Ainda há muito a acontecer no processo eleitoral
que está apenas começando. É fato. Mas é possível vislumbrar algum cenário, a
depender dos nomes que estão postos no tabuleiro político. O esfacelamento da
oposição, ocorrido nas definições sobre quem seriam os candidatos ao Executivo,
mostra perfeitamente o quadro de Mossoró: a prefeita Rosalba Ciarlini (PP)
inicia a campanha fortalecida com a aliança com o grupo do empresário Jorge do
Rosário (PL) e enfrentará três candidatos que vão disputar, entre si, a atenção
do eleitor pensando mais na projeção política pessoal pensando em aumentar seus
capitais políticos para 2022. Isto é um fato.
Política não é coisa para quem pensa apenas
em si. Precisa de decisão, pulso forte e, também, renúncia pessoal em torno de
projetos, ideias . A oposição até ensaiou união em fotografias ou em
declarações da boca para fora. Mas não passou de um ensaio. Encontros em
calçadas foram realizados, fotos tiradas e postadas nas redes sociais. Afagos
externados e, ao final, cada um seguiu para o seu lado. Interesses e projetos
que colidiram frontalmente uns com os outros.
E, diante disso, fica a certeza de que o tão
falado projeto coletivo, por parte da oposição, jamais existiu. Até que se
tentou passar para o eleitor essa ideia. Mas, utilizando-se o olhar racional
sobre tudo o que foi dito, a conclusão que se chega é que todos tentaram
enganar todos. E cada um esteve mais preocupado com si próprio
Vamos aos fatos: a deputada estadual Isolda
Dantas (PT), deputado estadual Allyson Bezerra (Solidariedade) e a ex-prefeita Cláudia
Regina (Democratas), principais nomes da oposição, poderiam ter sequenciado o
plano inicial, que era fortalecer o grupo para apresentar um nome realmente
competitivo. Mas a chapa só tem lugar para duas pessoas. Um sobraria. Talvez,
na sobra ou pensando sobre quem iria para a composição majoritária e presente
na chapa, tenham surgido as divergências e o resultado todos já sabem: foi cada
um pro seu quadrado. Do ponto de vista do projeto de poder pessoal, faz
sentido.
É verdade que uma eleição é vitrine para
outra. E pode ser que esse fator tenha sido preponderante para que a oposição
se desconjuntasse.
E essa constatação é simples: a deputada
Isolda Dantas sabe perfeitamente que precisa capitalizar seu eleitorado e fortalecê-lo.
Não se diz aqui que ela seria um nome fraco. Mas o que se ouve (aqui, ali e
acolá) é que ela estaria indo com “muita sede ao pote”. Foi eleita vereadora em
2016 e não concluiu o mandato. Em 2018 se elegeu deputada estadual e agora
tenta chegar a Prefeitura Municipal. Qual a garantia que o cidadão terá de que
ela, se eleita, concluiria o mandato? Nenhuma.
O deputado Allyson Bezerra, estreante na
política, é ciente de que precisa demarcar algum território se quiser ter
sobrevida (política) no futuro. E como uma eleição acaba sendo termômetro para
outra, ele deve entender que se não for candidato agora o seu nome tende a
ficar “esquecido” do eleitor para 2022. É fato.
Já a ex-prefeita Cláudia Regina, que foi
cassada em 2013, passou quase oito anos longe dos holofotes da política,
enquanto candidata. Ela sabe que agora é a vez de reconstruir o que se perdeu a
partir da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso não fosse
candidata, ficaria apenas à margem de quem fosse representar a oposição na
disputa eleitoral deste ano.
Então, como se vê, os representantes da
oposição, cada um com sua particularidade, têm interesses distintos nesta
eleição. E, como foi dito acima, o pressuposto de um projeto coletivo caiu por
terra quando os aspectos individuais se evidenciaram.
Fonte: www.mossoronoticias.com.br
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