Único deputado estadual presente no lançamento do programa RN Sustentável, na manhã desta segunda-feira pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) em Mossoró, José Adécio (DEM) evitou o tom contundente que marcava a suas entrevistas até pouco tempo e quando era perguntado sobre candidatura à reeleição de Rosalba. Na conversa mantida pelo blog com o parlamentar, ao lado do jornalista Bruno Barreto, do jornal O Mossoroense, Adécio deixou claro que o futuro político de Rosalba depende dela mesma. E afirmou que ela precisa se viabilizar. Viabilizando-se, Rosalba teria o respaldo do seu partido, o Democratas. Mas José Adécio também evitou apresentar qualquer prognóstico e afirmou que quem poderia se manifestar seira o próprio DEM. Ou seja, o seu presidente, o senador potiguar José Agripino Maia. A única certeza que José Adécio tem é a de que será candidato à reeleição. Leia abaixo:
O RN Sustentável é virada do governo Rosalba Ciarlini?
Essa parte do RN Sustentável eu não diria que é uma virada do governo. É uma obra de governo. o RN Sustentável é uma obra de recursos acentuados que vão, na verdade beneficiar muito a saúde, educação e segurança, e também o homem do campo.
Como o senhor vê o relacionamento atual da governadora com a bancada na Assembleia Legislativa?
A bancada da governadora, do partido, é (composta pelo) deputado Getúlio Rego, deputado José Adécio e pelo deputado Leonardo (Nogueira). Nós somos do partido e, até o momento, aquilo que a governadora tem encaminhado para a AL e que é do interesse do RN tem o nosso apoio. Então ela continua com o apoio de Getúlio, José Adécio e Leonardo na AL.
Há um silêncio da bancada governista no momento das críticas...
Tem certos tipos de assuntos, e sou político que o RN me conhece. Estou há 38 anos ininterruptos na vida pública. Me envolvi quando tinha 20 anos de idade, fui secretário do governo José Agripino e estou no sétimo mandato consecutivo e já tendo sido presidente da AL. Essa história de experiência tem certos momentos em que as críticas que a oposição faz a qualquer governo, seja Rosalba, Agripino, Geraldo Melo - e já fui deputados nesses governos... Quando é uma crítica construtiva, ela (a bancada) tem que concordar. Não são críticas à pessoa da governadora e a bancada tem que concordar. Mas a bancada tem se posicionado: eu, Getúlio e Leonardo também. Não podemos, a toda hora, com deputado de oposição - até porque fui oposição em vários governos... Não vejo que o governo não tenha defesa. O líder do Governo (Getúlio Rego) tem feito e eu tenho feito defesas muito boas da governadora... Leonardo Nogueira também... A defesa de governo é mais obrigação e dever do líder do Governo e Getúlio tem defendido o governo.
O senhor concorda que as críticas da oposição são justas?
Na maioria não e outras, sim. Há críticas que não podemos esconder a verdade. A segurança é um problema no RN, no Brasil e no mundo. E quando a oposição critica e quer melhorias, de modo geral, precisamos achar que precisa. Mas não é só no Rio Grande do Norte. É no Brasil e no mundo.
O senhor acha que o fato do novo secretário de Segurança ser um general (do Exército) significa que haverá melhoria?
General é general em todo canto. Mas é um assunto que não entro. Até porque tomei conhecimento da exoneração (do ex-secretário) e da posse do atual pela imprensa.
O deputado Nelter Queiroz chegou a dizer que o governo Rosalba acabou. O senhor acha que é exagero?
Acho. Conheço o deputado Nelter e antes dele chegar, conheci o pai dele. Ele exagera e acho que governo nenhum acaba antes de concluir o mandato. Na minha visão, o governo de Rosalba não acabou e acaba em 31 de dezembro de 2014.
O senhor defenderia a candidatura de Rosalba?
Isso é assunto do partido. Eu, por ser de partido, não posso falar. Quem tem que dizer se é candidata ou não é Rosalba Ciarlini. Posso dizer que nunca vi, em momento algum, o partido se posicionar contra a candidatura de Rosalba. Ela é quem tem que viabilizar sua candidatura e dizer se é candidata ou não. o partido, claro, que vai avaliar.
A prioridade é a chapa majoritária ou a proporcional?
É uma pergunta que preciso responder, porque não escondo nenhuma resposta. Em toda eleição, partidos visualizam a majoritária. A majoritária puxa a proporcional. Evidentemente que precisa de uma decisão partidária. Apenas sou um dos que votam.
A debandada de partidos do Governo não deixaria o DEM isolado para pensar nas chapas majoritária e proporcional?
Não sei se deixaria isolado. Até porque não tem nenhum candidato definido. O PMDB diz que vai ter candidato, mas ninguém sabe quem é o candidato. A única candidatura que se diz candidatura é a candidatura do meu ex-colega e vice-governador Robinson Faria (PSD). Está tentando viabilizar sua eleição. Não sabemos quem é o candidato do PMDB. Não sabemos quem são os candidatos a senadores. Não há definição. Evidentemente que a questão do DEM, e precisamos ser claro, temos a governadora e só ela pode dizer se é candidata Fica muito ruim e antiético eu, por ser deputado, dizer que Rosalba não é candidata. Até porque ela não disse isso a ninguém. Nunca ouvi ela dizer se é candidata ou não. Ela está dizendo que está voltada para administrar o Rio Grande do Norte. Se ela será candidata ou não, é uma pergunta que deve ser feita a ela.
Deputados da base afirmaram que o governo Rosalba era fechado e por isso houve a debandada de partidos. O Governo está mais aberto?
Há críticas de que o Governo é fechado. Eu mesmo, não sou deputado de viver subindo rampa de governo... Fui deputado de oposição. Só fui governo com José Agripino pela segunda vez, um ano com Wilma e agora com Rosalba. Então, isso para mim não tem muito significado. Quando vou ao Governo, solicito audiência e quando me é concedida, chego lá.
O senhor vai disputar a reeleição?
Sim, sou candidato mais uma vez a deputado. Ainda tenho como contribuir com algumas coisas para o Rio Grande do Norte.