Prefeitura Municipal de Assú

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

'Não tive culpa nenhuma do insucesso das urnas dos candidatos daqui'

O prefeito mossoroense Francisco José Silveira Júnior (PSD) afirmou que o eleitor está mais atento às particularidades políticas e que soube diferenciar os candidatos que disputaram o Governo do Estado. No caso de Mossoró, onde o governador eleito Robinson Faria (PSD) surpreendeu nas urnas e superou, em uma vantagem grande, o seu adversário, houve uma particularidade: foi justamente em Mossoró onde Robinson Faria obteve visibilidade política e eleitoral que lhe permitiu avançar no primeiro turno e sair vitorioso no segundo. Foi aqui onde ele teve apoio onde menos esperava. Nesta conversa com o blog, o prefeito Silveira Júnior analisa este e outros temas, como projetos que deverão ser concretizados em parceria envolvendo a Prefeitura de Mossoró e o Governo do Estado. Leia abaixo:

A vitória do governador eleito Robinson Faria foi iniciada em Mossoró, onde ele ganhou visibilidade onde menos esperava. No primeiro turno, ele venceu seu adversário com 23 mil votos de maioria e no segundo, ampliou para 48 mil. Como o senhor analisa os números, já que Robinson iniciou sua campanha desacreditado pela classe política?
Robinson, ao longo da sua trajetória política, nunca tinha tido uma votação acima de cem votos na cidade de Mossoró. Começamos uma campanha com a desvantagem de mais de vinte pontos nas pesquisas, onde o outro candidato era bem mais conhecido do que o nosso. E aí, nos dedicamos de corpo e alma na campanha. Foram quatro meses de muita luta e conseguimos reverter essa desvantagem no primeiro turno, colocando uma maioria de vinte e três mil votos; 25 pontos percentuais. O próprio Robinson, em entrevista, reconheceu que Mossoró foi fundamental para sua vitória. Primeiro, foi por causa de Mossoró que conseguimos ir para o segundo turno, onde fizemos uma campanha mais intensa e conseguimos elevar essa maioria de 23 mil votos para 48 mil votos, sendo a cidade que deu a maior votação e o maior percentual dos votos válidos. E isso a gente recebe com muita alegria e satisfação. Primeiro pelo resultado que foi fruto de um trabalho que nosso grupo político abraçou. Em segundo pelo próprio reconhecimento agora na sua vitória em que o governador falou que deve sua eleição a cidade e que vai retribuir trabalhando muito por Mossoró, desenvolvendo inúmeros projetos em relação a segurança, saúde, educação e a obras importantes para os mossoroenses.

O papel que o senhor desenvolveu foi fundamental para o crescimento de Robinson e ele próprio reconheceu isso. Qual foi a estratégia para inserir um vice-governador desconhecido pela maioria dos eleitores e em um município adverso à inserção de nome novo?
Acredito que as pessoas vincularam a imagem de Robinson ao nosso trabalho. Embora em nenhum momento nós tenhamos misturado as coisas, porque eu só fazia campanha fora do horário de expediente, não só eu, mas como todos os apoiadores que tinham algum vínculo, isso acabou acontecendo. Nós divulgamos, inclusive, uma determinação proibindo qualquer servidor de fazer campanha durante horário de expediente. Contudo, a minha história com Robinson e a nossa relação de amizade, acabou fazendo com que o povo apostasse nele assim como apostou no nosso projeto. O povo acreditou nesse projeto como sendo mais uma iniciativa do povo de Mossoró.  Então, acredito que devido ao trabalho sério que estamos desenvolvendo na cidade com muito dinamismo, eficiência, equilíbrio e responsabilidade, a população que hoje está cada vez mais exigente, mais antenada e politizada, entendeu essa mensagem e retribuiu essa votação aos nossos candidatos atendendo ao pedido do prefeito da cidade.

