Do discurso lido pelo governador Robinson Faria (PSD) na
Assembleia Legislativa na tarde da terça-feira passada, a certeza de que muita
coisa vai rolar e que o retrovisor voltará a ser usado com força. Não que isso
faça parte da estratégia do governador. Mas seria algo inerente à
defesa/acusação. Semelhante ao chamado efeito dominó, de que algo dito pela
oposição provocaria reação quase que imediata de Robinson.
E ele emitiu sinais
claros e evidentes que não vai deixar nada sem resposta. A começar por uma frase,
a qual o blog destaca agora: “Não adianta querer confundir a população. Cobrar
de um Governo de apenas 30 dias o que não fizeram em décadas de poder é assumir
seu próprio estelionato eleitoral.”
Mais claro, impossível. A questão é que o
governador sabe dos problemas que assolam o Rio Grande do Norte. E as cobranças
que são feitas decorrem do que ele mesmo disse durante a campanha eleitoral do
ano passado. E o interino vai se ater a apenas um aspecto do que se disse no
período eleitoral.
A segurança, por exemplo, foi o que se chama de
“carro-chefe”, a bandeira maior levantada pelo então candidato Robinson Faria.
Ele chegou a afirmar durante suas visitas a Mossoró que iria resolver o
problema da segurança na primeira semana de seu governo. Aliados do governador
em Mossoró podem até soltar a verborragia e afirmar que houve avanços, que
alguma ação efetiva se concretizou.
Mas a coisa não é bem assim. Só se teve a
abertura de uma base de apoio à Base Integrada Cidadã (BIC) do Santo Antônio.
Diz-se que 96 policiais estão nas ruas, fazendo trabalho preventivo.
Sinceramente, o interino ousa discordar da realidade que se vende, pois a
constatação que se faz não é essa. Pode até existir esse contingente nas ruas,
mas este só aparece em fotos divulgadas pela mídia oficial.
A bandidagem está
mais atuante que nunca. A criminalidade aumenta e o crime vai se organizando
cada vez mais. Difícil, governador, não criticar. Difícil não cobrar. Até
porque o senhor foi eleito justamente para sanar problemas que foram listados em
seu palanque. Se as cobranças aparecem agora, foi justamente porque Robinson
Faria vendeu bem sua imagem de candidato, de que ele seria o mais preparado e
que seu plano de governo seria o mais completo para salvar o Rio Grande do
Norte.
Mas é bom salientar que Robinson tem razão em um aspecto: seus maiores
opositores, juntos, somam 16 anos de governo, e se cobram agora é porque
realmente reconhecem que erraram.
Por outro lado, quem está no governo deve ter
a ciência de que se elegeu justamente para atender demanda decorrente da
incapacidade de quem lhe faz críticas hoje. Não se pode governar pensando
apenas no bônus. O ônus é bem maior.
Fonte: Jornal de Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário