Prefeitura Municipal de Assú

sábado, 2 de março de 2024

Artistas aguardam perícia para saber sobre futuro do Teatro de Mossoró

InterTv Cabugi

Egito e Mossoró passam a ter algo em comum, analogicamente falando: templos da cultura sofreram um incêndio que, evidentemente, colocou em xeque a supremacia de quem estava no governo e, mais ainda, norteia uma discussão interessante sobre o papel da cultura em alguma cidade. Claro que, historicamente falando, a Biblioteca de Alexandria tem um valor altamente significativo para o mundo, quando, no ano 48 a.C, Nero mandou atear fogo. Em Mossoró tem-se o Teatro Municipal Dix-huit Rosado, templo das artes de maneira geral, que sofreu um incêndio, até agora inexplicável, e que põe abaixo a qualidade da obra lá realizada, bem como a atenção dispensada ao setor.

Em uma tarde do dia 25 de fevereiro passado percebeu-se fumaça saindo do Teatro Municipal. Ali não estava havendo nada. E ninguém estava lá. Uma empresária viu a cena e acionou o bombeiro. Lá constatou-se que um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado ocasionou tudo.

Esse preâmbulo é para questionar dois fatos. O primeiro diz respeito à soma investida no Teatro: R$ 2,9 milhões. Pelo incêndio, a leitura que se faz é justamente o óbvio relacionado à restauração feita pela Prefeitura de Mossoró. Mesmo com essa dinheirama toda, não se teria substituído a fiação elétrica, tampouco substituído o ar-condicionado. Daí o incêndio. O segundo questionamento se volta ao motivo pelo qual ninguém estava no Teatro, nenhum vigia ou guarda municipal. Quem cuida dos equipamentos públicos mesmo?

E os questionamentos puxam outro. Caso a empresária que percebeu o incêndio não tivesse chamado o Corpo de Bombeiros, o que seria do Teatro? E se o fogo tivesse começado na madrugada, como seria, já que a Prefeitura de Mossoró não designou vigia ou guarda municipal?

Até agora a Prefeitura de Mossoró não publicizou os reais motivos. Apenas lançou uma nota que fala que o fogo atingiu o teto da entrada. Nada mais. Aguarda-se o resultado de uma provável perícia. Sim, porque ali existe investimento de verba pública e é dever do poder público dizer, realmente, o que aconteceu.

O Teatro Municipal Dix-huit Rosado foi construído no ano de 2003, com investimento de R$ 6 milhões. É fruto de uma luta dos artistas de Mossoró, que reivindicavam um local apropriado para as produções artísticas da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Agora, mesmo com a reforma feita de R$ 2,9 milhões, o teatro não tem a serventia de antes. Falta interesse e, acima de tudo, respeito para com o setor cultural.

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