Prefeitura Municipal de Assú

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

‘A oposição apresentará alternativa viável a esse modelo atrasado de fazer política’, diz Alysson


O deputado estadual Alysson (SOLIDARIEDADE) é uma possibilidade para as eleições municipais deste ano, embora ele não tenha afirmado abertamente, nesta entrevista. Suas movimentações têm sido de quem pensa no pleito eleitoral que se avizinha. Nesta conversa com o blog, o parlamentar não deixa dúvidas: vai participar do processo. Não sabe se como candidato – ao menos não externou diretamente, ou como apoiador. Ao blog o deputado falou um pouco da experiência na Assembleia Legislativa, das possibilidades de aliança e união da oposição e, claro, da atual administração municipal. Confira:


O senhor vai para o segundo ano de mandato de deputado estadual. O que foi possível aprender, politicamente, nesse período na AL?
O aprendizado é diário, dentro ou fora da AL, como deputado ou não. Mas a vivência numa casa de leis tão heterogênea, com muitos deputados experientes e outros novatos como eu, mostra que é fundamental ter a capacidade de ouvir, é imprescindível a tolerância e o respeito às vozes em contrário, por uma questão de sobrevivência política e de respeito. Sigo aprendendo.

O fato de ter envolvimento sindical o coloca em sintonia com o Governo Fátima Bezerra?
Eu tenho história que começa na zona rural de Mossoró, no Sítio Chafariz, minha origem. Eu tenho história com a escola pública, como estudante do IFRN, como estudante e servidor federal concursado da Ufersa, eu tenho história como integrante de movimento associativo e sindical, movimento estudantil. Eu tenho história de paixão desde criança pela política e sentindo dificuldades que a maioria da elite política do RN desconhece na prática. Não é uma questão de sintonia ou falta de sintonia com a governadora. Esse é parte do meu DNA. Quanto à governadora, nossa postura é de realizarmos uma oposição de forma responsável, priorizando sempre o interesse público e jamais fugindo dos meus princípios. Inclusive, em vários momentos aprovamos matérias do interesse governista, porque entendíamos que atendia o interesse público. Respeito acima de tudo, sendo aliada ou adversária. Assim continuaremos.

O que o motiva a pensar no Executivo municipal?
Primeiro de tudo: eu não me apresentei em momento algum como pré-candidato a prefeito de Mossoró. Não disse num comentário, entre amigos, em discursos ou em entrevista, que era pré-candidato. Minha principal motivação é acreditar que a política continua sendo o caminho para transformações e contribuição à sociedade, para avanços sociais, para o respeito às leis e construção de oportunidades sobretudo para os jovens e amparo aos idosos. A Prefeitura de Mossoró não é obsessão minha, pessoal.
Na verdade, ela tem sido um negócio de família, de um grupo familiar que há cerca de sete décadas diz que adora Mossoró. Mas estranhamente, só eles se dão bem. E querem continuar porque essa empresa familiar, a prefeitura, não pode deixar de mantê-los.

O senhor tem mais proximidade política com Isolda Dantas ou Jorge do Rosário?
Eu tenho diálogo aberto com Isolda, com Jorge do Rosário, com doutor Daniel, com Gutemberg Dias, com Cláudia Regina, com vereadores, com professores, advogados, estudantes, donas de casa, desempregados, empresários, autônomos, servidores públicos. Eu não tenho problemas pessoais ou políticos com ninguém. Eu não entrei na política para impor minhas vontades ou caprichos. Eu não acredito em política que começa colecionando inimigos, para depois selecionar aliados de faz de conta, em torno da mesa farta, espoliando a maioria. Estou aberto, sigo aberto ao diálogo, acreditando que a oposição apresentará alternativa viável a esse modelo atrasado de fazer política, que a prefeita Rosalba Ciarlini Rosado representa.

Essa posição indica que pode haver alguma aliança?
Pode e haverá aliança forte na oposição. Não tenho dúvidas que sairá chapa forte e competitiva. Agora eu não sou tolo nem vendo a ideia tola de que teremos um palanque único, com todo mundo junto. Isso não acontecerá.

Como o senhor vislumbra o desenvolvimento de Mossoró?
O desenvolvimento de Mossoró passa pelo respeito ao ser humano, pelo investimento no capital intelectual, pela transformação da municipalidade numa instituição transparente, voltada para o interesse coletivo e não para um grupo. Hoje, quem sabe me informar o total de cargos comissionados ocupados na prefeitura? Quantos são os funcionários de carreira? Quantos são os empregados terceirizados? A prefeitura é uma caixa preta, em que poucos, pouquíssimos ocupantes do poder têm a chave e sabem tudo. Nem os vereadores do governo conseguem responder a essas perguntas entre outras tantas. Para se ter ideia, a última relação de terceirizados, foi publicada no portal da transparência a quase 2 anos.

É possível unir a oposição em torno de um candidato?
Já respondi anteriormente essa indagação e repito: não haverá união ampla, geral e irrestrita da oposição, mas teremos chapa forte, competitiva, pronta para vencer.

Como deveria ser esse convencimento?
Tudo começa e termina no diálogo. Acredito que boa parcela e parcela de peso da oposição tem dialogado, aparado arestas, vendo pontos de convergência e analisado questões conflitantes. Isso é o normal em política. Uma família nem sempre é uníssona e inteira, como se esperar isso num processo político-eleitoral em ambiente pluripartidário? O próprio grupo da prefeita Rosalba Ciarlini Rosado não se entende, convive com divergências com o grupo da prima Sandra Rosado, precisa a todo momento tratar de insatisfações de seus vereadores. Então, quem fala em desunião oposicionista, parece desconhecer esse e outros aspectos. Quem está preocupado em vencer não somos nós, mas eles, que não podem perder esse negócio de família.

Como o senhor pretende focalizar a sua viabilidade política?
Minha vida pública é baseada primeiramente na crença de que a política é uma atividade nobre e capaz de transformar para melhor a vida de milhares e milhões de pessoas. Como princípio, sigo os ensinamentos de meus pais humildes, que me criaram no campo, em regime de extrema dificuldade, mas sempre com honradez. Não tenho do que me envergonhar e quem começou a apostar em mim não terá motivos para arrependimento.

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