Mas, diferente da obra literária, aqui se "inaugurou" o retorno de cirurgias eletivas, com direito a live do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) diretamente da sala de cirurgia. A intervenção cirúrgica foi ginecológica, aquela em que a mulher fica praticamente despida. Como se percebe no vídeo, na ânsia de ser mais youtuber do que prefeito, Allyson Bezerra expôs demais: a paciente e, por tabela, colocou em xeque a ética médica.
A bizarra - e merece que se use tal adjetivo, cena é complicada. Expõe bem mais do que a paciente e merece ser analisada pelo Ministério Público. A famosa dignidade da pessoa humana, ao ver do blog, foi para as cucuias.
Sim, porque ao entrar em uma sala de cirurgia, sem ser médico e levar uma equipe da sua comunicação fazer o devido registro, Allyson Bezerra deixa claro que desconhece os limites da razoabilidade administrativa e mistura, por tabela, duas personagens da ficção: Odorico Paraguaçu, prefeito da cidade fictícia de Sucupira, e o jornalista blogueiro Téo Pereira, que aparece na novela Império. Ou seja: tudo é válido por um clique. Tudo vale em nome dos seguidores. Tudo pode para atrair a atenção.
Allyson precisa, urgentemente, aprender a ser prefeito e deixar de lado o aspecto blogueiro. Afinal, administrar não rima com exposição desnecessária. Ainda mais de quem está indefesa em uma maca e estava esperando, talvez com dores e sofrimento, pelo retorno das cirurgias eletivas. Tem limite até para sem limite.
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