Prefeitura Municipal de Assú

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Câmara analisa crédito de R$ 64 mi sem que Allyson especifique destino da verba

No finalzinho do ano administrativo, faltando poucos dias, o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) quer mesa farta no seu birô: um crédito suplementar de exatos R$ 64 milhões. Isso mesmo: vai ter direito a usar R$ 64 milhões sabe-se lá em que, com o que e para que. E o que é pior: com o aval sincerão da Câmara Municipal. A aprovação ainda não aconteceu, mas como o prefeito tem maioria, tudo passará sem maiores problemas. Em nome de agradar ao prefeito, o Legislativo está esquecendo do básico e passa o crivo em algo que Bezerra, sequer, disse onde vai utilizar. E ainda dizem que a verba é do povo... Só se for do povo que está no Palácio da Resistência.

O blog tem utilizado uma expressão que recorre a ela agora: administrar não ficou para todo mundo. Pode-se até pensar em abrir um boteco qualquer. Abrir um negócio até pode acontecer. Mantê-lo será o mais difícil. Com a devida analogia, Allyson Bezerra pode até ter ganho as eleições, mas se manter no cargo, aí vai ser outra história. Falta transparência, zelo e probidade com a coisa pública. A partir do momento em que um gestor não diz onde, como e em que vai utilizar um crédito suplementar, obviamente que está deixando margens para que se pense o pior.

E o termo “pior” parece fichinha quando se está em ano pré-eleitoral. O presidente da Câmara, vereador Lawrence Amorim (Solidariedade) é pré-candidato a deputado federal. Em nome da famosa elegibilidade, tudo pode acontecer. Até mesmo o presidente pegar carona em algo que não faz sentido algum, como por exemplo, integrar comitiva que vai atrás de recursos em Brasília. Diga-se de passagem, uma equipe administrativa. A presença de alguém da Câmara Municipal foge do princípio basilar relacionado à divisão de poderes. Ao Executivo o que lhe compete. E o que faz o presidente do Legislativo na viagem? Eis a questão!

Seria mais producente os dois, prefeito e presidente da Câmara, explicarem o uso dos R$ 64 milhões. O prefeito, claro, informar os fins do crédito complementar. Ao presidente compete explicar os motivos pelos quais se aprovou algo sem que houvesse detalhamento. Ainda mais quando envolve dinheiro que é, definitivamente, do povo.

É que, como não se publica o anexo à lei, o cidadão comum fica sem saber a destinação da verba

Nenhum comentário: