Que a política é
dinâmica, isso todo mundo sabe, e que pode mudar como o vento: de uma hora para
outra. É o que se percebe na Câmara Municipal: quem era oposição, quer ser governo.
Isso em menos de dois meses de nova gestão. A questão é uma: será que não pega
mal um político estar inserido em um agrupamento e, passada a eleição, migrar
para outro? E surge mais outro? Não seria oportunismo?
Perguntas à parte, já
que ninguém vai respondê-las, o certo é que o cenário no Legislativo tem tudo
para ser diferente de como foi iniciado a partir do resultado das urnas. Pelo
menos, quatro vereadores vão deixar suas “origens” e migrar para outro lado.
Dois já foram do chamado “eixo rosalbista” e agora querem retornar. Os outros
dois, novatos na Casa, podem mudar de ideologia de uma hora para outra.
Quando saiu o
resultado das eleições de 2016 e Rosalba Ciarlini foi declarada prefeita de
Mossoró, as urnas apontaram, de igual modo, os eleitos à Câmara Municipal. Em
outubro do ano passado, Rosalba contava seis parlamentares. Hoje, entre os que
vão pro seu lado e os que foram orientados a seguir com o Palácio da
Resistência, o total chega a 13. Apenas oito estão na oposição.
Na campanha
eleitoral, dos 21 vereadores, apenas oito renovaram o mandato: Francisco
Carlos, Izabel Montenegro, Alex Moacir, Alex do Frango, Genilson Alves, Manoel
Bezerra de Maria, Flávio Tácito e Ricardo de Dodoca. Destes, três estavam com
Rosalba e agora somente dois estão na oposição.
Quem deve
retornar ao “ninho rosalbista” são os vereadores Flávio Tácito (PPL) e Manoel
Bezerra de Maria (PRTB). Os dois eram filiados ao Democratas e decidiram, pouco
antes das eleições do ano passado, aportar em outras legendas para atender o
agrupamento político ao qual faziam parte; comandado pelo então prefeito
Silveira Júnior (PSD).
A conta sobre
oposicionistas e governistas, hoje, é totalmente diferente do número inicial
com o resultado das eleições. E o placar está 14 na ala governista e 7 na
oposição, podendo chegar a 15.
Um dos
vereadores que migrou foi Flávio Tácito. Ele disse ao repórter que, em outras
palavras, não mudou de lado. “Sempre fui rosalbista. O problema era partidário”,
afirmou. Quando saiu do DEM e era aliado do então prefeito Silveira Júnior,
Flávio Tácito assumiu o comando do PSL e disse, agora, que a legenda era
coordenada por Silveira.
Á época, Flávio
Tácito foi duro com Rosalba. Para confirmar a tese de que tinha rompido com a
hoje prefeita e estava com Silveira, o vereador afirmou ao jornalista Neto
Queiroz, que publicou a conversa em seu blog, que não havia sido chamado para
conversar com Carlos Augusto nem com Rosalba Ciarlini.
Isso foi em 16 de março
do ano passado, quando se especulava sobre nomes à Prefeitura de Mossoró. “Não
me chamaram nem chamaram Manoel Bezerra. É como se nós não existíssemos.” O
material feito por Queiroz fala ainda que o vereador teria dito que no passado
podia ser considerado rosalbista de carteirinha, mas que não era mais. Algo que
mudou totalmente em menos de um ano. Agora, ele se diz rosalbista desde sempre.
PSD em peso
passou a ser do bloco
governista
O PSD, que
começou todo na oposição ao projeto político de Rosalba Ciarlini durante o
começo da eleição do ano passado, agora está todo com a prefeita. A legenda
elegeu três vereadores: Emílio de Dr. Ferreirinha, Tony Cabelos e Maria das
Malhas. Na eleição, quando o então candidato à reeleição, prefeito Silveira Júnior,
viu que não tinha chance de seguir adiante com seu projeto e desistiu, Maria
das Malhas foi a primeira a anunciar que seguiria com Rosalba.
Como Silveira
rompeu com o governador Robinson Faria, que é presidente estadual do PSD, o
partido, certamente, deve ser reformulado em Mossoró. O ex-vereador Jório
Nogueira pode ser o escolhido para comandar o partido na segunda maior cidade
do Rio Grande do Norte, bem como o vice-presidente da Câmara, vereador Emílio
de Dr. Ferreirinha.
Ocorre que uma
terceira via está em análise no PSD estadual: o ex-reitor da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN) professor Milton Marques de Medeiros
estaria sendo sondado e persuadido a assumir o comando da legenda em Mossoró. O
repórter tentou falar com Milton Marques ontem, mas ele não atendeu as
ligações.
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