É sabido que quando algum paciente dá entrada em qualquer unidade hospitalar, a integridade dele passa a ser única e exclusivamente da instituição. E se for órgão público, a situação ainda fica mais problemática. Sim, porque o prefeito poderia ter feito o registro do procedimento cirúrgico de algum parente, seja lá qual fosse. Menos de uma cidadã que paga seus impostos, inclusive paga a cirurgia eletiva à qual se submeteu. Sim, porque a coisa pública não é de graça.
Voltando ao questionamento: quem autorizou a entrada do prefeito? Foi a direção da Maternidade Almeida Castro? Se foi, deve responder pela ação impensada protagonizada pelo prefeito mossoroense. Diante do fato, se foi a direção que autorizou, qual a garantia de que as pacientes terão a privacidade assegurada em casos de cirurgias íntimas, que foi o caso da repercussão que provocou o interesse do Conselho Regional de Medicina em investigar o prefeito?
Se foi o médico, o Conselho Regional de Medicina também deve investigar. Até porque, a exemplo do que foi dito sobre a Maternidade Almeida Castro, se o médico autorizou, qual a garantia de que outras pacientes não terão o procedimento tornado público? Que o blog saiba, as únicas pessoas realmente autorizadas a estarem na sala de cirurgia é a equipe médica. Como não se tratou de parto, porque não se enquadra em cirurgias eletivas, nenhum familiar poderia acompanhar o procedimento.
Os que saem em defesa do prefeito Allyson Bezerra nas redes sociais e afirmam que houve a autorização para que ele registrasse a cirurgia deveriam, também, ser arrolados como testemunhas e serem ouvidos pelo Conselho Regional de Medicina.
Brincar de administrar uma cidade do porte de Mossoró é que não dá para aceitar. Muito menos aplaudir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário