No ano passado, o secretário municipal da Cidadania Francisco Carlos atraiu para si a responsabilidade de responder aos ataques e críticas feitas pela oposição à administração municipal. Apareceu como “a cara” da defesa e, diante dessa particularidade, começou a ser alçado à condição de um dos nomes do grupo governista, juntamente com a vereadora Cláudia Regina (DEM) e o secretário Alex Moacir (PMDB), à sucessão municipal de 2012. Presidente do diretório do PV em Mossoró, Francisco Carlos, afirma que não buscou esse projeto político, mas se diz preparado para topar o desafio. “Topo, sim, esse desafio”, afirmou ao repórter. Francisco Carlos disse que não buscou tal propósito e que o assunto foi que chegou a ele. “Esse assunto veio até a mim e não procurei. Se as condições apontarem para isso e se for aceita pela população aceitar que eu posso representar alternativa, estou à disposição. Estou diante dele com determinação e com disposição”, comentou. Nesta entrevista, ele disse que o Partido Verde em Mossoró tem projeto para a chapa proporcional às eleições municiais de 2012 e que alguns nomes surgem e que podem ser candidatos à Câmara Municipal de Mossoró. As conversas, nesse sentido, serão acentuadas a partir do mês de março. Sobre a chapa majoritária, Francisco Carlos afirmou que está à disposição do grupo político ao qual pertence. Confira:
Na qualidade de presidente do diretório municipal do PV, o senhor está preparando o partido para as eleições de 2012? Como está essa articulação?
O PV deverá começar, agora no mês de março, procurar formar uma chapa forte para candidatos à Câmara de Vereadores. Esse é o projeto do Partido Verde para a chapa proporcional. Temos alguns nomes que nos procuram e se colocam como possíveis candidatos.
Se já tem nomes, como está essa projeção da discussão que será iniciada em março?
NÃO VAMOS divulgar nomes. Mas tem muitas pessoas interessadas. Vamos esperar que se concretizem a partir desses encontros que iniciaremos agora a partir do mês de março.
O partido tem também um projeto para o Executivo, já que o seu nome está sendo posto como uma das alternativas do grupo governista. O senhor toparia o desafio de sair candidato à sucessão da prefeita Fafá Rosado?
TOPO, sim, esse desafio. Mas friso que esse assunto não está sendo colocado por mim e não fui em busca dele. Esse assunto veio até a mim e não procurei. Se as condições apontarem para isso e se for aceita pela população aceitar que eu posso representar alternativa, estou à disposição. Estou diante dele com determinação e com disposição.
Mas como o senhor pretende conduzir esse projeto?
GOSTARIA de registrar que não estou lançando o meu nome. Não fui procurado e não faço isso em nenhum momento. É esperar se, se for o caso, as condições apontarem, que o meu grupo político, o grupo político ao qual faço parte, me lance. E não que eu faça...
É sabido que o grupo governista tem um leque de nomes à sucessão da prefeita, entre eles o do senhor. Nesse contexto, como vislumbra esse processo? A prefeita já conversou sobre o assunto? A partir de quando o senhor acha que o grupo deve trabalhar a questão do seu sucessor?
ESTOU observando esse processo com tranquilidade e não com ansiedade. O grupo definirá no momento oportuno. Como você disse, existem alguns nomes que estão sendo analisados e acredito que o que cada um deve estar fazendo é buscar viabilizar o seu nome, e que cada um possa oferecer o melhor possível. E, nesse aspecto, acho que todos os que estão no tabuleiro, dependem de seus partidos, que procurará viabilizar o nome.
Logicamente que, sendo dirigente partidário, o senhor vai procurar entendimento com outras legendas.
ESSA discussão do ponto de vista partidária, a decisão será do grupo, das definições.
Até essas definições, o que o senhor acha que precisa ser feito para que esse processo seja, efetivamente, discutido?
SOBRETUDO, debates. É necessário, antes de qualquer coisa, nos colocarmos à disposição da população. Para que a população possa saber o perfil de cada um, quais as propostas que se tem para a cidade. É preciso discutir Mossoró e o futuro de Mossoró. Estou disposto a fazer essa discussão sobre Mossoró e suas perspectivas. Acho que só é interessante participar do processo eleitoral nessas condições.
O senhor se refere à não-paralisação de ações que estão sendo feitas pela Prefeitura?
