O primeiro
depoimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira está
sendo tomado a portas fechadas, na tarde de hoje (8). O depoente é o delegado
da Polícia Federal Raul Alexandre Marques de Souza, que coordenou a Operação
Vegas, uma das que investigaram as relações do empresário goiano Carlos Augusto
de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, com a exploração de jogos
ilegais.
Cachoeira está preso
desde o dia 29 de fevereiro, também suspeito de tráfico de influência por causa
das relações que manteve com autoridades públicas e políticos, como o senador
Demóstenes Torres (sem partido-GO). Por decisão do plenário da CPMI, o
depoimento não foi aberto para a imprensa, com o objetivo de manter o sigilo da
operação da Polícia Federal.
Dos membros da CPMI, 17 votaram pelo depoimento em
sigilo e 11 votaram contra.
Os depoimentos
marcados para a próxima quinta-feira (10), em princípio, também serão tomados
em sessão secreta.
A CPMI espera ouvir mais um delegado da Polícia Federal,
Matheus Mella Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, além dos
procuradores da República Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, que
acompanham as investigações policiais.
O depoimento de
Carlinhos Cachoeira está marcado para o dia 15, em sessão aberta ao público e à
imprensa.
O requerimento que
previa sessão secreta teve votação tumultuada. Houve bate-boca, contestações e
até deboches.
"Gostaria só de comunicar que tudo que aqui for falado vai
vazar e serão as versões mais variadas, vai ser um horror", disse o
deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) ao delegado Raul de Souza, que aguardava que a
porta da sala fosse fechada para iniciar o depoimento.
O deputado Paulo
Teixeira (PT-SP) votou a favor da sessão secreta, mas ponderou que, quando a
comissão apreciar o requerimento pedindo a quebra do sigilo dos inquéritos que
estão na Justiça, dará apoio para que as sessões sejam aos jornalistas e ao
público em geral.
Fonte: Agência Brasil
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