicativo de aproximação do grupo rosalbista com o presidente da Câmara Municipal de Mossoró. Apesar de ter sido a primeira reunião deles, entende-se que outros encontros ocorrerão e que alguns nortes serão apontados.

O blog imagina que, de algum modo, o distanciamento de Jório Nogueira do prefeito Silveira Júnior deverá ser maior e mais visível. Assim procedendo, o grupo liderado por Carlos Augusto já teria em mente alguma tática que envolvesse o isolamento político do prefeito. Algo que, de algum modo, já acontece, pois o prefeito se isolou por si próprio.

terça-feira, 30 de junho de 2015

MP requer solução para acolhimento de crianças e adolescentes em Mossoró

O Ministério Público Estadual, através da 12ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró, ajuizou ação civil pública em desfavor do Município de Mossoró, com pedido de liminar, para que o poder público indique, dentro do prazo de cinco dias, qual a instituição acolherá os adolescentes atualmente acolhidos nas Aldeias Infantis SOS ou apresente proposta que contemple o custeio dos adolescentes em referida unidade de acolhimento.

Na ação ajuizada na sexta-feira (26), o representante ministerial requer também ao Judiciário que em não havendo manifestação do Município para uma solução provisória do problema, que seja efetuado o bloqueio nas contas do poder público municipal, para manutenção da entidade durante três meses, no valor total de R$ 50.298,00 (cinquenta mil duzentos e noventa e oito reais), depositando o montante na conta-corrente das Aldeias SOS.

O município de Mossoró dispõe de três unidades de acolhimento institucional de referência municipal, sendo elas a Casa de Passagem Nossa Gente, o Núcleo Integral de Apoio à Criança Pinguinho de Gente (NIAC) e as Aldeias Infantis SOS, sendo a Casa de Passagem e o NIAC unidades públicas, e a Aldeias SOS uma entidade não governamental, conveniada com o município.

Segundo levantamento feito pelo Núcleo de Apoio Técnico Especializado (NATE), do MPRN, disponibilizado na ação, das três unidades a que apresenta as melhores condições de trabalho, considerando recursos materiais, humanos e proposta de trabalho, segundo a 12ª Promotoria de Justiça, é a Aldeias Infantis SOS.

A ação do MPRN tem como objeto exatamente a unidade que melhor serviço de acolhimento tem prestado em Mossoró, porque o Município não repassou sequer um centavo para o custeio da unidade em convênio firmado com as Aldeias Infantis SOS (2014-2015), colocando em risco a continuidade das atividades.

Segundo representante ministerial fundamenta na ação, o problema para a manutenção da entidade não é uma questão de falta de recursos, pois a Lei Orçamentária deste ano traz previsão dos valores necessários para custear o convênio, nem é falta de vontade política, pois a Secretaria de Desenvolvimento Social afirmou perante o MPRN o interesse de renovar o convênio. O problema para a 12ª Promotoria de Justiça é de gestão: “...a velha falta de habilidade para manejar a coisa pública, no que toca aos infantes, com a prioridade – absoluta, não custa lembrar (CF/88, art. 227) – que isso requer, dando celeridade para aquilo que deve ter celeridade.”, traz trecho da ação.

O titular esclarece que o objetivo da ação não foi financeiro nem tutela de uma ONG, mas da defesa de crianças e adolescentes, diante da falta de prioridade. “Trata-se, isto sim, da defesa de crianças e adolescentes que, diante da falta de prioridade por parte do município de Mossoró, têm enfrentado uma série de intempéries durante seu período de acolhimento”, justifica.

Os adolescentes atendidos na unidade Aldeias Infantis SOS são jovens cujos pais foram destituídos do poder familiar, meninos e meninas para os quais não foram encontradas opções junto à família extensa, nem tampouco em família substituta, que, em regra, sofreram, ao longo de suas vidas, uma série de violações em seus direitos, sobretudo, o direito à convivência familiar e comunitária.

“O município de Mossoró comete o mesmo erro que cometeram os pais destes pequenos ao negar-lhes a segurança da estabilidade de um lar, algo de que tanto necessita o ser humano”, complementa o representante ministerial.

