O vice-presidente estadual do PV,
vereador mossoroense Francisco Carlos, defende a manutenção da aliança
envolvendo PMDB, PR e PV – e agora com a especulação voltada para aglutinar o
PSDB – para respaldar o projeto de reeleição da governadora Rosalba Ciarlini
(DEM). Francisco Carlos, contudo, frisou que essa é sua opinião pessoal e admite
que embora o PV não faça parte da administração estadual, tudo pode mudar e
afirmou que “cada eleição é uma eleição”. Nesta entrevista, ele respondeu sobre
a possibilidade de filiação da ex-prefeita Fafá Rosado (DEM) à legenda verde e
disse que a decisão é dela. Além destes temas, o vereador discorreu sobre
educação e segurança – assuntos que foram tratados na Câmara Municipal de
Mossoró e que resultaram em audiência pública para discutir orçamento 2014 para
a área educacional e a assinatura de convênio envolvendo a Prefeitura de
Mossoró e o Governo do Estado à área da segurança. Leia abaixo:
JORNAL DE FATO – O clima está meio quente na Câmara Municipal,
envolvendo oposição e governo. Isso é salutar?
FRANCISCO CARLOS –O embate, o
confronto de ideias, é salutar. O que preocupa é que muitas vezes tem saído dos
limites daquilo que se espera de um parlamento. Às vezes, o embate fica tão
acalorado que a gente fica preocupado com o desempenho dos trabalhos e com a
boa convivência. Acredito que nós não vamos, se Deus quiser, ver nenhum outro
fato de maior importância de natureza negativa no plenário da Câmara. Acredito
nisso, nos colegas e no parlamento. E espero que nunca aconteça, mas a gente se
preocupa.
DIA desses o senhor respondeu ao vereador Lairinho, que questionou o
retrocesso administrativo de Mossoró...
A OPOSIÇÃO na Câmara Municipal, com o
intuito de atacar a administração atual e o grupo político que tem administrado
a Prefeitura de Mossoró há muitos anos, tem o hábito muito frequente de apontar
deficiências e não reconhecer conquistas. No afã de apontar deficiências, tem
dito, em algumas sessões, que a Prefeitura está quebrada. Eu tive que dizer aos
colegas vereadores que a Prefeitura não está quebrada e nem esteve quebrada nos
últimos 20 anos. A única vez que vi a Prefeitura quebrada foi em uma
administração em que os colegas da oposição participavam, no início da década
de 1990. Aí, sim, atrasou salários, coletaram lixo com carroça e outras coisas.
Desde que o grupo político atual assumiu a Prefeitura, o Executivo está bem
zelado. Exemplo disso são os financiamentos que a Prefeitura tem conseguido nos
órgãos de fomento. Fafá Rosado fez dois financiamentos, fez com o PAC, com a
Caixa Econômica e Cláudia agora está fazendo novamente com o PAC, na ordem de
R$ 39 milhões, está adiantada conversa com o BNDES para a construção da Cidade
Digital... A gente sabe que órgão financeiro não empresta dinheiro para órgão
quebrado. Então não faz sentido o que estão dizendo.
AS CRÍTICAS, na maioria das vezes, são pessoais. Esse fator seria o
motivo para esquentar o embate?
ISSO também acontece. Em determinados
momentos, vimos acontecer. Eu mesmo, em determinados instantes, saí do tom e
usei os mesmos termos. Já fiz isso, para a minha tristeza, em pelo menos duas ocasiões.
Acho que não é bom para o parlamento, para o convívio e não é isso que o
cidadão espera de embates. De ataques pessoais desnecessários. E a gente tem
visto isso. Algumas vezes a gente tem dissimulado. Em outras, não. A gente
reage à forma dura e agressiva de fazer o embate político.
A AUDIÊNCIA pública para discutir a educação municipal, inclusive com
números ao orçamento de 2014, foi o esperado?
FOI positivo demais. Para o governo de
Cláudia Regina, porque demonstrou disposição para o diálogo, mandou a
secretária com números e toda a política educacional para discutir com a Câmara
e tiramos vários encaminhamentos que serão incorporados ao orçamento público
municipal da Educação para 2014. Esse exercício, certamente, será feito muitas
outras vezes.
O OBJETIVO da audiência foi antecipar, também, a discussão relacionada
ao orçamento?
FOI exatamente esse. O orçamento será
enviado em setembro e quando chegar na Câmara será para uma discussão avançada,
em torno de emendas. Nosso interesse foi de antecipar essa discussão e a secretaria
pudesse encaminhar a proposta já como fruto de um debate anterior. Essa
discussão será feita para a Educação e no dia 28 ocorrerá outra para a Saúde.
COM essa discussão, como fica a Lei de Responsabilidade Educacional?
