Já passaram cinco prefeitos desde o primeiro contato do blogueiro com o município de Grossos. Uma convivência que vem desde os idos de 1995/1996. De lá para cá, claro que mudanças ocorreram, mas não foram suficientes para transformar a vida de muitos. Poucos conseguiram o sucesso em detrimento de centenas. O que faltou? Diria que o básico: comprometimento com a população. Duquinha, João Dehon, Dehon Caenga e agora Veronilde Caetano. Os dois primeiros cumpriram seus mandatos inteiros. Caenga ficou apenas cinco meses no cargo. Entrou em janeiro de 2005 e teve o mandato interrompido de forma abrupta, tal qual sua vida. Assassinado por policiais na cidade de Santa Maria, já perto de Natal.
O seu então vice-prefeito, Veronilde Caetano, assumiu a titularidade do cargo. Em meio às intempéries relacionadas à morte de Dehon, conseguiu concluir o mandato. Reconstrução do Hospital SOS e do terminal rodoviário, além de ambulâncias foram benefícios herdados por Caetano. Recursos das duas primeiras obras foram viabilizados por Caenga em Brasília. Concluídas por Veronilde.
Em 2008 Veronilde é reeleito, tendo como vice a irmã de Dehon Caenga, professora Melânia Caenga. De 2009 até agora, pouco benefício concretizado. O leitor deve estar se perguntando o motivo dessas linhas e a resposta é uma só: Grossos continua carente de atenção.
Neste sábado, 11/12, o município completa 57 anos de emancipação. A programação anunciada pela Prefeitura Municipal se apequena diante da importância de pessoas que fazem daquela cidade um lugar bom de se viver. Ou melhor, era para ser bom.
Explico isso: Grossos deveria estar em um outro patamar, sem uma realidade que chega a doer aos olhos de quem presencia determinados fatos. De ver pessoas perambulando na Prefeitura atrás de uma ajuda qualquer.
É nesse sentido que a carência se dá. Pela inexistência de uma política relacionada ao desenvolvimento, à atração de empresas que possam explorar a riqueza existente no município, seja o sal ou a terra - de qualidade garantida para exploração da fruticultura.
O difícil, ao longo desse tempo de convívio com as pessoas de Grossos é observar a partida de muitos que tinham vontade de ver o lugar transformado. Com espaços de lazer para crianças, jovens e idosos. Com seu mercado transformado em shopping popular, com uma praça bonita no largo da Avenida Coronel Solon... Enfim, o sonho vai sendo adiado e muitos têm partido para outro plano sem almejar essa transformação.
Cito alguns exemplos de pessoas que queriam aquela cidade em outra realidade: José Ferreira de Albuquerque, militante do PMDB que chegou a disputar a Prefeitura em anos passados; o prefeito Dehon Caenga, que não pôde dar prosseguimento ao seu projeto de governo, além de tantos outros que já se foram.
Mas outras gerações se movimentam para buscar no passado a inspiração para o futuro. Ainda tem tempo daquela cidade, defendida por Rui Barbosa na disputa envolvendo o Rio Grande do Norte e o Ceará, mostrar seu potencial. Um vasto litoral inexplorado, bons atrativos turísticos que estão adormecidos por falta de incentivo e de gestão voltada ao desenvolvimento do potencial grossense.
É tempo de mudar. De ousar. De planejar o município para o futuro. De pensar alto e garantir melhorias em diversos aspectos. É preciso pensar a cidade como um todo. de garantir avanços estruturais e não depender apenas de verbas federais. Grossos tem uma receita que beira a R$ 1 milhão por mês.
Não é possível que existam precatórios excessivos que não permitam, ao menos, a garantia de pavimentação a bripar e asfáltica nas principais ruas ou um melhor visual no Centro. A própria Prefeitura precisa de nova roupagem. Deixar de ter aspecto de um centro de velório para ser vista como uma verdadeira sede do poder Executivo.
São projetos futuros. Para os próximos gestores. Que o eleitor grossense possa escolher certo o seu administrador. Quem já teve experiência no Executivo e não foi lá essas coisas, creio, deve abrir espaços para gente nova. É preciso mudar até nesse aspecto.
E isso não é só voltado para Grossos. Em Areia Branca, quadro igual. O vice-prefeito José Bruno Filho (PMDB) é o nome para 2012. Sucederá o prefeito Souza, que já foi vice de Bruno. Será que não existem outras pessoas que possam assumir a Prefeitura daquela cidade? Areia Branca continuará nesse vício até quando?
Apenas para uma reflexão. E nada mais.