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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pedro Fernandes admite interesse na Reitoria da UERN


O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), professor Pedro Fernandes Ribeiro, é um dos nomes que surge para a disputa da Reitoria em 2013. Até agora, somente ele e o professor Gilton Sampaio, diretor do Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), em Pau dos Ferros, figuram como pretensos candidatos à sucessão do reitor Milton Marques de Medeiros, cujo mandato vai até 28 de setembro do ano que entra. O blog enviou algumas perguntas para o pró-reitor, e ele não escondeu o interesse de concorrer ao cargo máximo da Universidade. Confira abaixo:

O mandato do reitor Milton Marques de Medeiros encerra no próximo ano e é natural que especulações sejam iniciadas. O seu nome aparece no rol dos prováveis candidatos á Reitoria da UERN. O senhor tem esse projeto? 
Sim. Imagino que todos os que estão se dedicando à UERN possuem esse projeto. Comigo não é diferente. Dedico-me diariamente à minha profissão e, por conseguinte, fazemos muitas coisas, ao mesmo tempo que temos certeza que poderemos fazer muito mais. Aliás, sonhamos com o crescimento dessa Universidade no ritmo que vem transformando a Ciência no Brasil. Investimentos no processo científico passam, necessariamente, por uma política acadêmica em que a tríade Ensino, Pesquisa e Extensão se desenvolva, bem como o aporte necessário das nossas potencialidades regionais. Somos harmônicos no sonho, na concretização das nossas potencialidades e no avançar de novos horizontes acadêmicos. Por possuir essas qualidades, nossos sonhos nos impulsionam a continuar viabilizando essas atividades com a potência necessária para o nosso crescimento.

O que o motivaria a disputar a Reitoria?
O maior motivo que nos leva a disponibilizar nosso nome para a sucessão do professor Milton Marques passa primordialmente pela vontade política em dar continuidade as ações importantes que fizeram essa universidade se destacar ao longo dos últimos anos de gestão acadêmica que se encerra ano que vem. Ao participar dessa gestão, acompanhamos de perto a forma democrática, livre e de ações voltadas para o pleno desenvolvimento implantado ao longo desse tempo. Certamente, é esse projeto que necessita de continuidade e de uma equipe que tenha a fortaleza de ânimo, que conheça os caminhos dos financiamentos públicos e que efetive esse planejamento a fim de não deter o crescimento administrativo e acadêmico que vem se constituíndo a marca de um novo tempo e consolidando o perfil institucional da UERN. Atualmente, a Resolução No 3, de 14 de Outubro de 2010 - CNE/MEC, define para o credenciamento e recredencimanento de uma Universidade, (i) necessidade de estabelecer in loco, dois programas doutorado e quatro programas de mestrado; (ii) dispor no seu quadro de servidores, 1/3 do corpo docente com a titulação de mestrado e doutorado. Quando essa norma foi homologada, nós tínhamos apenas 03 mestrados. Tivemos um mestrado que foi descontinuado em 2005 e atualmente oferecemos sete cursos de mestrado. Devemos então nos dedicar na consolidação desses cursos e na criação dos cursos de doutorado. Deixando claro, que não existem cursos de pós-graduação stricto-sensu sem pesquisa, eu posso até ter pesquisa sem cursos stricto-sensu, porém, jamais o contrário. Além disso, temos a necessidade de fixar e captar professores doutores, bem como a capacitação de servidores. Todavia, a graduação deve ser sim a prioridade, em especial sua gestão. Devemos avançar nas resoluções, garantindo uma maior flexibilização, não descartando a qualidade. Ora, você veja, que existem disciplinas (componentes curriculares) que são ofertadas em vários cursos, todavia o aluno de um curso dificilmente pode pagar essa disciplina em outro. Por outro lado, temos várias turmas com 5, 6, ou 10 alunos. Um aluno hoje possui dificuldades para antecipar seu curso, bem como fazer uma graduação sandwich (passar um período em outro país). Disse poucos exemplos que poderm ser melhor entendido e resolvido com um sistema computacional. O SIGAA por exemplo é um sistema desenvolvido na UFRN que vem sendo implantado em várias IES do Brasil. Fechando o tripé, ensino, pesquisa e extensão, devemos focar mais nas necessidades das mesorregiões, do Estado, da Região e do Brasil. Exemplificando, temos alguns laboratórios bem equipados na UERN, somente nos últimos 04 anos, no edital PRO-INFRA/FINEP, aprovamos 5 milhões, dos quais 3.4 milhões em equipamentos. Devemos usá-los para formar recursos humanos que sejam facilmente integrados no mercado de trabalho. O que quero dizer é que não adianta fazermos pesquisa e não levarmos para comunidade, da mesma forma que temos o que ensinar, temos muito o que aprender também.  Devemos ainda ressaltar a manutenção da política de cotas para o ingresso na graduação que, certamente, reduz a contradição que existe hoje de quanto melhor sua escola particular, melhor será sua universidade pública. A presença da UERN em todo o Estado também é algo que possui um caráter social muito importante, ao mesmo tempo que nos gera muitos desafios. Outra política interessante é a de Inclusão, iniciada e que precisa ser ampliada. Por último, digo que as estruturas físicas, tais como residência universitária, bibliotecas, centro de convivência deverão ser adequados para uso. 

