A retomada da produção de petróleo no Rio Grande do
Norte, pela iniciativa privada, avançou ainda mais na terça-feira, 10, no 1º Leilão de
Oferta Permanente de Petróleo e Gás. O Oeste Potiguar foi destaque no certame,
realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP): mais da metade dos blocos arrematados (57%) ficam na região – 19 dos 33
blocos adquiridos por quatro empresas.
A compra das áreas se soma à aquisição de outros
dois campos vendidos pela Petrobras na Bacia Potiguar, este ano: o Polo Riacho
da Forquilha, também na Região Oeste, adquirido pela Potiguar E&P dia 31 de
maio, e o Polo Macau, adquirido pela SPE 3R Petroleum, dia 9 de agosto.
Três das quatro empresas que arremataram os blocos
potiguares, ontem (Phoenix, Geopark e Imetame), já atuam no Rio Grande do
Norte. A quarta (Petro-Victory), que comprou maior número de blocos, deverá se
instalar na região de Mossoró nos próximos meses. O leilão da ANP movimentou
mais de R$ 22 milhões e estima investimentos em mais de R$ 320 milhões.
“É o primeiro leilão em 20 anos em que a Petrobras
não está presente e foi um sucesso extraordinário. É absolutamente simbólico.
Isso é efetivamente a substituição do monopólio por uma indústria. Novas áreas,
novos atores e uma indústria dinâmica, sem dependência da Petrobras”, comentou
o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, na página www.anp.gov.br.
Novo horizonte
O presidente da Associação Redepetro RN, Gutemberg
Dias, avalia que o cenário consolida a tendência de mudança no negócio do
petróleo no Estado. Isto é, aquisição por empresas privadas de áreas da
Petrobras, que, mais focada no Pré-sal, reduz sua atividade no Rio Grande do
Norte.
“Na prática, isso representará o reaquecimento do
setor petrolífero potiguar, seguindo a retomada do petróleo onshore (em
terra) não só no Rio Grande do Norte, mas em outros Estados por empresas
privadas, em substituição à Petrobras”, comenta o presidente da Redepetro RN,
que congrega empresas da cadeia de petróleo e gás.
Dias acredita que essa mudança ocorrerá no lastro
do Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo
e Gás Natural em Áreas Terrestres (Reate 2020), lançado no último dia 22 de
agosto pelo Ministério de Minas e Energia, que apresentará o Plano de Ações da
iniciativa no Mossoró Oil&Gas Expo, dias 26 e 27 de novembro.
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