É VERDADE. Estamos em um processo de desenvolvimento muito bom. Mossoró vem com um bom modelo de gestão administrativa. Passamos por dois momentos muito bons, nos três mandatos de Rosalba Ciarlini na Prefeitura de Mossoró, e agora no segundo mandato da prefeita Fafá Rosado. A cidade está moderna, se desenvolvendo, gerando emprego, gerando renda para o cidadão. A cidade vai bem e é preciso que se discuta, sempre e cada vez mais, a continuidade desse crescimento.
A partir de quando esses debates podem ser iniciados?
ESSA discussão não é apenas para contribuir para o período eleitoral e deve ser feita sempre. Debater os problemas de Mossoró junto com a população, que quer saber do que se tem para apresentar para a solução desses problemas.
Por falar em problema, a questão da PPI, que causou um prejuízo superior a R$ 20 milhões a Mossoró, foi resolvida?
A discussão da Programação Pactuada Integrada (PPI) não está solucionada. No entanto, a gestão da saúde envolve muitos problemas, além da PPI. Estamos encontrando, junto ao Governo do Estado, junto ao secretário Domício Arruda, o apoio necessário para que todos esses problemas sejam resolvidos. Nesse primeiro momento, discutimos a questão da complementação da tabela SUS, a questão das cirurgias ortopédicas, a questão de leitos de UTI’s... Todas essas questões são necessárias e pertinentes e certamente chegaremos no momento em que a Programação Pactuada Integrada também será rediscutida e analisada para que a gente possa minimizar a situação da saúde de Mossoró.
Essa complementação de 12 leitos de UTI, já anunciada pela prefeita Fafá Rosado, sana o problema?
NO início do mandato da prefeita Fafá Rosado Mossoró tinha 14 leitos e hoje tem 33. E ainda é pouco, e com a complementação de 12 chegará a 45. E continuará sendo pouco, insuficiente. A cidade de Mossoró precisa chegar a 61 leitos de UTI para que possamos fazer a relação com a população existente e dizer que existe uma estrutura suficiente.
Com relação à estrutura da saúde, é preciso melhorar?
Tendo em vista a saúde brasileira, Mossoró tem um bom serviço dentro do contexto. É um serviço que enfrenta problemas sérios. Em Mossoró, conseguimos uma boa estrutura de saúde, com uma boa quantidade de profissionais. Mas isso não quer dizer que a população esteja plenamente satisfeita com os serviços ofertados. A gente tem que reconhecer os avanços e termos a consciência de que os problemas estão aí para serem resolvidos. Temos que encarar com coragem, determinação e sinceridade. Não fazer de conta de que nada está acontecendo.
No ano passado, o senhor foi para a linha de frente saindo em defesa da prefeita Fafá Rosado, respondendo críticas e acusações da oposição. Esse fator o teria credenciado a ser um dos nomes para 2012. A partir de qual momento o senhor entendeu que era preciso colocar a ‘cara à tapa’?
TENHO a convicção grande de que a prefeita tem o melhor dos interesses com a cidade de Mossoró. Tem bons planos e bons projetos, e isso ficou sempre bem claro na minha cabeça. Quando parcela da oposição, de maneira injusta e de maneira equivocada, começou a diminuir a importância do trabalho da prefeita, não tive a menor dúvida de sair em defesa dessa gestão e desse projeto político. Não me arrependo de ter feito e acho que fiz bem esse papel. Sendo necessário, farei novamente, independente de interesses pessoais, interesses políticos. A principal preocupação é com o êxito da administração Fafá Rosado.
Sendo titular de uma secretaria que comanda ações importantes, como a saúde e educação, o senhor deve ter, digamos, interesses no Governo Municipal em relação a parcerias...
ESPERAMOS, primeiramente o trânsito e o diálogo, e isso já está acontecendo, para discutirmos problemas comuns, porque existem coisas em que o Estado pode nos ajudar, bem como outras que nós podemos ajudar ao Estado. Isso em nome e interesse da população. Já estamos iniciamos esse diálogo. Conversas sobre o transporte escolar, já que podemos assumir esse serviço e que o estudante tenha esse serviço de qualidade. Precisamos aprofundar discussões de parceria na saúde. Na área da cultura existe uma série de ações que podem ser feitas de mãos dadas, pois os interesses são comuns.
Fonte: Jornal de Fato