Prefeitura Municipal de Assú

terça-feira, 22 de março de 2011

servidores querem saída da diretoria da Apamim

Qual o ponto em comum e que envolve diretamente os dois principais grupos políticos de Mossoró? A Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e à Infância de Mossoró (APAMIM), que existe desde 1941, acabou se tornando esse elo nos últimos meses. As duas facções políticas adversárias, uma liderada pela prefeita Fafá Rosado (DEM) e a outra pelas deputadas Sandra Rosado (PSB) e Larissa Rosado (PSB), trocam farpas via imprensa.

A questão, ou o que estaria em jogo, seria o futuro do complexo hospitalar mantido pela Apamim, entidade filantrópica que enfrenta a sua pior crise financeira. A luz vermelha acendeu depois do descredenciamento relacionado ao atendimento de alta complexidade, envolvendo diretamente os serviços cardiovasculares.

O Ministério da Saúde fez uma auditoria, no ano passado, e constatou que a Casa de Saúde Dix-sept Rosado não se enquadrava no perfil exigido para os serviços. A Apamim, com isso, perdeu R$ 500 mil mensais que recebia do Governo Federal.

De lá para cá, a crise aumentou e acirrou os ânimos envolvendo a Apamim e a Prefeitura de Mossoró. A associação, presidida pelo ex-deputado federal Lahyre Rosado (PSB), que chegou a ser citada na “Máfia dos “Sanguessugas”, escândalo que ficou caracterizado por influência política na liberação de verbas para ONGs e associações, bem como na compra de ambulâncias, se vê envolta em problemas financeiros que poderiam ameaçar a continuidade das atividades da Casa de Saúde Dix-sept Rosado e da Maternidade Almeida Castro.

No começo deste mês, o quadro de acirramento político entre os dois grupos ficou mais evidente, quando a Gerência Executiva da Saúde emitiu uma nota, na qual afirmava que os problemas vivenciados pelo complexo hospitalar filantrópico seriam de ordem administrativa. A resposta veio em seguida: a Apamim alardeou que a Prefeitura de Mossoró estaria se utilizando de métodos políticos para “sufocar” a administração do complexo.

O certo é que, em meio à crise, o atraso no pagamento de servidores ficou em evidência. Recentemente, os funcionários da Casa de Saúde Dix-sept Rosado realizaram um protesto, no qual arrecadaram alimentos. É que, sem receber seus salários, não tinham como se manter.

A crise se agravou. Tanto que, em assembleia realizada no mês passado, os servidores da Apamim anunciaram o ato extremo: um abaixo-assinado, no qual pedem o afastamento do diretor-presidente (Laíre Rosado) e de toda a diretoria da associação. Eles alegam improbidade administrativa pela situação crítica em que se encontra o complexo hospitalar.

Na assembleia, os servidores estavam com férias de dezembro de 2010, janeiro e fevereiro de 2011, bem como o salário do mês de janeiro. Na época, os servidores decidiram que iriam procurar o Ministério Público do Trabalho, no sentido de obterem a garantia do cumprimento dos direitos trabalhistas.

O diretor-geral da Apamim, André Neo, que assumiu o cargo há seis meses, reconhece que a situação financeira é delicada e disse que parte do problema relacionado à questão salarial foi resolvida. “Está em aberto o mês de fevereiro. Sempre fica um mês dentro (a pagar) devido à situação financeira”, afirmou.

Aliado a esse fator, a instituição é alvo de uma série de processos. São ações civis e trabalhistas que foram movidas por servidores e fornecedores de bens e serviços. Somente no endereço eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) estão 31 processos. Na maioria, a Apamim figura como ré; em outros, é autora da ação.

Fonte: Jornal de Fato

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