Diante das especulações acerca de
suposta crise política envolvendo o prefeito Silveira Júnior (PSD) e o
vice-prefeito Luiz Carlos (PT), bem como da movimentação que se faz acerca de
rotas estabelecidas para taxistas intermunicipais, bem como da crise econômica
que poderia inviabilizar a folha de pagamento dos servidores de Mossoró, o blog
enviou algumas perguntas ao prefeito, cujas respostas seguem abaixo. Silveira
descarta, por exemplo, animosidade entre ele e Luiz Carlos e afirma que não
existem problemas envolvendo o seu partido e o PT municipal. Com relação às
rotas, o prefeito diz que a medida não causará problemas. Leia abaixo:
Existe alguma animosidade política
envolvendo o senhor e o vice-prefeito Luiz Carlos?
De maneira nenhuma. Sempre nos demos
bem, desde a época da Câmara. Respeito e tenho muita admiração por Luiz Carlos.
Não tenho nenhum problema com ele, nunca tive e nem estou tendo agora.
Por quais motivos o senhor determinou
a validação da rota para taxis intermunicipais poucos dias depois do
vice-prefeito ter suspendido e orientado para que se discutisse mais o tema?
Quero deixar claro que não se trata
de perseguição, como têm dito por aí, e muito menos tenho intuito de prejudicar
ninguém. Como prefeito de Mossoró, tenho obrigação de fazer o melhor por nossa
cidade. Temos uma secretaria de Mobilidade Urbana, composta de técnicos e
engenheiros que realizam pesquisas e, através desse trabalho, sabe o que é
importante para o nosso trânsito. Então, essa equipe chegou a um entendimento
que, para garantir o transporte coletivo eficiente que não sofra
descontinuidade, temos de tomar algumas medidas e uma delas é a realocação dos
taxis intermunicipais. Esclareço que eles não estão proibidos de trazer seus passageiros
para Mossoró, mas precisarão seguir algumas regras. Tivemos reunião com ACIM,
CDL, Sindvarejo, Câmara Municipal e outras entidades e chegamos a um
entendimento que os taxistas desembarcam seus passageiros no centro da cidade
(no caso aqui próximo da Estação das Artes) e depois vão para lugares fixos que
ficam próximo a Feira do Bode e Aeroporto, esperar lotação para voltar. Esta
medida favorece o taxista de Mossoró, o mototaxista, bem como o ônibus que é o
transporte mais democrático em atividade e que tem o respaldo de 85%. Isso
garante mais renda e ajuda na manutenção dos nossos empregos, bem como gera
receita para Mossoró, ajudando ao comércio e diversos outros setores.
O senhor não teme que consumidores de
outras cidades deixem de vir a Mossoró e prejudique a economia?
A pessoa de outro município que vem a
Mossoró para uma consulta médica ou para pesquisar melhores preços no comércio
não deixará de vir por causa de uma passagem de R$ 2 no ônibus. Sem falar que
eles desembarcarão no centro, próximo dos principais pontos visitados e de
terminais de ônibus que os levam para qualquer parte da cidade.
A crise financeira põe em risco o
pagamento da folha de pessoal?
Veja bem, a crise financeira coloca
em risco a folha de pagamento de todos os municípios do Brasil, como também dos
Estados. Rio Grande do Sul e Sergipe, por exemplo, já atrasaram pagamentos, sem
falar em vários municípios de estados importantes como Rio de Janeiro, São
Paulo e Minas Gerais. Em Brasília, durante a Marcha Permanente dos Municípios,
me disseram que mais de mil municípios estão com a folha de pagamento atrasada.
Então, é lógico que a crise coloca em risco qualquer estabilidade. Em Mossoró,
por exemplo, nós estamos perdemos R$ 5 milhões por mês, mas ainda estamos
mantendo a folha em dia. Já fizermos os ajustes necessários e com isso estamos
conseguindo evitar os atrasos, mas, por exemplo, se atendêssemos ao pleito da
greve como eles querem, iríamos inviabilizar o pagamento da folha, por isso não
tivemos como atender o que o Sindicato vem pedindo.
Especula-se que exista insatisfação
de uma ala do PT com a sua administração. O senhor tem encontrado dificuldades
no relacionamento político com o PT?
Temos uma ótima relação com o PT a
nível federal, onde nosso presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, é
ministro da presidenta Dilma. Aqui no Estado, tenho amizade pessoal com a
senadora Fátima Bezerra que é uma companheira de todas as horas. Temos bom
relação também com o deputado Mineiro que é aliado do governo Robinson e aqui
no município não é diferente: temos o vice-prefeito, temos quatro secretários e
um bom relacionamento. Agora, o PT é dividido em algumas correntes e posso
garantir que a maioria dessas correntes está caminhando com a gente, nos
ajudando a trabalhar por Mossoró. Tivemos uma reunião com o Diretório,
comandada pelo presidente Nelson Gregório, fizemos uma prestação de contas,
explicamos as dificuldades, mostramos o que temos para o futuro e tivemos a
palavra deles que continuaremos unidos. Então estou tranquilo e acredito que
nossa parceria com o PT tende a se fortalecer cada vez mais.
Quais suas pretensões para as
eleições de 2016?
As eleições de 2016 ainda estão muito
longe. Estamos preocupados em atravessar e vencer esta crise. Estamos focados
na administração. Lançamos agora um fórum de discussão dos problemas da cidade,
escutando todas as categorias, no sentido de pensar Mossoró agora e no futuro.
Sobre a política, nosso jurídico está atento com relação a minha situação, fazendo
todas as consultas neste sentido e mostrando que podemos sim ser candidatos,
mas isso faz parte de um processo natural de qualquer político. No geral, não
estamos preocupados com essa questão de eleição. Todo prefeito teve quatro anos
para administrar, eu terei um ano a menos e ainda enfrentando uma das maiores
crises do país. Então é difícil você conseguir colocar em prática tudo o que
deseja, almeja ou planejou em um período de crise e com apenas três anos.
Contudo, se tivermos condições jurídicas e o apoio dos partidos, dos
vereadores, dos líderes comunitários e do povo, por que não enfrentar? Mas
agora, o momento é de trabalhar pela cidade e ajudar na luta diária do
municipalismo.