Primeira
prefeita eleita de Grossos, a ex-vereadora e ex-secretária municipal de Assistência
Social Cinthia Sonale (PSDB) tem uma missão: reconstruir uma cidade que tem
pouco mais de 10 mil habitantes e que precisa, urgentemente, sair do marasmo em
que se encontra. Isso nos mais diversos setores. Ela derrotou duas estruturas
pesadas, sendo uma do vereador Erasmo Carlos (PC do B), que teve o apoio do
prefeito José Maurício Filho (MDB), e outra da vereadora Clorisa Linhares (PP),
esposa do empresário Jonhson Kriecer. Duas pesquisas foram divulgadas e ambas
indicavam que Cinthia seria derrotada por Clorisa, que acabou ficando na
terceira colocação. Abaixo a entrevista que o blog fez com a prefeita eleita de
Grossos:
A
senhora enfrentou duas estruturas fortes e que trabalharam muito para que o
eleitor não lhe garantisse a vitória. Mas, ao abrir das urnas, a senhora acabou
se tornando a primeira prefeita de grossos. Como foi ser alvo de duas
candidaturas e mesmo assim vencê-las?
A
possibilidade de vitória existe em toda e qualquer campanha. Agora nesta
última, desde o começo, percebemos que seria a vez do povo. Pela ausência de
ações concretas e reais do poder público. Mas digo que a vitória é do povo. Não
foi fácil disputar com candidaturas que tinham grande poder. Mas estamos aqui,
eu e Galego, eleitos, para administrar a cidade a partir de janeiro. Vamos
realizar uma gestão como anunciamos: á quatro mãos. Ficou bem claro, desde o
começo da campanha, que seríamos vitoriosos. Lógico que tudo poderia acontecer,
mas sabíamos que o povo estava conosco. E, passada a eleição, vamos tratar de
colocar em prática o que foi assimilado pela população e governar para todos.
Independente de partido político. Fomos eleitos para administrar o município. E
dizer, também, da nossa alegria. Agradeço a cada um e a cada uma que acreditou
no nosso projeto, no nosso sonho de transformar Grossos em uma melhor cidade e
da qual as pessoas possam ter orgulho.
A
eleição, contudo, já passou. Agora é hora do trabalho, mesmo sem ter tomado
posse. Como a senhora pretende trabalhar a equipe de transição?
Já
definimos a equipe e esperamos iniciar o trabalho o mais rápido possível. A
eleição deste ano foi atípica e aconteceu em 15 de novembro. Temos poucos dias
para nos inteirarmos sobre tudo. Claro que sabemos de alguma coisa, mas
precisamos detalhes. Não queremos assumir e termos surpresas. E aqui não vai
nenhuma crítica á atual administração. É que realmente precisamos saber
detalhes da vida administrativa, números, estatísticas, projetos, verbas,
dívidas. Tudo isso precisa ser passado para que possamos entrar janeiro sabendo
o que vamos fazer de início, de imediato. Precisamos dar respostas à população.
Vamos realizar uma gestão transparente. Foi para isso que eu e Galego fomos
eleitos.
Sobre
a composição do secretariado, como será?
A
nossa equipe será composta por pessoas capacitadas e que tenham conhecimento
técnico sobre áreas específicas. Será uma equipe extremamente competente e
comprometida com a coisa pública. Não admitirei nenhuma ação que possa macular
o desejo do povo. Não admitirei nenhum ato que possa envergonhar a nossa
população. E exigirei compromisso, fidelidade e, acima de tudo,
responsabilidade e ética no trato com a verba pública. Fomos eleitos para isso:
para fazer com que toda a população tenha acesso aos direitos mínimos. E vamos
buscar parcerias para projetarmos a Grossos que queremos. Nosso objetivo é,
daqui a quatro anos, transformar a realidade que todos conhecem. E não vamos medir
esforços. Trabalharemos incansavelmente para concretizarmos o que defendemos em
praça pública na campanha que passou.
A
senhora já tem em mente como será os primeiros dias de sua gestão?
Nosso
foco será para os problemas imediatos. Já vislumbramos que a saúde e a limpeza
pública podem ser nossa prioridade nos primeiros dias. Mas essa possibilidade
pode ser alterada, dependendo de como a atual administração vai seguir neste
último mês de dezembro. Mas, como é de praxe em toda gestão que se inicia, o olhar
mais atencioso será para a saúde. Até por questões próprias da área. O que
posso adiantar é que, como já temos o plano de governo definido, iremos apenas
colocar em prática o que defendemos nas ruas e cujas ideias foram aprovadas
pela população. De modo que todos os setores serão contemplados e terá, óbvio,
mais atenção aquele que apresentar maior necessidade. E isso já vai sair no
relatório que a nossa equipe de transição vai elaborar e que nós, obviamente,
vamos apresentar a todos os cidadãos.
Quem
acompanha o cotidiano de Grossos sabe que existe muito a ser feito. Qual será
sua prioridade?
Como
já foi dito na pergunta anterior, nossa prioridade será resgatar a cidadania, a
autoestima dos grossenses. E isso passa, primeiramente, pela saúde. A nossa
meta, minha e de Galego, é cuidar das pessoas. E cuidar das pessoas implica que
teremos que garantir os direitos básicos, como uma consulta médica e
medicamentos a quem precisa. Iremos analisar, com cuidado, a questão da
educação. Precisamos definir, logo nos primeiros dias, a nossa atuação.
Precisamos saber o que pensam os nossos professores sobre a retomada gradual
das aulas presenciais, e decidiremos se será possível, ou não, construir algo
nesse sentido. Assim, a grosso modo, a nossa prioridade será justamente essa:
cuidar das pessoas. Foi para isso que fomos eleitos. E é o que vamos fazer.
Economicamente,
Grossos perdeu na arrecadação de royalties e tem no FPM a sua sustentação
financeira. Como a senhora vai resolver esse problema?
Vamos
sentar, já na primeira semana da nossa administração, com a assessoria jurídica
da Prefeitura para vermos o que pode ser feito. É fato que gestão que se finda
em dezembro recebeu mais de R$ 80 milhões de royalties. Não vamos demonizar
ninguém ou iniciar uma “caça às bruxas”. Mas é natural que queiramos saber
detalhes sobre os recursos dos royalties. É algo que não dá para adiantar muita
coisa porque precisamos ter informações que serão passadas para a equipe de
transição. Mas o certo é que vamos buscar, via Justiça, que o repasse de
Grossos seja equiparado a Tibau, por exemplo.
Como
a senhora pretende trabalhar o fato de não se ter notícias, dados e informações
sobre a prestação de contas da gestão que está chegando ao fim?
Vamos
ter essas informações, com detalhes, agora na transição. Como eu já disse: não
vamos demonizar ninguém. Não vamos acusar por acusar. Iremos, apenas, buscar o
que pertence, de verdade, ao povo. E foi para isso que eu e Galego fomos
eleitos.