Como Mossoró está habilitado perante o SUAS como município de gestão plena, deve oferecer os serviços sociais de alta complexidade, dentre eles os de acolhimento institucional. E recebe verba federal para manutenção de programas de acolhimento institucional.


As fragilidades por que passam as crianças acolhidas nas Aldeias Infantis SOS em Mossoró já foram vivenciadas, de forma semelhante, no município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Por lá, representante do MP gaúcho também ajuizou ação para o poder público dar destino certo a adolescentes que estavam prestes a ir para a rua, devido a falta de custeio do município. A Justiça determinou que o município indicasse a instituição que iria acolher 27 crianças/adolescentes ou apresentasse proposta para o custeio na unidade, sob possibilidade de bloqueio nas contas do município de Santa Maria.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MP

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Cadê a 'oposição raivosa'?

Interessante a afirmação do deputado federal Fábio Faria (PSD), dias passados, em Mossoró: de que o prefeito Silveira Júnior (PSD) enfrenta uma "oposição raivosa". Fábio, ao que parece, não tem acompanhado o noticiário político destas bandas. Tampouco tem participado de alguma coisa que remeta à discussão política. E as palavras do deputado seguem o modelo dito por seu pai, o governador Robinson Faria (PSD). Por sinal, Robinson anda bem sumido destas terras. E o motivo não poderia ser outro: promessas não cumpridas, governo pífio e cheio de contradições.

Vamos começar por Robinson: o governador disse, quando da negação ao atendimento de acordo feito pelo Governo do Estado com professores e técnicos administrativos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, que não teria como cumprir em virtude da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal. Que não poderia conceder reajuste nenhum. E tal modelo segue o que se vê no Governo Federal: que tudo está em crise, que a arrecadação baixou e que é preciso arrecadar mais.

Como é que algum governante diz que não pode reajustar salário se, no começo do ano, aumentou o próprio ganho, bem como dos secretários? Querem passar a tese de que não se sabia nadica de nada da crise? Para que serviu, então, a transição? Não é para se inteirar sobre tudo, inclusive da ameaça de crise? Ou a transição é apenas uma fachada? Em seis meses de governo (incompletos), o governo Robinson Faria ainda não disse a que veio. Tirando o aumento do próprio salário, Robinson Faria segue o script bem antigo e manjado.

E, aplicando tal discurso a Mossoró, onde supostamente o prefeito enfrentaria "oposição raivosa" que tem o objetivo de "acabar" com a administração municipal, só um neófito em política poderia engolir tal tese. Menos, deputado. Menos.

A "oposição raivosa" que está minando a administração local é a mesma que apoiou e votou no seu pai ao Governo do Estado. É o eleitor, deputado, quem está insatisfeito com a inércia. São tantos problemas que, sinceramente, não vale nem à pena citar. Mas só para exemplificar: a Unidade de Educação Infantil (UEI) do bairro Quixabeirinha II fechou, temporariamente, por que teve seu fornecimento de energia elétrica suspenso por falta de pagamento. E mais: a limpeza pública na periferia está sem ser efetuada (e se existe, esta é falha). Quer saber onde, deputado? Vá circular pelos bairros Paredões, Bom Jardim, Quixabeirinha, Boa Vista, Aeroporto, Costa e Silva... Lá o senhor terá a resposta.

E mais: o blog reafirma o que já disse neste espaço: quem está acabando com a administração Silveira Júnior é a sua equipe. Especialmente a sua comunicação. Quantas vezes a titular da Secretaria Municipal de Comunicação esteve em algum órgão de imprensa para fazer uma simples visita? Se o blog não estiver equivocado, eis a resposta: nenhuma.

A comunicação se fechou. E os secretários, com algumas exceções, do mesmo modo. Falar com a secretária de Saúde é um tormento. Conversar com a titular da Cultura, nem pensar. Isso só para exemplificar o "caos comunicativo".

E ainda tem o fato de que projetos e ações sempre emperram em prazos. O mais recente exemplo diz respeito à frota de 35 ônibus da empresa paulista BR Buss, que atuará no transporte público da cidade. Não se sabe nada sobre tal contrato. Não se explica. Não se apresenta documentos. Sabe-se que o bendito contrato foi emergencial e que tem prazo de quatro meses. Ou seja: em outubro a cidade ficará, em tese, sem tal benefício. E como ficará o transporte público? Ninguém diz. Ninguém sabe. Ninguém viu.

