O blog tem evitado ocupar espaços nas redes sociais neste período. Pouco surge de novidade e nem sempre é salutar escrever mais do mesmo. Fica parecendo pirraça. Coisa de menino buchudo, como se diz pelo interior. Mas, diante da falta de novidade, vamos lá escrever mais do mesmo. Parece até disputa majoritária de cidade pequena, onde candidatos à reeleição se apresentam como soluções de algo criado por eles próprios e ainda falam em continuidade nas mudanças. Só se for pra arruinar de vez o município. E olhe que pelas bandas da região Oeste é a praga que mais tem.
Mas vamos ficar por Mossoró mesmo: o prefeito Silveira Júnior (PSD) desistiu da candidatura. Nada de novidade, até porque todo mundo já sabe. Mas o que não se sabe ainda são os reais motivos da desistência. Em vídeos que circulam pelas redes sociais, o prefeito falou que resolveu abrir mão da disputa para evitar que a Prefeitura viesse a ser comandada pela coligação que ele chama de "acordão", em alusão à ex-governadora e ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP). Que sua candidatura só iria beneficiar Rosalba.
E é aí que a coisa não bate. Como é que um candidato deixa de lado seu projeto político para evitar que outro postulante seja vitorioso? Ao que o blog entende, candidatura se combate com candidatura. Projeto se combate com projeto. Política, do mesmo modo. Vai ver o que o titular deste espaço aprendeu, ou pensa ter aprendido, não foi lá essas coisas. Vai ver que um político que se candidata e, ao final do processo eleitoral, percebe que seu adversário vai ganhar, simplesmente sai de cena... Vai ver que seja o certo a se fazer e que não será mais preciso, sequer, haver mais candidatos.... Essa não dá para entender. Nem aqui nem na China.
De que adiantou ter o maior leque de apoio partidário e mais cerca de 200 candidatos a vereador? De que valeu tudo isso? Absolutamente nada.
Silveira pensou que conseguiria manter os 68 mil votos que obteve na eleição suplementar realizada em maio de 2014. Aquele cenário era outro. A cidade tinha saído de uma eleição anterior e esperava o fim de um problema que afetou todos, de maneira geral. E mesmo assim, naquele período Silveira teve o respaldo de lideranças que foram escanteadas por ele posteriormente. Cite-se a ex-prefeita Fafá Rosado e o ex-deputado estadual Leonardo Nogueira.,
Com a vitória nas urnas, Silveira tomou gosto e mal saiu de uma eleição e se meteu em outra: se candidatou à presidência da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn). Saiu dessa e encabeçou outra, indiretamente, ao apoiar maciçamente (diga-se de passagem que foi bem depois do processo ser iniciado) a postulação do então vice-governador Robinson Faria ao Governo do Estado.
Uma distância de tempo muito curta entre uma eleição e outra. E, nesse pouco espaço, mal teve como se dedicar à administração. E seu pecado começou justamente aí. Ele deixou que decisões fossem tomadas por terceiros. A imagem que se tinha do prefeito interino caiu por terra e o que se viu resultou na mensagem que ele apresentou na noite da segunda-feira que passou, quando anunciou que não era mais candidato à reeleição.
Silveira pecou, e feio, na comunicação. Deixou-se ser isolado. A tática de focalizar alguma coisa, a qual ninguém ainda sabe qual foi, não surtiu efeito. Promessas foram apresentadas e nenhuma se concretizaram: Santuário de Santa Luzia, camelódromo...
Obviamente que quem está no cargo e pleiteia a reeleição tem a obrigação de se projetar. Mas isso não aconteceu. A projeção proporcionada por sua Comunicação foi o inverso. Algo que veio a ser ajustado recentemente, com a ida da jornalista Luziária Machado para a Secretaria Municipal de Comunicação Social. Mas o estrago já estava feito. E grande demais para ser consertado.
O certo é que Silveira tinha tudo para ser a nova liderança política da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Mas não soube aproveitar a oportunidade. Preferiu se deixar ser conduzido a conduzir algum projeto. E o que se viu foi uma série de desencontros e desatinos administrativos: kit de limpeza para as mães, timbre da Prefeitura em caixões para pessoas de baixa renda, além de outras ações que foram negativas e contribuíram, consideravelmente, para o fim melancólico de um projeto político que tinha tudo para dar certo.