Prefeitura Municipal de Assú

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Retórica do retrovisor é coisa do passado

O blog torce para que Mossoró, realmente, entre no rumo e prumo certos. Torce para que a crise econômica seja mais uma "marola" e que tudo volte ao normal. Mas, ao mesmo tempo, desconfia de que tudo seja algo que possa remeter ao despreparo. O blog nem vai entrar no mérito com relação a Mossoró agora, já que o efeito do que se vivencia por estas bandas vem do Governo Federal. Difícil não ouvir alguém criticando algum político. Do maior ao menor, mas todos são iguais (na importância e representatividade). E, por mais que seja incoerente ou apolítico e, ao mesmo tempo político, percebe-se que vivemos em uma sociedade da mentira. Faltou-se com a verdade, em 2014, quando se disse que não existia crise no Brasil. Percebe-se, hoje, que ela existe e está com força total, causando fome, sofrimento e dor a quem depende da verba pública, seja direta ou indiretamente.

Alguém pode até dizer que existem setores da sociedade mossoroense agindo de má fé contra a Prefeitura de Mossoró ou contra o prefeito Silveira Júnior. Não existe isso. O que se tem é uma queixa crescente sobre falta de explicações contundentes e robustas sobre o real cenário da crise local. O cidadão tem o direito de saber o que os números realmente querem falar. Afinal, se faltam insulinas nas Unidades Básicas de Saúde ou se inexiste, sequer, uma lanterna para uso dos médicos ao exame de ouvido e de garganta nas Unidades de Pronto Atendimento, o cidadão precisa saber o que está acontecendo. Afinal, trata-se de verba pública.

O blog lamenta, sinceramente, que a situação esteja caótica. Que existam pessoas que trabalham diariamente e que estejam com seus salários em atraso há dois ou três meses. Lamenta que tudo recaia sobre o aspecto meramente político partidário e que existam assessores da Prefeitura de Mossoró que insistam em propagar a tese de que a oposição apenas está provocando mais caos ao questionar o quadro que está sendo desenhado oficialmente.

Quem tem que resolver os problemas é a Prefeitura. Assim como quem tem que resolver os problemas do Brasil é o Governo Federal. O cidadão nada tem a ver com tudo isso, embora esteja ligado, direta ou indiretamente a tudo. Escolheu-se um candidato ou candidata que se apresentou como melhor potencial para resolver as questões de ordem social, econômica e política. Mas tudo piorou. Isso de modo geral. E entra aí o Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Até aqui, o governador Robinson Faria não disse a que veio. São dez meses de nenhum avanço. Assim como não se tem nada do governo Dilma Rousseff que se apresente como novidade. De algo novo, apenas o aumento de impostos. Algo que, definitivamente, só corrobora a teoria de que os governantes não estavam preparados para momentos de adversidades.

A onda de insatisfação popular aumenta a cada dia. E, entrando no caso específico de Mossoró, não há oração que possa resolver algo que, definitivamente, depende exclusivamente do homem. Isso de maneira geral. A fé deve, sim, fazer parte da vida de todos. Mas chega um momento em que esta mesma fé desaparece diante da ausência, quase total, de elementos que possam indicar alguma modificação de um cenário quase infernal.

Não se pode mais trabalhar com a retórica do retrovisor. Culpar o passado por problemas do presente é assinar atestado de que não existe competência para resolver algo do hoje com vistas ao amanhã. Por isso que muitos políticos se queimam e não conseguem renovar seus mandatos: falta-lhes o mínimo, que é reconhecer erros e tentar consertá-los. Apontar o dedo para alguém e afirmar que tal quadro se deve a quem administrou antes é, crê o blog, apenas transferir uma responsabilidade do presente para o passado e esquecer o futuro.

O ano de 2016, no caso específico de Mossoró, vai ser bem complicado para os políticos. De maneira geral. Tanto para os que pensam no Executivo quanto os que miram o Legislativo. Vereadores que, em 2012, apresentaram isso e aquilo como bandeiras, as quais acabaram sendo engavetadas em nome de projetos pessoais, terão muita dificuldade para fazer com que suas palavras sejam, mais uma vez, ouvidas por quem "come o pão que o diabo amassou" agora. Assim como os que pensam no Executivo terão que se desdobrar para atraírem a atenção dos eleitores. A desconfiança e o descontentamento são generalizados. Em todas as camadas sociais. Daí o blog vislumbrar um cenário de total desequilíbrio. Se o pleito de 2014 foi marcado por grande número de eleitores ausentes, 2016 tende a ser pior. Muito pior.


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