Dizem que
toda história tem dois lados da moeda, a cara e a coroa. Na política é do mesmo
jeito. E essa tese se acentua em toda e qualquer campanha eleitoral e se
constitui em governo e oposição. No caso de Mossoró, o lado governista vem de
consecutivas vitórias. De 1988 para cá, apenas o intervalo de quatro anos
correspondente à uma derrota.
De 1996 até hoje, o chamado “rosalbismo”,
liderado pela hoje governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não sabe o que é perder
uma campanha. Já o chamado lairismo, que era comandado pelo ex-deputado federal
Laíre Rosado (PSB) passou a ser denominado de “sandrismo”, em alusão à deputada
federal Sandra Rosado (PSB), não tem tido a mesma sorte. Em 2012, algo poderia
quebrar o jejum de derrotas seguidas: pesquisas eleitorais apontavam para vitória
da então candidata Larissa Rosado (PSB), que tentou pela terceira vez ser
prefeita de Mossoró.
Os números, ao final, não se concretizaram e hoje a peleja
dos dois lados tidos como mais fortes da política local têm seus destinos em
birôs do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
A prefeita
Cláudia Regina Freire de Azevedo, eleita em 7 de outubro passado, foi cassada
oito vezes pela Justiça Eleitoral, das quais sete apenas pelo juiz da 33ª zona
eleitoral, José Herval Sampaio Júnior. A deputada Larissa Rosado teve seus
direitos políticos suspensos por oito anos em virtude de sentença do mesmo juiz.
As duas, apesar de pertencerem a partidos diferentes e seguirem posições
políticas distintas, têm um mesmo fato em comum: aguardam posição dos
desembargadores para ficarem livres das condenações.
A prefeita
Cláudia Regina, contudo, tem menor grau de dificuldade política. Sim, porque
apesar de estar se defendendo de oito ações condenatórias, das quais uma já foi
negada pelo Tribunal Regional Eleitoral, se tiver alguma acusação mantida,
ainda poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para continuar no
cargo. O prejuízo político maior recai contra Larissa Rosado em caso de
manutenção da sentença que cassou seus direitos políticos.
Sim, porque
ela responde a duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE’s) acerca de
abuso de poder midiático – leia-se meios de comunicação pertencentes à família
dela (rádio, jornal de TV). Como 2014 é ano eleitoral e Larissa Rosado já
declarou que tentaria renovar seu mandato, caso o Tribunal Regional Eleitoral mantenha
a decisão do juízo de primeiro grau, ela ficará automaticamente fora da disputa,
já que seria enquadrada na Lei da Ficha Limpa por condenação de um colegiado.
Nem o TSE a livraria da inelegibilidade.
Além disso,
mesmo que o processo seja julgado depois das eleições do próximo ano e o
resultado seja pela manutenção da sentença do juiz José Herval Sampaio Júnior, Larissa
Rosado seria prejudicada. É que a decisão do juiz de primeiro grau foi tomada
com relação a 2012 e valeria até 2020. Ou seja, de 2012 até os oito anos subseqüentes
ela não poderia ser eleita para nenhum cargo. E se o julgamento do mérito
ocorrer depois da eleição e se ela for reeleita, perderá o cargo de deputada
estadual automaticamente, pois estaria com os direitos políticos suspensos.
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