Prefeitura Municipal de Assú

segunda-feira, 20 de julho de 2015

'Fafá é pré-candidata à sucessão municipal'

Sete meses após concluir oito anos de mandato na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, o ex-deputado Leonardo Nogueira (DEM) está definitivamente reinserido na profissão de médico. Ele não deseja mais voltar a ocupar cargo eletivo. Diz que já cumpriu a missão e sugere que existem bons nomes para representar bem o povo de Mossoró, sua terra natal. No entanto, a política não saiu dele. E é com essa motivação que Leonardo Nogueira trabalha com o seu grupo para viabilizar a candidatura da ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB), sua esposa, à sucessão municipal de 2016. “Ela é pré-candidata”, afirmou, durante longa conversa no “Cafezinho com César Santos”, na tarde da última quinta-feira (16). O ex-deputado disse que o povo está convocando Fafá de volta porque está decepcionado com a gestão do prefeito Silveira Júnior (PSD). “Ele não honrou com a palavra, perdeu a confiança e, para piorar, não faz uma boa gestão por completa falta de competência”, afirmou. Leonardo Nogueira acredita que será possível Fafá caminhar junta com a ex-governadora Rosalba Ciarlini (sem partido), mas ressalta que ainda existe muita coisa a ser resolvida, principalmente com a relação à situação jurídica que envolve Rosalba. “O que sei é que as pessoas querem Fafá e Rosalba juntas outra vez.”

DE FATO – O seu grupo político trabalha para ter uma participação direção na disputa à Prefeitura de Mossoró em 2016. De que forma o senhor entende que será essa participação?
LEONARDO NOGUEIRA – O trabalho que nós desenvolvemos como cidadãos, como pessoas que têm responsabilidade com Mossoró e, principalmente, com a experiência de dois mandatos da ex-prefeita Fafá e dos meus dois mandatos como deputado estadual nos permite ter uma participação direta na sucessão municipal. Vamos participar ativamente do processo, pode ter certeza. Temos muito a oferecer ao povo de nossa cidade e temos responsabilidade com o futuro de Mossoró. Portanto, é natural que tenhamos participação no momento importante que é a escolha do futuro gestor municipal.

FAFÁ Rosado é pré-candidata à Prefeitura de Mossoró?
UMA pré-candidatura existe quando há um chamamento popular, um incentivo do povo em relação a ocupar um cargo público. Essa convocação existe. Onde nós visitamos, onde nós trabalhamos, existe uma convocação muito forte das pessoas, principalmente daquelas que estão decepcionadas com a atual gestão municipal. Essas pessoas sentem saudade da época em que Fafá era a prefeita, porque a sua gestão foi muito boa para a cidade. Isso faz que a gente possa dizer que sim, que Fafá é pré-candidata à sucessão municipal.

A QUE se deve essa convocação que o senhor diz que o povo pede o retorno da ex-prefeita Fafá Rosado?
EU ACREDITO que, primeiramente, pela boa gestão que Fafá fez. Ela saiu da Prefeitura em 2012 com quase 80 por cento de aprovação popular. Realizou grandes obras na cidade, obras importantes, estruturantes e que melhoraram a vida das pessoas, principalmente em áreas vitais, como saúde e educação. Segundo, eu acredito que esse chamamento se justifica, também, pelo descrédito que enfrenta o atual governo municipal. Como a cidade não está bem, porque o prefeito que aí está não tem competência para governar, é natural que o cidadão queira de volta quem realmente fez uma grande gestão, no caso a ex-prefeita Fafá.

ESSE descrédito do prefeito Silveira Júnior, ao qual o senhor se refere, é uma crítica pessoal ou realmente é sentimento popular?
NÃO tem nenhuma questão pessoal. Eu vejo o descrédito a partir da decepção do povo de Mossoró. A crítica é geral em todos os cantos e recantos da cidade. A população está reclamando do lixo acumulado nas ruas, das avenidas esburacadas, do caos na saúde, do atraso de pagamento aos prestadores de serviços que, por consequência, não pagam os salários dos servidores, e de muitos outros problemas. Veja a greve dos servidores públicos que se arrasta e o prefeito não tem uma solução. O Mossoró Cidade Junina, orgulho do nosso povo, foi um desastre em termos de organização. Além disso, não existe uma obra importante sendo executada na cidade. O que eu estou dizendo aqui e agora é o que o povo diz nas ruas. Inclusive, na última pesquisa de opinião pública a gestão Silveira apareceu com quase 80% de reprovação. Logicamente que nós não concordamos e não aceitamos com o descalabro administrativo que aí está.

