Passada a eleição para prefeito e prefeita o mundo político potiguar se volta para 2026. E, evidentemente, alguns resultados de 2024 já estão na pauta. A começar pelo mais recente resultado: Natal. A quem deve ser atribuída a derrota da deputada federal Natália Bonavides (PT) e a vitória do deputado federal Paulinho Freire (União)?
Melhor começar pelo primeiro turno e com rescaldos da eleição de 2022. No primeiro turno o marketing de Paulinho Freire foi incisivo ao afirmar que o PT tinha duas cartas postas: a primeira, envolvendo o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves e a segunda, Natália Bonavides.
Em 2022 Carlos Eduardo abriu mão de uma provável eleição facilitada ao Governo do Estado para disputar uma vaga ao Senado. Naquele ano, ele era a única ameaça para a reeleição da governadora Fátima Bezerra. O resultado é que ele não teve Governo nem Senado. Ficou no vácuo. Por esse quadro, o marketing e Paulinho Freire o chamou de Plano B do PT à Prefeitura de Natal.
O fato é que o eleitor de Natal, historicamente, é acesso ao PT. Da esquerda, a única que rompeu a bolha foi Wilma de Faria. Fátima Bezerra tentou ser prefeita de Natal sem sucesso. O partido não tem o perfil que o eleitor natalense quer e, talvez, não tenha assimilado a ideia de que precisa mudar.
Aliado a isso, teve o fator relacionado à inexpressiva atuação do governo Fátima Bezerra. É fato que a gestão estadual está, ainda, opaca e não conseguiu apresentar aos potiguares, definitivamente, o seu potencial. Já está no segundo ano em que poderia dispor do reforço nacional, mas essa particularidade não se efetivou. E se tem, não está chegando ao eleitor. Ou seja: a comunicação do governo está falha.
O blog quer dizer com isso que não foi Paulinho Freire quem ganhou. Foi o PT quem perdeu e, de lambuja, entregou os pontos. E não se trata, aqui, da quase eterna briga envolvendo esquerda x direita. Trata-se da necessidade do Partido dos Trabalhadores em se reinventar.
Tudo muda o tempo todo. E não seria diferente com a política. Ou o PT se reinventa ou vai ser, apenas, mais um partido a ficar preso em algum lugar no passado. E, de quebra, algumas supostas lideranças também devem mudar. A história de que o "sorriso escancarado" atrai eleitor é conversa para boi dormir. Alguns pontos necessitam mudar. A começar pelo estigma de alguns, da bandeira secular defendida por uns. A sociedade não é só uma coisa. Nem outra. É necessário equilibrar o tom.
Em linhas gerais. o PT perdeu a campanha em Natal pelo simples fato de, também, ter perdido o seu tom e a sua essência. Caso não resgate, vai amargar derrota atrás de derrota.
E mais, lançar Natália Bonavides como candidata ao Governo é um tiro no pé. O PT, mais do que nunca, vai precisar do centrão. O MDB está bem vivo e vai querer, certamente, retornar ao lugar que, um dia, esteve.
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