Portanto, deputado, não tem essa "raivosidade" toda por aqui. O que existe é apenas uma equipe administrativa que ainda não encontrou o prumo, segue errando e permanece no erro.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Assassinos de prefeito, 10 anos depois, continuam livres

Dez anos.
Duas vidas.
Duas mortes.
Quantos assassinos?
Quantos presos?
Quantos responderam pelo crime?

... Em 23 de junho de 2005, no município de Santa Maria, próximo à região Metropolitana de Natal, um carro oficial cinza, com placas de Grossos, foi fuzilado. E, assim como o veículo, o prefeito João Dehon Neto da Costa, o Dehon Caenga, e o motorista Márcio Sander. Entrou governo, saiu governo. Mudou tudo... Mas tudo continua do mesmo jeito: os que mataram estão soltos. Em liberdade.

Os que morreram, obviamente, ficaram presos na morte e, assim como nas telas do cinema, foram envoltos pelo manto da invisibilidade e não mais ressurgiram. Deixaram este mundo da maneira mais cruel que se possa imaginar: corpo crivado de balas e parcialmente destruídos pelos projéteis. E assim ficou a família: destruída.

De 23 de junho de 2015 para cá pouca coisa mudou. Quem matou o prefeito Dehon Caenga e o motorista da Prefeitura de Grossos continua na mesma situação. Entende-se que, com isso, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, independente de quem esteja no comando, não dá valor à vida do cidadão. Fala-se muito em insegurança controlada.

Mas é preciso, também, que o governo qualifique seus policiais. Afinal, o cidadão é quem paga o salário dos servidores públicos. Tem que fazer a segurança? Obviamente que tem. Tem que punir os criminosos? Tem, e como tem. Tem que punir policiais que cometem atos que são contra a vida? Isso é o que tem mesmo.

Mas, ao longo desses 10 anos, não se viu o Governo do Estado mexer uma palha para externar que caminha em alguma direção. Se a morte de um prefeito continua sem que seus assassinos sejam punidos, imaginem um cidadão comum. Remete à tese de que qualquer um pode matar e não receberá nenhuma punição.

Em 23 de junho de 2005, quando retornava de Natal para Grossos, o prefeito Dehon Caenga foi morto, assim como o motorista Márcio Sander, durante suposta operação policial na entrada do município de Santa Maria. Os policiais disseram, à época, que confundiram o veículo oficial com outro. O resultado já se sabe: quem perdeu a vida levou a pior. E, dez anos depois, tudo continua do mesmo jeito.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Transporte público de qualidade será possível com mais ações e menos propaganda

Por Genivan Vale *

Nos últimos dias temos visto nas rádios, televisão e outdoors da cidade, a belíssima publicidade da Prefeitura de Mossoró anunciando o novo transporte público para junho. Serão 35 novos ônibus. A qualidade da publicidade leva a crer que a partir de agora os mossoroentes terão um transporte público de qualidade, no entanto, alguns detalhes que não aparecem na propaganda remetem a uma preocupante realidade.

Nas peças publicitárias, a Prefeitura esquece de dizer que a nova frota faz parte de um contrato emergencial de 180 dias. Após esse prazo será preciso fazer uma licitação e oferecer atrativos para que ela não seja vazia. Também não fica claro que a chega dos novos ônibus implicará na saída dos 18 ônibus já existentes. Isso significa que os 35 ônibus não irão somar à atual frota. Os 18 atuais serão trocados por 35 novos, ou seja, a frota irá aumentar em 17 veículos.

Em discurso durante a solenidade de emancipação política de Mossoró, realizada em março no Teatro Dix-huit Rosado, o prefeito Francisco José Júnior anunciou que iria resolver o problema do transporte coletivo em Mossoró. Mas é muito otimismo acreditar que o problema do transporte coletivo não se resolva com 35 ônibus emergenciais e uma bela publicidade. É preciso muito mais.

