Prefeitura Municipal de Assú

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Chefia de Gabinete voltará na gestão de Silveira

O prefeito Francisco José Júnior (PSD), que será efetivado no cargo no próximo dia 29, pretende alterar o organograma da Prefeitura Municipal de Mossoró. Dentre as mudanças, o retorno da Chefia de Gabinete, função extinta durante a gestão da ex-prefeita Cláudia Regina (DEM). O prefeito entende que se trata de um cargo que não pode deixar de existir. É que cabe à Chefia de Gabinete a articulação política do governo, bem como tratar de assuntos meramente internos (como agenda e definir prioridades, seguindo – obviamente – o plano de governo). Ao blog, Francisco José Júnior afirmou que as mudanças serão feitas assim que seja empossado. Nesta entrevista o prefeito discorre sobre a visibilidade que o vice-governador Robinson Faria (PSD) passa a contar em Mossoró, bem como de como será sua posição às eleições de outubro vindouro. Confira abaixo:

O senhor já avisou que fará reforma administrativa, uma espécie de ajuste na nomenclatura. O que mudará?

Estamos à frente da Prefeitura desde dezembro de 2013. De lá até aqui, pudemos conhecer bem a administração e saber que setores precisam ser priorizados e que mudanças são necessárias para garantir a continuidade dos avanços que temos implantados desde que assumimos. Entendemos que dois anos e meio é pouco tempo, mas achamos ser suficiente para implantar um modelo de gestão mais ágil e eficiente. Já fizemos muito em quatro meses, temos a população como testemunha, mas temos muito mais ainda por fazer. Nosso lema é trabalho. Portanto, além de mexer com algumas secretarias, vamos precisar criar novas pastas, que consideramos essenciais como, por exemplo, desmembrar Esporte da Educação, criando a Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer. Vamos elevar a nossa Guarda Civil a Secretaria de Segurança e também transformar a Secretaria de Trânsito em Secretaria de Mobilidade Urbana, porque pretendemos fazer modificações importantes nesta área, incluindo um novo sistema de transportes para o município. Porém, é importante deixar claro que essas mudanças só poderão ser feitas depois de aprovadas e colocadas no orçamento.


O surgimento da Secretaria da Mobilidade Urbana é um indicativo de prioridade do setor?

Sim, esta é uma área que está entre nossas prioridades. A questão da mobilidade urbana em Mossoró é um problema da modernidade que tem afetado todas as administrações, não apenas no Brasil. Em Mossoró esta é uma questão que tem gerado muitas discussões e protestos. Não se resolve isso num passe de mágica, mas temos um planejamento que vai mudar esta realidade. O nosso projeto é implantar o mesmo modelo existente hoje na cidade de Curitiba (PR), que é referência no Brasil. Pretendemos, inclusive, levar nossa equipe lá, para que veja de perto como funciona. Este modelo permite ao Município subsidiar o transporte coletivo. O que é que acontece hoje: as empresas cobram do usuário e prestam o serviço. As empresas arrecadam R$ 290 mil/mês com 17 ônibus fazendo as linhas. Na proposta que vamos implantar, o Município recebe do usuário do ônibus e subsidia o transporte público. Com isso, poderemos ampliar a frota para 50 veículos com custo mensal de R$ 600 mil. Quer dizer: independente da quantidade de passageiros que transportem, as empresas receberão o valor acordado. Isso significa que teremos mais linhas, novos destinos e roteiros cumpridos com pontualidade. Então, como as empresas rodarão mais, terão mais usuários, portanto, acreditamos que depois de seis meses, elas ganharão autonomia e não precisarão mais ser subsidiadas, continuando com o compromisso de manter a mesma qualidade do serviço.

O mesmo pode ser dito com relação à Secretaria de Segurança? Como ampliar ações e firmar convênios?

