Bárbara Cavalcante*
Não é uma questão de ter um filho/neto/irmão de político querendo o seu voto, é uma questão preparo para a vida pública. Ter nascido neste meio e, ter familiares engajados, não é questão de desprestígio, pelo contrário, muitas vezes, significa experiência adquirida...
Além de nascer e aprender a fazer
política com os familiares, eles estudam e se preparam para isso... É preciso
que nós – sociedade – entendamos: o problema não é a frequência em que um
sobrenome é posto em um pleito, o problema sou eu, o problema também é você que
não se sente parte deste cenário político. O problema é o nosso ‘pré-conceito’
entranhado.
O problema é você que olha para o caos
brasileiro e não se sente culpado, e, apesar de não fazer nada, nem se dispor a
servir ao povo, ainda vê problema em quem o faz, despejando sobre um candidato
(que carrega experiência política no sobrenome) um olhar de desconfiança, como
se estivesse diante de estuprador apenado. Ouso concordar com o McGarden, ‘o
assassinato intelectual é o maior crime já registrado’ e, quero acreditar que
as ‘críticas’ copiadas e coladas nas redes sociais, são uma prática para fugir
da complexidade do tema.
Um lembrete para os críticos online: a
política não está no Congresso Nacional, Assembléia Legislativa e nem no Palácio
do Planalto... A política está aqui! Nas nossas atitudes, no nosso discurso e,
sobretudo, na nossa empatia com o próximo.
Fazemos política o tempo inteiro... Já
parou pra pensar se você joga limpo? Você tem discernimento próprio? Ou deixa o
seu sobrenome falar por você? Viu? Apesar de ter aprendido muito com a sua
família, você se preparou para a vida ao seu modo. Assim acontece com os
familiares dos nossos representantes.
Ou será que por ser filho de político
não se pode acreditar em mudanças? Vão ter que perder a esperança? Fazer
mudanças não é somente votar no novo. É acertar os ponteiros, é analisar quem
tem competência e afinidade para determinado cargo, é ver quem poderá fazer
política para mudar a vida das pessoas.
Já parou pra pensar que você pode mudar
sua casa reordenando os teus móveis? Assim podemos fazer com o Brasil, como se
estivéssemos arrumando a nossa casa, enquadrando e desenquadrando quem merecer.
O trabalho desenvolvido (ou não) pelo político – representante- conta, mas a
sua postura do político – eleitor - também faz parte da conta a ser fechada com
o nosso país.
Ah! Já estava esquecendo: aquela ideia
de oligarquia não condiz com a nossa realidade, afinal, o governo passou a ser
de todos faz um tempinho. Portando, se você condena a sucessão familiar dentro
dos órgãos representativos, não vote. O poder é seu.
O governo é nosso. Eu acredito na
mudança.
O meu nome é Bárbara, tenho 20 anos,
sou estudante de Direito, filiada ao PMDB. Acredito no Brasil e na força do
sufrágio consciente. Voto em quem tem proposta e trabalha pelo povo, dou-me ao
trabalho de analisar o candidato e faço minhas escolhas. Para mim, não importa
o sobrenome, mas para vocês que gostam de rótulos, eu vou ser franca... Voto em
Alves, Maia e Rosado, mas faço política todo o tempo.
*Aluna do 8º período do curso de
Direito da Faculdade Mater Christi