A LEI vai agora, em termos de valores
de investimentos, alcançar o seu valor máximo de investimento, que é de 30%. É
um esforço grande da parte da administração municipal e a gente precisa
reconhecer o esforço que a administração de Cláudia Regina vai fazer no próximo
ano para cumprir a Lei, com 30% de investimentos na Educação. Pouquíssimos
municípios do Brasil fazem um investimento desta natureza. De maneira que a
gente deve reconhecer e aplaudir o esforço. É uma demonstração clara e
inequívoca de que a Educação é prioridade. A gente fica satisfeito porque a Lei
de Responsabilidade Educacional foi idealizada por mim, quando secretário da
Cidadania. É uma das coisas que me dá mais orgulho do período em que permaneci
na secretaria.
O SENHOR também propôs parceria envolvendo a Prefeitura de Mossoró e o
Governo do Estado na área da segurança...
A GENTE tem percebido, nos últimos
anos, que a segurança compõe a pauta número um da lista de preocupação dos
mossoroenses. Durante muito tempo foi o emprego, saúde e hoje é segurança. E
não é só em Mossoró. É uma conjuntura nacional. E Mossoró sofre com isso. A
diferença é que aqui estará dando uma resposta clara e inequívoca, por parte da
Prefeitura, formalizando uma parceria com a Secretaria de Segurança do Estado.
E devemos louvar a participação do Estado, com o nome da governadora Rosalba
Ciarlini, para que os dois poderes possam aumentar o efetivo policial nas ruas
de Mossoró. Cláudia Regina vai abrir novamente os postos policiais, mas não na
condição de postos e sim na condição de Base Integrada de Cidadania (BIC) para
servir de base para uma série de operações que serão feitas, de caráter
preventivo e ostensivo, ligando segurança com ações sociais. Fico feliz porque
essa ideia foi trabalhada por nós logo nas primeiras sessões. O convênio foi
assinado na quinta-feira, mas será lançado no dia 30 e servirá de modelo para
muitos municípios do Rio Grande do Norte.
O PV está disposto a passar o comando da legenda para a ex-prefeita Fafá
Rosado. Como estão as conversas?
A GENTE tem acompanhado algumas
conversas e movimentos da prefeita Fafá Rosado e do deputado Leonardo Nogueira.
A gente tem visto que eles não tomaram decisão. Sabemos que ela vai tomar a
decisão que a agremiação para a qual ela vá possibilite envolver a ideia de
trabalho que o partido tem e a disposição de trabalho que ela tem para a cidade
de Mossoró. Ela vai para a agremiação que possa potencializar essa discussão.
Tem o PMDB, PR e gostaria muito, torço e tenho defendido que seja o PV. Mas a
decisão é dela e das pessoas mais próximas a ela.
QUAL a meta do PV?
O PARTIDO Verde quer manter a vaga na
Câmara Federal, com o deputado Paulo Wagner. O partido pretende manter e
ampliar o espaço na Assembleia Legislativa, onde temos o deputado Gilson Moura.
Achamos que o partido tem potencial para ocupar um número maior de vagas, de
duas a três.
EXISTE uma conversa envolvendo PMDB, PR, PV e PSDB para formação de
aliança para 2014. O senhor acredita nessa possibilidade?
PMDB, PR e PV já estiveram juntos na
eleição passada e é muito razoável imaginar que estarão juntos na disputa de
2014. Acho que já existe afinidade política e relações pessoais construídas, de
maneira que a repetição desse formato é bastante razoável. Agora eles estiveram
juntos em um projeto proporcional. Não estiveram juntos, com esse formato, para
a majoritária. Espero, acredito e desejo que essa aliança possa se repetir e
venhamos a apoiar a reeleição da governadora Rosalba Ciarlini. É a minha
opinião. O meu desejo. A discussão dos partidos e das executivas estaduais é o
que vai definir o rumo de cada uma das agremiações.
E TEM o fator PSDB...
É POSSÍVEL atrair o PSDB. É um partido
que está no governo Rosalba Ciarlini. Já esteve junto ao PMDB e de outros
partidos em outras lutas, de maneira que é bastante provável que aconteça. O
leque de aliança deve acontecer e espero que a união de forças esteja junta
para apoiar o projeto de reeleição de Rosalba.
HOJE, apenas o PV está fora do governo Rosalba. Se a aliança se
concretizar, indica que o PV ficará com o PMDB, PR e o PSDB. Tudo indica, agora,
para união com o DEM...
EXATO. O PV não chegou a romper com o
DEM por um motivo simples: não participava do governo. Se não participava, não
tem rompimento. E foi pelo fato de não participar que a decisão foi oficializada:
somos oposição. Ocorre que cada eleição é um fato e tem uma história. O PV em
relação e afinidade com o PMDB e PR. E se for para marchar juntos, não há
dificuldades em apoiarmos Rosalba se a decisão do conjunto dos partidos for
essa.
Fonte: Jornal de Fato
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