De certa forma, porque pretendemos manter os convênios em nível estadual. Inclusive estivemos, na semana passada, com a governadora Rosalba Ciarlini, que nos recebeu em Natal, para tratarmos de alguns assuntos, entre eles a questão da Segurança Pública. Ela nos garantiu, logo de início, manter o mesmo efetivo para o Mossoró Cidade Junina, mesmo o RN sendo uma sede da Copa do Mundo. Portanto, teremos mais de 100 policiais militares aqui no mês de junho. Ela também garantiu manter a parceria com relação às BICs (Bases Integradas Cidadãs). Paralelamente a isso, vamos convocar novos profissionais para a Guarda Municipal, porque entendemos que as duas unidades são importantíssimas para as áreas atendidas e para a própria segurança de Mossoró. Sem falar que nossa proposta é abrir outras duas bases. Ainda com Rosalba, propomos uma parceria para transferir o 12º Batalhão de Polícia Militar, que hoje funciona na BR-304, saída para Natal, para a base policial que está desativada no bairro Vingt Rosado. A Prefeitura se compromete em realizar a reforma do prédio, com recursos próprios, cabendo ao Estado apenas a transferência dos policiais. Acreditamos que com esta medida, o Batalhão estará mais próximo da população e estrategicamente localizado. Além disso, no próximo dia 20 estaremos em Brasília para acelerar o processo de inclusão de Mossoró no projeto Brasil Mais Seguro, que permite ao município receber viaturas, equipamentos e até recursos para outros investimentos.

A articulação política de toda prefeitura é feita pela Chefia de Gabinete, que foi extinta. Como será essa ação?

Esta é uma boa pergunta, porque entre as mudanças que pretendemos fazer a partir do próximo mês, depois de sermos empossados como prefeito e vice-prefeito eleitos de Mossoró, está a criação da Chefia de Gabinete. Ainda não tivemos tempo de discutir o formato. No entanto, acho de extrema necessidade porque facilita e agiliza a agenda administrativa, descentralizando muitas coisas. Hoje tenho grande dificuldade de me ausentar de Mossoró porque não tenho um vice para me substituir. A partir do dia 29, além do nosso vice, professor Luiz Carlos, pretendo ter também um chefe de Gabinete, de modo que quando precisar viajar em busca de recursos e melhorias para nossa cidade, saberei que a cidade estará em boas mãos.

O fato de o senhor ter vencido a disputa na eleição suplementar, e por ser filiado ao PSD, abre um olhar diferenciado sobre o vice-governador Robinson Faria. Ele passaria a contar com uma visibilidade onde menos esperaria?

Acredito que sim. O vice-governador Robinson Faria ganhou uma grande visibilidade aqui em Mossoró. Se diziam que ele não era conhecido, no final da campanha ele já era recepcionado com abraços, aplausos e tinha muita gente vibrando em torno de seu nome. A nossa vitória, que teve a sua participação efetiva, lhe deu o fôlego que ele precisava.

Como ficará a sua posição com relação a apoio aos candidatos proporcionais nas eleições de outubro? Já é possível vislumbrar um desenho da definição?

Havendo a confirmação das pré-candidaturas, nós mantemos o que estamos dizendo desde o início: apoiaremos o deputado Leonardo Nogueira para a Assembleia Legislativa e o deputado Fábio Faria para a Câmara Federal. Esta é uma questão que estava definida desde o início. Do mesmo modo, temos atenção com a pré-candidatura da deputada Fátima Bezerra para o Senado.

O senhor conta com maioria na Câmara Municipal. Em tese, não terá dificuldades na relação com o Legislativo...
Nunca tive dificuldade com o Legislativo. Sempre recebemos os vereadores que ajudam muito ao nosso município e continuaremos assim. Antes da campanha, nós conseguimos o feito histórico de conquistar o apoio de 18 dos 21 vereadores para a nossa gestão. Durante a campanha, 15 deles continuaram nos apoiando, mostrando que nossa relação sempre foi positiva, desde quando eu estava na presidência da Câmara. Agora, no que depender de mim, essa boa relação continuará durante toda a nossa gestão, não apenas com quem nos apoia, mas com os 21 legisladores que, como eu, têm a responsabilidade de pensar o desenvolvimento de Mossoró.


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