O
deputado estadual Alysson (SOLIDARIEDADE) é uma possibilidade para as eleições
municipais deste ano, embora ele não tenha afirmado abertamente, nesta
entrevista. Suas movimentações têm sido de quem pensa no pleito eleitoral que
se avizinha. Nesta conversa com o blog, o parlamentar não deixa dúvidas: vai
participar do processo. Não sabe se como candidato – ao menos não externou diretamente,
ou como apoiador. Ao blog o deputado falou um pouco da experiência na Assembleia
Legislativa, das possibilidades de aliança e união da oposição e, claro, da
atual administração municipal. Confira:
O senhor vai
para o segundo ano de mandato de deputado estadual. O que foi possível
aprender, politicamente, nesse período na AL?
O
aprendizado é diário, dentro ou fora da AL, como deputado ou não. Mas a
vivência numa casa de leis tão heterogênea, com muitos deputados experientes e
outros novatos como eu, mostra que é fundamental ter a capacidade de ouvir, é
imprescindível a tolerância e o respeito às vozes em contrário, por uma questão
de sobrevivência política e de respeito. Sigo aprendendo.
O fato de ter
envolvimento sindical o coloca em sintonia com o Governo Fátima Bezerra?
Eu
tenho história que começa na zona rural de Mossoró, no Sítio Chafariz, minha
origem. Eu tenho história com a escola pública, como estudante do IFRN, como
estudante e servidor federal concursado da Ufersa, eu tenho história como
integrante de movimento associativo e sindical, movimento estudantil. Eu tenho
história de paixão desde criança pela política e sentindo dificuldades que a
maioria da elite política do RN desconhece na prática. Não é uma questão de
sintonia ou falta de sintonia com a governadora. Esse é parte do meu DNA.
Quanto à governadora, nossa postura é de realizarmos uma oposição de forma
responsável, priorizando sempre o interesse público e jamais fugindo dos meus princípios.
Inclusive, em vários momentos aprovamos matérias do interesse governista,
porque entendíamos que atendia o interesse público. Respeito acima de tudo,
sendo aliada ou adversária. Assim continuaremos.
O que o motiva a
pensar no Executivo municipal?
Primeiro
de tudo: eu não me apresentei em momento algum como pré-candidato a prefeito de
Mossoró. Não disse num comentário, entre amigos, em discursos ou em entrevista,
que era pré-candidato. Minha principal motivação é acreditar que a política
continua sendo o caminho para transformações e contribuição à sociedade, para
avanços sociais, para o respeito às leis e construção de oportunidades
sobretudo para os jovens e amparo aos idosos. A Prefeitura de Mossoró não é
obsessão minha, pessoal.
Na
verdade, ela tem sido um negócio de família, de um grupo familiar que há cerca
de sete décadas diz que adora Mossoró. Mas estranhamente, só eles se dão bem. E
querem continuar porque essa empresa familiar, a prefeitura, não pode deixar de
mantê-los.
O senhor tem
mais proximidade política com Isolda Dantas ou Jorge do Rosário?
Eu
tenho diálogo aberto com Isolda, com Jorge do Rosário, com doutor Daniel, com
Gutemberg Dias, com Cláudia Regina, com vereadores, com professores, advogados,
estudantes, donas de casa, desempregados, empresários, autônomos, servidores
públicos. Eu não tenho problemas pessoais ou políticos com ninguém. Eu não
entrei na política para impor minhas vontades ou caprichos. Eu não acredito em
política que começa colecionando inimigos, para depois selecionar aliados de
faz de conta, em torno da mesa farta, espoliando a maioria. Estou aberto, sigo
aberto ao diálogo, acreditando que a oposição apresentará alternativa viável a
esse modelo atrasado de fazer política, que a prefeita Rosalba Ciarlini Rosado
representa.
Essa posição
indica que pode haver alguma aliança?
Pode
e haverá aliança forte na oposição. Não tenho dúvidas que sairá chapa forte e
competitiva. Agora eu não sou tolo nem vendo a ideia tola de que teremos um
palanque único, com todo mundo junto. Isso não acontecerá.
Como o senhor
vislumbra o desenvolvimento de Mossoró?
O
desenvolvimento de Mossoró passa pelo respeito ao ser humano, pelo investimento
no capital intelectual, pela transformação da municipalidade numa instituição
transparente, voltada para o interesse coletivo e não para um grupo. Hoje, quem
sabe me informar o total de cargos comissionados ocupados na prefeitura?
Quantos são os funcionários de carreira? Quantos são os empregados
terceirizados? A prefeitura é uma caixa preta, em que poucos, pouquíssimos
ocupantes do poder têm a chave e sabem tudo. Nem os vereadores do governo
conseguem responder a essas perguntas entre outras tantas. Para se ter ideia, a
última relação de terceirizados, foi publicada no portal da transparência a
quase 2 anos.
É possível unir
a oposição em torno de um candidato?
Já
respondi anteriormente essa indagação e repito: não haverá união ampla, geral e
irrestrita da oposição, mas teremos chapa forte, competitiva, pronta para
vencer.
Como deveria ser
esse convencimento?
Tudo
começa e termina no diálogo. Acredito que boa parcela e parcela de peso da
oposição tem dialogado, aparado arestas, vendo pontos de convergência e
analisado questões conflitantes. Isso é o normal em política. Uma família nem
sempre é uníssona e inteira, como se esperar isso num processo
político-eleitoral em ambiente pluripartidário? O próprio grupo da prefeita
Rosalba Ciarlini Rosado não se entende, convive com divergências com o grupo da
prima Sandra Rosado, precisa a todo momento tratar de insatisfações de seus
vereadores. Então, quem fala em desunião oposicionista, parece desconhecer esse
e outros aspectos. Quem está preocupado em vencer não somos nós, mas eles, que
não podem perder esse negócio de família.
Como o senhor
pretende focalizar a sua viabilidade política?
Minha
vida pública é baseada primeiramente na crença de que a política é uma
atividade nobre e capaz de transformar para melhor a vida de milhares e milhões
de pessoas. Como princípio, sigo os ensinamentos de meus pais humildes, que me
criaram no campo, em regime de extrema dificuldade, mas sempre com honradez.
Não tenho do que me envergonhar e quem começou a apostar em mim não terá
motivos para arrependimento.
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