Levando em conta os números, ao fazermos um comparativo de Mossoró com outras cidades de estados vizinhos do mesmo porte vemos o quão a frota proposta está longe de ser suficiente. Em Juazeiro do Norte, no Ceará, são 63 ônibus em circulação para atender 250 habitantes, numa média de um ônibus para cada quatro mil habitantes. Em Campina Grande, na Paraíba, o número de ônibus é bem mais superior. São 223 para a população de 358 mil habitantes, o que representa uma média de um ônibus para cada 1.500 habitantes.

Ao vermos esses números, temos a noção do quanto Mossoró precisa avançar. Hoje são 18 ônibus para atender 284 mil habitantes, representando uma média de um ônibus para cada 15 mil habitantes. Com a nova frota anunciada pela Prefeitura para o próximo mês, a média cai para um a cada oito mil. Ainda assim, metade da média de Juazeiro do Norte e quase seis vezes menor que a de Campina Grande.

A frota proposta pela prefeitura para este ano chega a ser inferior a existente em Mosoró em 2009, quando o município tinha 36 veículos circulando. Na época, segundo levantamento feito pela então Gerência Executiva de Trânsito, seriam necessários em torno de 70 a 80 ônibus para atender a atual população de 242 mil habitantes. Proporcionalmente, hoje seja número ideia seria de 94 ônibus.

O que é ainda mais preocupante, é que o para chegar perto desse número tido como ideal é preciso tronar o transporte público de Mossoró atraente para os empresários. E essa é a grande dificuldade. Hoje o grande número de táxis-lotação, mototaxistas e o transporte clandestino são os principais empecilhos apontados pelos empresários para o fortalecimento dos ônibus. Porém não se pode simplesmente tirar a concessão desses transportes e deixar milhares de pais de família sem emprego. No nosso entendimento, uma proposta viável para resolver esse impasse seria a criação de um sistema de cooperativa, onde os taxistas poderiam ser sócios de veículos destinados ao transporte público.

De uma coisa é certa: é preciso ter coragem para oferecer um transporte público de verdade e não é com propaganda que a prefeitura vai conseguir isso. A colocação de 35 ônibus é o primeiro passo, mas não é o suficiente para resolver de uma vez por todas o problema do transporte coletivo. É preciso mais. Muito mais. 

* Vereador de Mossoró


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Espetáculo ‘Chuva de Bala’ é encenado com nova roupagem

Quem assistiu à temporada 2015 do espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró” sentiu a diferença. Houve mudanças significativas. De concepção cênica e de atores. Parte do elenco de edições anteriores não participa da nova montagem, dentre elas a atriz Tony Silva e o professor Aécio Cândido de Souza. Tony interpretou vários personagens ao longo dos anos e, nos últimos espetáculos, atuava como uma espécie de narradora. Aécio deu vida ao prefeito Rodolfo Fernandes e sua atuação agradou ao público. As alterações feitas pela diretora Diana Fontes, contudo, proporcionaram certo “arejamento” e o que se mostrou na quinta-feira, primeiro dia da peça teatral que mostra a resistência de Mossoró ao bando de Lampião, agradou.


Para o papel do prefeito Rodolfo Fernandes, antes interpretado por Aécio Cândido, Diana Fontes convocou o ator Carlos José. Contrapondo o diálogo com o arquiteto da defesa mossoroense, o ator Igor Fortunato foi a bola da vez. Já o papel do Coronel Antônio Gurgel, antes do ator Cícero Lima, quem entra em cena é o também ator Nonato Santos. Padre Mota está sob o comando da interpretação de Augusto Pinto, e Tenente Laurentino, com Roberlilson Paulino.


Evidentemente que o chamado pessoal de apoio, ou figurantes, também foi alterado. Em pouca escala. Mas no geral, o espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró” não apresenta grande diferença, em termos de qualidade cênica ou de visual técnico. Novos adereços e cenários foram inseridos no contexto que remete à caatinga do Nordeste brasileiro. Algo bem típico destas bandas.