MAS o prefeito alega que as dificuldades existem porque há uma crise no âmbito nacional.
CONCORDAMOS que existe uma crise econômica no País sem precedente. Os brasileiros, sem exceção, estão sentindo os efeitos dessa crise. Há dificuldades em todos os segmentos, com a inflação voltando, o desemprego em alta etc.. Agora, os gestores públicos que se prepararam e que têm competência estão conseguindo conduzir bem as suas administrações. Temos exemplos de Prefeituras vizinhas a Mossoró que caminham bem, mesmo com dificuldades. E os prefeitos dessas cidades não estão sendo vaiados, como acontece com o prefeito de Mossoró. Então, existe uma crise de competência na gestão do prefeito Silveira, e isso o próprio cidadão mossoroense é quem atesta. A nossa cidade está abandonada pelo gestor municipal. Isso é fato.

SILVEIRA Júnior não estava preparado para governar uma cidade do porte e da importância de Mossoró? É isso?
VEJA só: Silveira era presidente da Câmara Municipal, tinha uma experiência de três mandatos no Legislativo e não sabia como era administrar uma cidade. A Prefeitura caiu no seu colo quando a então prefeita Cláudia Regina foi cassada. Depois, ele teve o aval do eleitor nas eleições suplementares. Até aí, nenhuma experiência no Executivo. Ele não estava preparado e está demonstrando isso. Além de não ter um projeto para Mossoró, de não realizar o básico do básico, ele comete uma trapalhada atrás da outra.

MAS, o seu grupo apoiou a candidatura de Silveira nas eleições suplementares. Foi um erro?
NÃO. Não foi um erro. Nós, assim como o eleitor, demos uma oportunidade a ele. Acreditávamos que era possível Silveira fazer uma boa gestão com a ajuda de um grupo experiente que havia governado Mossoró por oito anos. Mas, ele jogou tudo fora, descumprindo compromissos que havia assumido com o nosso grupo. Então, acho que quando um cidadão, seja político ou não, não honra os compromissos, não cumpre a palavra, ele não é digno do crédito da sociedade. É o que está acontecendo com o prefeito Silveira. A quebra do compromisso, da palavra, não é apenas em relação a projeto político meu ou da ex-prefeita Fafá, mas de compromisso assumido com o povo de Mossoró. Ele fez promessas ao povo, no entanto está sendo omisso, negligente, incompetente.

MAS o prefeito tem dito que não há reprovação popular e que vai colocar o seu nome para julgamento nas eleições do próximo ano. É possível?
NÃO acredito. A situação política de Silveira é muito delicada, porque ele caiu no descrédito da população. Qualquer gestor público pode se recuperar quando ele não perde a credibilidade, porque o próprio tempo e a força do poder ajudam muito. No entanto, no caso específico do prefeito de Mossoró, não existe crédito, confiança, as pessoas estão decepcionadas, e isso temos ouvido em todos os cantos. Então, não vejo como o prefeito se recuperar até para ser candidato.

VOLTANDO para a pré-candidatura de Fafá Rosado. Existe o aceno das pessoas de forma positiva, mas é preciso ter um palanque para consolidar uma candidatura. De que forma o seu grupo está trabalhando nesse sentido?
A EX-PREFEITA Fafá é presidente do PMDB de Mossoró e tem se movimentado no sentido de fortalecer o projeto dentro do partido. A gente sente a vontade do PMDB estadual de ter candidatura própria em todos os municípios do Rio Grande do Norte ou ter participação em chapas majoritárias. Mossoró não é exceção para o PMDB. Esse fato, logicamente, faz que todo o nosso grupo comece a realizar trabalhos e se apresentar ao povo como opção. Então, a ex-prefeita Fafá está buscando consolidar essa possibilidade, através do contato com as lideranças, com as comunidades, com amigos e correligionários.

