Dez anos.
Duas vidas.
Duas mortes.
Quantos assassinos?
Quantos presos?
Quantos responderam pelo crime?
... Em 23 de junho de 2005, no município de Santa Maria, próximo à região Metropolitana de Natal, um carro oficial cinza, com placas de Grossos, foi fuzilado. E, assim como o veículo, o prefeito João Dehon Neto da Costa, o Dehon Caenga, e o motorista Márcio Sander. Entrou governo, saiu governo. Mudou tudo... Mas tudo continua do mesmo jeito: os que mataram estão soltos. Em liberdade.
Os que morreram, obviamente, ficaram presos na morte e, assim como nas telas do cinema, foram envoltos pelo manto da invisibilidade e não mais ressurgiram. Deixaram este mundo da maneira mais cruel que se possa imaginar: corpo crivado de balas e parcialmente destruídos pelos projéteis. E assim ficou a família: destruída.
De 23 de junho de 2015 para cá pouca coisa mudou. Quem matou o prefeito Dehon Caenga e o motorista da Prefeitura de Grossos continua na mesma situação. Entende-se que, com isso, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, independente de quem esteja no comando, não dá valor à vida do cidadão. Fala-se muito em insegurança controlada.
Mas é preciso, também, que o governo qualifique seus policiais. Afinal, o cidadão é quem paga o salário dos servidores públicos. Tem que fazer a segurança? Obviamente que tem. Tem que punir os criminosos? Tem, e como tem. Tem que punir policiais que cometem atos que são contra a vida? Isso é o que tem mesmo.
Mas, ao longo desses 10 anos, não se viu o Governo do Estado mexer uma palha para externar que caminha em alguma direção. Se a morte de um prefeito continua sem que seus assassinos sejam punidos, imaginem um cidadão comum. Remete à tese de que qualquer um pode matar e não receberá nenhuma punição.
Em 23 de junho de 2005, quando retornava de Natal para Grossos, o prefeito Dehon Caenga foi morto, assim como o motorista Márcio Sander, durante suposta operação policial na entrada do município de Santa Maria. Os policiais disseram, à época, que confundiram o veículo oficial com outro. O resultado já se sabe: quem perdeu a vida levou a pior. E, dez anos depois, tudo continua do mesmo jeito.
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