Prefeitura Municipal de Assú

terça-feira, 16 de agosto de 2016

É respeitando que se é respeitado

O titular deste espaço publica abaixo o editorial que escreveu no JORNAL DE FATO (na qualidade de Diretor de Redação), edição desta terça-feira. Para reflexão de alguns. Segue:


sentido de liberdade vai além do que a palavra significa. Ainda mais quando se vive em uma democracia, na qual todos são livres para expressar seus sentimentos e tomar posições, inclusive políticas, para que se consiga chegar ao que se quer: exercício pleno da liberdade. Mas, quando se percebe que uma coisa não tem ligação com outra, que não se vive em democracia e nem se é livre, busca-se algo para consolidar o sentimento coletivo, que é o bem comum. Algo tão sonhado e desejado por todos.

E, nessa luta, algo surge como norteador do caminho a ser seguido. Nada é conquistado sem a verdade. E é em busca desta que todos, homens e mulheres, trilham nas mais variadas vertentes ideológicas, para conseguir concretizar o objetivo maior de toda e qualquer sociedade. No livre exercício da imprensa, essa tem sido, talvez, a grande batalha: apresentar aos leitores o real (no sentido de leitura de mundo) sentimento do que seria uma sociedade igualitária e justa.

Assim sendo, o prefeito Silveira Júnior acabou com todas as possibilidades de união dessas palavras ao apregoar que estaria sendo vítima de perseguição por parte do JORNAL DE FATO e que lhe estava sendo negado o direito de defesa. E, na ânsia de desqualificar material produzido no domingo que passou, em cuja edição o destaque foi o crescimento patrimonial dele, em 557%, de 2014 para cá, de uma eleição para outra, o prefeito utilizou palavras ofensivas e desrespeitosas não apenas com o jornal. Foi com toda a cidade, com todos os habitantes e eleitores. Não cabe juízo de valor.

O que se pode questionar é a conduta de um chefe do Poder Executivo expor todo o descontrole para explicar algo que, pelo que está posto na Justiça Eleitoral, conforme declaração de bens apresentados por ele, surge como inexplicável. Em vídeo postado nas redes sociais, o prefeito deixou entender que, somando-se os 16 anos de experiência como vereador, somados ao período em que está no comando da Prefeitura de Mossoró, teria como justificar o avanço patrimonial.

Silveira Júnior faltou com o básico quando se quer convencer alguém de alguma coisa: a verdade. No material veiculado no domingo escrito pelo jornalista Magnos Alves, teve-se o cuidado de entrevistar o próprio prefeito. E como é que agora, diante da repercussão, surge essa história de que o JORNAL DE FATO não estaria concedendo direito de resposta? A resposta só é concedida quando o direito de apresentar alguma defesa é tolhido. E em nenhum momento este jornal se negou a concedê-lo. Quem se esquiva de apresentar respostas aos questionamentos da sociedade é o próprio prefeito. Esquiva-se de algo próprio de quem é gestor público. Afinal, o que está em jogo é o patrimônio público.

O cidadão tem direito de saber o que está sendo feito e como está sendo gasta a verba pública. Quem se nega a apresentar a verdade, de esclarecer fatos e expor o que se passa é quem está na Prefeitura de Mossoró. Um dos exemplos dessa afirmação está no termo de doação de R$ 15 milhões à Prefeitura, à construção do Complexo Turístico de Santa Luzia, que já conta duas pedras fundamentais lançadas e, se continuar na peleja obscura, terá terceiro ou quarto lançamento.

Quanto às provas de que teria havido avanço patrimonial em 557%, não é acusando de ser um "jornal de merda" que o prefeito explicará isso aos eleitores. Não basta dizer que as suas conquistas pessoais estão computadas na Receita Federal. E fica a pergunta: por quais motivos não se declarou antes à Justiça Eleitoral? Senhor prefeito, o respeito que se quer não se conquista desrespeitando. O que se viu, pelo seu vídeo, foi um total despreparo emocional diante de algo que contrariou alguma expectativa. Seja ela qual for. Se um prefeito e candidato à reeleição não respeita quem lhe faz oposição, o que esperar do trato que pode ser direcionado ao cidadão?

O JORNAL DE FATO sempre pautará suas atividades na ética e no respeito. E quando se fala em ética, atribua-se à essência da palavra, que é a de fazer a coisa certa. Se existe discrepância entre valores patrimoniais, não é tarefa de a imprensa julgar. Mas o de informar, isso é. E sempre seguiremos com o mesmo propósito. Quanto ao julgamento, cabe ao eleitor fazê-lo, isso com relação à análise da verdade que se quer vender. Quanto ao juízo das leis, cabe ao Ministério Público e aos juízes.


É respeitando que se é respeitado!

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