A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação garantiria a visibilidade para a disputa? 
Na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPEG) desenvolvemos atividades que abrangem todos que fazem a UERN. Acompanhamos os grupos de pesquisa, projetos de pesquisa, iniciação científica, programas de pós-graduação, publicações, participação em eventos, apoio a eventos, capacitação docente e técnico, que são políticas pré-definidas, além de demandas de balcão, que são pontuais e sempre buscamos entender e apoiar no que for necessário.  Além disso, interagimos em praticamente tudo que fazemos com as agências de fomento. Citando uma delas, temos a Coordenação de Acompanhamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Nacionalmente, a CAPES é responsável pela educação básica e Educação Superior (presencial e a distância). Então, um órgão que era responsável basicamente pela pós-graduação stricto-sensu, hoje é o principal órgão do Ministério da Educação. Fazendo um paralelo, podemos dizer que essa situação deva se replicar nas IES, ou seja, aqueles que possuem um conhecimento na gestão da pós-graduação stricto-sensu, estão aptos a conduzir a Instituição. Isso faz bastante sentido, pois quem atua na pesquisa e pós-graduação, atua, obrigatoriamente, no ensino e na extensão. Outro ponto que merece destaque é nossa ativa participação no Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP). Atualmente, estou como vice-coordenador do FOPROP-Região Nordeste, compondo o Diretório Nacional do Fórum. Recentemente, fui convidado para me candidatar à coordenação do FOPROP-Região Nordeste, declinado, todavia, estarei na composição da chapa que irá concorrer à Diretoria Executiva Nacional. Não conheço uma atuação dessas por um representante da UERN, o que representa reconhecimento fruto desses esforços contínuos resultante do corpo constitutivo da Pró-Reitoria, que também não alcança resultados sozinha - tem como aliada outras Pró-Reitorias, que garantem a união e a força necessárias para sua identidade acadêmica sair fortalecida dentro e fora da instituição. Caminhamos em equipe.


Para o senhor, quais seriam os desafios do próximo reitor?
A UERN vive uma nova era. Vejam que em 2011 foram efetivados mais de duzentos técnicos administrativos (níveis médio ou superior), também tivemos um concurso para mais de 100 docentes, além de vários que estão retornando das suas pós-graduações. Aqui devemos ressaltar que fizemos o primeiro concurso para professor titular, exigindo que além da titulação de doutor, estes tivessem orientações de mestrado e/ou doutorado concluídas. Uma outra constatação é o grande número de professores com Dedicação Exclusiva, ou seja, profissionais que possuem a UERN como a única atividade, o mesmo acontece com os técnicos. Quanto aos discentes, existe uma renovação natural, ao mesmo tempo que se busca condições para que esses alunos passem o dia na Instituição, desenvolvendo suas atividades. Todos esses atores, possuem muitas expectativas e a UERN deve atendê-las, nem que seja em parte. Uma outra questão é a fixação dos servidores, uma vez que são vários os concursos em outras IES, em especial nas federais, por conta do REUNI. Porém, dentre os principais desafios, considero: I - Na grande distribuição geográfica da UERN. Hoje, estamos presentes em todas as 04 mesorregiões do RN. II - Na Autonomia Financeira que devemos avançar na discussão para que possamos definir qual nosso tamanho, e quanto devemos crescer por ano. Também digo que as IES que possuem autonomia financeira, captam constantemente recursos nas agências de fomento. Podemos constatar isso na UEPB e nas Estaduais de São Paulo (USP, UNICAMP e UNESP). III - Na distribuição política, e administrativa da Instituição. Somos hoje divididos em faculdades, departamentos, campi e núcleos. Temos os mesmos cursos em unidades distintas que nunca, ou quase nunca, dialogam. Temos que avançar na distribuição por área de conhecimento. Poderia citar ainda, a necessidade de um pró-reitoria que trate dos assuntos estudantis, na necessidade de uma política mais arrojada de internacionalização e de ensino a distância, na oferta de cursos de proficiência para os alunos e servidores da Instituição, na FM e TV Universitária, dentre outros, pois são muitos.

A UERN se apresenta na projeção vertical, com quatro cursos de Mestrado e três de Doutorado (Dinter). O senhor acha que a quantidade de cursos ofertada é suficiente? 
Na realidade temos 07 mestrados oferecidos pela UERN. Além desses, estamos com 03 propostas de mestrado prontas e 02 de doutorado. Devemos iniciar 2014 com 02 doutorados e 10 mestrados. Nossa projeção para esse mesmo período é que tenhamos 240 doutores, o que daria uma média de 20 doutores/curso, além de atendermos a Resolução nº 3, de 14 de outubro de 2010 – CNE/MEC, que define como prazo 2016. Essa média é um indicador nosso e feito comparando com as IES próximas e/ou semelhantes. Temos também um Mestrado Interinstitucional em Direito oferecido pela UFRN para nossos professores, uma participação com 05 docentes em um Dinter oferecido pela PUC/PR, 17 docentes participando de DINTER em Ciências da Saúde oferecido pela UFRN e inciaremos em 2013 um novo Dinter em Educação oferecido pela UERJ. Buscamos ainda um Dinter a ser oferecido pela UFPE e um MINTER e um DINTER pela UNESP.

A Universidade ainda mantém o PSV como forma de acesso ao ensino superior. Haveria a possibilidade de mudar a forma de acesso?
Sim, entendo que a tendência de todas as IES é a de aceitarem como forma de ingresso o ENEM.

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