Assim sendo, a viagem que se faz ao dia 13 de junho de 1927, com a nova roupagem do “Chuva de Bala”, não apresenta nenhum percalço negativo. Pelo contrário. Até porque quando se fala em apresentação de uma mesma peça por anos consecutivos, a expectativa que se tem é que se tenha, vez por outra, algum incremento que possa, de certa maneira, se apresentar como novo. Mesmo sem ser. 


E foi isso que a diretora Diana Fontes preparou para o público que for assistir ao espetáculo. De quinta a domingo, a partir das 9h da noite, no adro da Capela de São Vicente.

 

1927

Aos 13 dias de junho de 1927 o segundo maior município do Rio Grande do Norte ouviu o soar dos sinos da Catedral de Santa Luzia. Era o sinal de que a ameaça de invasão de Lampião e seus cangaceiros havia se concretizado. A cidade, obviamente, ficou em pânico. Mas o então prefeito Rodolfo Fernandes havia se preparado para não ceder às investidas do cangaceiro, que havia pedido 400 contos de réis para não invadir Mossoró.



O resultado daquele histórico dia pode ser conferido no espetáculo “Chuva de Bala”. Evidentemente com laços de fantasia e entretenimento. Mas o que se vivenciou à época resultou no estigma que a cidade carrega até hoje: de resistência e bravura.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Alunos podem ser prejudicados por decisão de prefeito

No Direito, uma coisa leva à outra. Isso necessariamente. Assim sendo, a exoneração (por decreto) de 36 servidores concursados pelo prefeito de Grossos, José Maurício Filho (PMDB), em 2013, pode afetar, por tabela, alunos que hoje cursam a 3ª série do Ensino Médio.

E explica-se: caso os processos, os quais tramitam na Comarca de Areia Branca, forem desconsiderados pela juíza Uefla Fernandes e, por consequência, negue a reintegração dos concursados exonerados, entende-se que todos os atos praticados por tais servidores se tornam nulos.

Assim procedendo, a Justiça estaria, seguindo o que fez a Prefeitura de Grossos, anulando todas as aulas, todas as provas e todas as atividades realizadas por professores exonerados na Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus.

E, assim acontecendo, se criará um problema bem maior do que o prefeito imaginou. Até porque os professores concursados que foram exonerados já externaram que não desistirão do seu direito. E caso este não seja reconhecido e legitimado pela Justiça, vão reivindicar que seja cumprido o que se determinar: anulação total dos atos (explicação, provas e notas que constam dos diários escolares da Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus).

E aí o prefeito teria que encontrar algum mecanismo para não prejudicar os alunos que já concluíram e agora estão prestes a fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) com vistas ao Ensino Superior.

Como se vê, algo que o prefeito achava que era simples acabou se transformando em algo bem maior do que ele imaginava.

A exoneração dos 36 concursados atendeu algum interesse. Certamente não foi o da moralidade pública. Tampouco a ética.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Nenhuma ação da PMM se dá no prazo

Está cada vez mais difícil alguém acreditar em alguma ação da Prefeitura Municipal de Mossoró. E explica-se: nenhum prazo de nenhuma atividade se concretizou. A mais recente diz respeito à frota de ônibus - um total de 35 - que iria começar a circular pelas ruas da cidade nesta quarta-feria, 10. Até agora, dos 35 transportes assegurados por meio de contrato da PMM com a empresa paulista BR Buss, somente quatro chegaram.

Diz-se que a questão envolvendo taxistas de outras cidades e que trazem passageiros diariamente para Mossoró foi o motivo do atraso.

E o blog não entende como isso seria possível. Até porque nenhum motorista de taxis de fora iria atuar na nova frota. Ou também não seria possível o transporte público de Mossoró pegar passageiros em outras cidades.

Assim sendo, parece mesmo que a coisa foi mal planejada. Do mesmo jeito que se deu com o projeto do Santuário de Santa Luzia. Este último, o próprio prefeito chegou a afirmar que a construção seria iniciada em janeiro que passou. Até agora nenhum tijolo foi assentado.

Assim fica difícil, prefeito... Fica bem complicado "cair na graça" do povo novamente. Fica bem difícil pensar em reeleição. Nada do que se diz se concretiza. Até o "Pingo da Mei Dia" foi alterado e passou a se chamar "Pingo da Mei Tarde".