O PROJETO político do seu grupo para 2016 passa pela ex-governadora Rosalba Ciarlini ou uma possível postulação de Fafá não depende do rosalbismo?
PASSA, sim. Temos conversado com o deputado Carlos Augusto e com Rosalba, e a gente sempre coloca a necessidade de nós construirmos juntos a possibilidade de candidatura à sucessão mossoroense. Temos conversado de forma ampla, inclusive, sobre as questões jurídicas que envolvem todo o processo, não apenas com relação a Rosalba, mas também a Cláudia Regina e ao próprio prefeito Silveira. A questão jurídica vai mexer com as possibilidades de palanque para 2016, não tenha dúvida. Portanto, temos conversado sobre isso e não há dúvida que há o interesse de união de lado a lado.

DE FORMA direta, dr. Leonardo: uma candidatura de Fafá depende de Rosalba?
O QUE a gente percebe hoje é que há um desejo muito grande que Fafá e Rosalba caminhem juntas; isso é unânime. Agora, como isso vai ser possível? Lógico que tudo vai depender da situação jurídica de Rosalba no momento das definições. Agora, quero afirmar que uma possível candidatura de Fafá não acontecerá por imposição. Ela não será candidata apenas por querer ser candidata. Nós estamos ouvindo o povo, os amigos, os correligionários e vamos dialogar com Rosalba e com Carlos antes de tomar qualquer decisão.

O SENHOR se sentiu traído pelo prefeito Silveira porque ele não apoiou o seu projeto de reeleição de deputado. Houve, realmente, quebra de compromisso?
ESSE assunto é de conhecimento público, até. Quando apoiamos a candidatura dele a prefeito nas suplementares, ficou certo que ele nos apoiaria em 2014. E o registro do nosso pacto político-eleitoral foi feito na presença das duas famílias – a minha e a dele – e nem assim foi suficiente para o prefeito cumprir a sua parte. Mas, infelizmente, não honrou a palavra, não cumpriu o compromisso. Ele preferiu apoiar o deputado Galeno Torquato, o que acabou por atrapalhar a nossa candidatura. Mas, não faria aqui qualquer julgamento; eu deixo para o povo se encarregar da palavra final.

O ELEITOR de Mossoró, orientado pelo prefeito, fez opção por Galeno Torquato, que até aqui não correspondeu com trabalho. A cidade sofre com a falta de um legítimo representante na Assembleia Legislativa?
ISSO nos deixa tristes. Não por uma questão pessoal, mas pelo prejuízo que nossa cidade tem por não ter eleito um único representante na Assembleia Legislativa. Veja que São Miguel, bem menor do que Mossoró, tem dois deputados estaduais. A região do Alto Oeste é representada por quatro deputados. O Seridó também tem quatro deputados. A Grande Natal elegeu sete. Assú e Areia Branca, nossos vizinhos, elegeram deputados estaduais. A consequência disso é que perdemos representatividade, a cidade ficou sem voz na Assembleia Legislativa. A minha não reeleição e a de Larissa Rosado trouxeram enormes prejuízos, porque nosso mandato sempre esteve à disposição de Mossoró. Na Assembleia, nós colocávamos na pauta as principais demandas da cidade, lutávamos por benefícios. Hoje, nenhum deputado faz isso pelo povo mossoroense. Infelizmente.

O SENHOR ainda é filiado ao Democratas, do senador José Agripino, mas está afastado dele politicamente. Já decidiu o seu futuro em termos de filiação partidária?
NÓS vamos decidir isso depois de uma definição sobre a situação política de Mossoró. Refiro-me à questão jurídica de Rosalba e Cláudia, porque a partir daí teremos um quadro mais claro em relação à sucessão municipal. Então, vamos decidir com calma, ouvindo o grupo, para que possamos fazer a melhor opção.

O SENHOR ainda deseja disputar cargo eletivo?

EU TIVE uma experiência muito boa e gratificante em oito anos de mandato na Assembleia Legislativa, mas acho que já dei a minha contribuição como detentor de cargo eletivo. Sou uma pessoa muita realizada como médico, exerço a profissão com amor; inclusive, estou realizando um curso de atualização na minha área que terá duração de um ano. Então, estou me inserindo cada vez mais na área médica e não vejo mais tanta necessidade de voltar a assumir cargo eletivo. Temos bons nomes que podem dar sequência ao bom trabalho que a gente fez como deputado estadual.

Fonte: Jornal de Fato

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