terça-feira, 18 de junho de 2024

Idecan 'samba' na cara de candidatos e põe em xeque concurso da UERN


Qual o sentido de um concurso público? Efetivar o candidato que apresente condições intelectuais e, consequentemente, tenha plena condição do exercício da profissão. O processo precisa ser isonômico, obviamente, garantindo a todos e todas o devido amparo legal.

Ocorre que a correção da prova, apesar de seguir a isonomia, necessariamente não significa que a igualdade seja uniforme, uma vez que é preciso haver um ou outro candidato que se destaque. Essa seria, a priori, a regra de todo e qualquer certame. E precisaria, diante de um número elevado de postulantes à vaga pública, de uma razoável equipe corretora para garantir, consequentemente, equidade e evitar algum disparate.

Contudo, em nome de uma suposta isonomia, o IDECAN - instituto contratado para realizar o concurso da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), para docentes e técnicos - inaugura um novo modelo que seria a "nova" tendência do século XXI: um único profissional para a correção das provas para garantir o que chama de "isonomia", conforme se vê abaixo:


O instituto está brincando com os candidatos. E mais: samba na cara de todos e põe em xeque o concurso de uma instituição conceituada como a UERN. Saliente-se que, para quem é professor, impossível um peso uniforme de notas diferente do que já existe: um 10 vale 10, e por aí vai.

A manutenção de padrão para a correção quer dizer o óbvio: aquele candidato que não escreveu o que o Idecan instituiu como "padrão chave" passou a ficar, automaticamente, fora. E mais: implica dizer que só tinha uma única maneira de escrever sobre o tema. E quem escreve sabe perfeitamente que existe ene maneiras de dizer a mesma coisa.

A UERN, ao atentar para o fato de que o Idecan não garantiu aos candidatos o direito de impugnar as bancas antes da realização das provas e solicitou que um prazo fosse aberto para tal, até quis fazer o correto. Contudo, o justo pelo justo seria mesmo a anulação do certame. Pelos vícios existente e detectados antes, era para ter havido  anulação.

Certamente haverá a judicialização do concurso. E o nome que vai ter o "sarin" arrastado na pedra do mercado será o da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. O nome que arderá no famoso "mármore do inferno" não vai ser o do Idecan. E quem pagará a conta serão os candidatos que, de fato, tiveram o processo isonômico negado e, quiçá, os futuros alunos uernianos. O tempo dirá!

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