Quem é afeito às tradições religiosas vai lembrar do que o Papa Francisco disse durante a Missa de Natal, realizada, óbvio, recentemente. Em outras palavras, o líder do catolicismo afirmou que para mudar a realidade, a pessoa precisa, antes de tudo, mudar a si mesmo. E, por mais óbvio que seja, grande parte da população segue, contraditoriamente, o contrário: quer mudanças, mas não muda.
Vamos aplicar a frase do Papa na questão eleitoral. Entra ano, sai ano e todos falam a mesma coisa: é preciso mudar. E todos caem na palavra fácil dita por quem já tem o dom de jogar palavras ao vento. Olhe o Rio Grande do Norte: Fátima Bezerra (PT) foi eleita com o discurso de mudança. Mas ela própria não mudou. Continuou fazendo a mesmíssima coisa. Até o plano de governo foi copiado do Piauí...
E na manhã desta segunda-feira a governadora concedeu entrevista ao Bom Dia RN, na TV Cabugi. Muitas palavras. Pouca ação. Para ser mais claro, basta citar algo próximo: a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por exemplo, tem comido o pão que o diabo amassou no governo do PT potiguar. e olhe que a governadora vivia se jactando que era educadora... Imagina se não fosse. O certo é que se não fosse pela habilidade do reitor Pedro Fernandes, a Uern, talvez, já estaria de portas fechadas desde que o RN tem nova gestão.
O blog não está dizendo que a gestão anterior foi boa. Pelo contrário. Mas Fátima foi eleita com o fácil discurso de mudança. E, sinceramente, não se viu tanta mudança assim. Falar que está arrumando a casa, como a governadora disse na Intertv, sinceramente, não convence. Ela sabia perfeitamente como estava a situação do Rio Grande do Norte. Preferiu se colocar como salvadora da pátria para ser eleita. E foi. Reata saber se vai salvar o Estado...
E a afirmação feita no início desta postagem se aplica também ao governo de Jair Bolsonaro. Um presidente que não tem sido fiel ao que disse na campanha. Para não ser longo, em recente pronunciamento, o presidente teve a ousadia de dizer que fechava 2019 sem notícias de corrupção... ora, ora... Esqueceu de olhar para dentro da própria casa. Família, melhor dizendo...
E as palavras iniciais desta postagem também se aplicam a 2020. Agora todos que têm interesse na giroflex do Palácio da Resistência surgem como suprassumo da administração pública. Falam em mudança. Mas mudaram? Pelo contrário. Velhas práticas continuam mais ativas do que antes. O velho modelo apenas se traveste de novidade para ver se cola. É igual ao desenho animado das antigas: o lobo sempre faz de tudo para ver se traça algumas ovelhas. Caso o eleitorado não acorde para os lobos da política, continuará sendo alimento em ano de eleição.