Mossoró havia saído de duas eleições, uma em 2012 e outra em maio deste ano (quando ocorreu a eleição suplementar, na qual o senhor se elegeu prefeito). Os eleitores de Mossoró participaram, em menos de dois anos, de três pleitos. Isso pode ter causado uma espécie de ojeriza aos nomes tradicionais da política local?
Na minha ótica eu vejo o eleitor bem informado. Ele sabe que quando eu estava na Prefeitura, há quase um ano, a classe política ao invés de ter ajudado o prefeito e o município, até porque sou o prefeito de todos e não só de quem votou em mim. Então esses políticos começaram a fazer oposição ferrenha, boicote à nossa administração, inclusive sendo atacado nas redes sociais, acredito que tenha sido uma resposta a quem tá fazendo um trabalho sério, honesto e com muita disposição. Mas, enfim, isso realmente eu não posso julgar, é um pensamento meu. O que eu posso afirmar é que não tive culpa nenhuma do insucesso das urnas dos candidatos daqui da cidade. Primeiro porque em nenhum momento nosso grupo político trouxe alguém do lado de lá. Nós fizemos a campanha com base de propostas cumprindo todas as regras eleitorais. Nós não fizemos campanha difamatória, não quisemos tirar liderança de ninguém. Então, se os mesmos não conseguiram esse mandato, tem alguma explicação. E essa explicação, é que eles priorizaram Mossoró e esqueceram o resto dos outros municípios, já que a campanha é a nível estadual e Mossoró sozinha nunca elegeu um candidato, sempre precisou dos votos de fora.

Como será sua participação na montagem do governo Robinson Faria, já que ele reconheceu que o senhor foi fundamental na eleição passada?
Mossoró tem muitos nomes bons, mas em nenhum momento meu apoio a Robinson foi condicionado a formar uma equipe. Eu apoiei Robinson por acreditar, por ser o presidente do meu partido e por conhecer a sua trajetória política e tenho certeza que o Estado estará em boas mãos e, tenho certeza também, que Robinson vai olhar para Mossoró como se fosse um governador daqui. Então, fiz isso para que eu pudesse ter um parceiro, um aliado político para que possamos construir uma qualidade de vida melhor para nossa população. Agora, é normal que ele venha fazer algum convite devido a importância que teve Mossoró. Se houver esse reconhecimento, nós iremos sim indicar algum nome, mas que isso de maneira nenhuma fica condicionado.

Quais projetos, de imediato, o senhor vai propor ao governador eleito?
Na quarta-feira, dia 29, eu recebi a bancada de vereadores na minha casa, onde fiz questão de agradecer um a um pelo empenho. Como eu disse, essa vitória foi construída por nosso grupo político que é um grupo que tem vereadores, suplentes, presidentes de partido, dezenas de lideranças comunitárias da zona urbana e rural. Foi esse conjunto de amigos e lideranças que deu essa vitória. A gente começou agradecendo pelos vereadores e vamos também fazer os agradecimentos aos outros segmentos. E aí, nessa mesma reunião, eu pedi que os vereadores reunissem com os 21 vereadores e cada um fizesse uma pauta e sugerisse alguma coisa que o governador pudesse fazer pela cidade. Até porque, eu reconheço o papel do vereador, pois fui vereador durante quatro mandatos. Além disso, tem outros projetos importantes da zona rural por exemplo, como a estrada da Alagoinha, a ponte que liga Passagem de Pedras ao Santo Antônio, projetos importantes para o turismo como a construção do Santuário de Santa Luzia, projetos no que se diz também na infraestrutura da nossa cidade, como estradas e, principalmente, na segurança: precisamos abrir novas BICs, de um aumento no contingente da polícia. Precisamos que o governo do estado possa repassar os recursos oriundos da saúde e também possa ver a questão do teto da oncologia dos médicos aqui da cidade de Mossoró para que possamos, de maneira mais rápida, voltar essas cirurgias o quanto antes, já que em Natal, o governo do Estado repassa o valor e em Mossoró esse valor é inferior. 



Nenhum comentário: