Prefeitura Municipal de Assú

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O que é isso, companheira?

É impressionante como a política potiguar é complicadinha. Aliás, segue o plano nacional. Tivemos, dia desses, condenação do advogado Lauro Maia a 16 anos de prisão por suposta prática de tráfico de influência no Governo do Estado na gestão da mãe dele, a ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB). Decisão monocrática de um juiz federal o condenou a 16 anos de prisão decorrente da "Operação Hígia". A investigação na Secretaria Estadual de Saúde apontou que R$ 32 milhões foram surrupiados e que o filho de Wilma lideraria o esquema, bem como que a transação ocorria na Casa Oficial.

Nem diante de tão elevada soma de recursos públicos que teria sido desviada - e de uma área vital para o Rio Grande do Norte, que é a saúde, não se ouviu nenhuma voz pedir que houvesse celeridade no julgamento e que outros responsáveis pela sangria nos cofres públicos fossem denunciados e condenados igualmente.

O que se leu na imprensa foram votos de solidariedade. Assim procederam a deputada federal Fátima Bezerra (PT), o senador José Agripino Maia (DEM), o ministro Garibaldi Alves Filho (PMDB) e o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves. Nada de alguém levantar a voz em defesa dos que foram prejudicados com a sangria de uma área já tão problemática.

E eis que nesta quinta-feira, a mesma deputada federal Fátima Bezerra que foi solidária com Wilma de Faria - que teria permitido que R$ 32 milhões fossem surrupiados da saúde e no seu governo, bradou que é preciso uma investigação ágil, profunda e rigorosa para que se apure as denúncias de mensalão e caixa 2 no Rio Grande do Norte. Especificamente com relação à governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e José Agripino.

A deputada está coberta de razão. Mas, para ser justa e fazer jus ao voto que ela tem recebido dos potiguares, também deveria ter pedido celeridade nas investigações e a devida punição aos demais acusados de desviar R$ 32 milhões da saúde pública do Rio Grande do Norte.

Fica parecendo que Fátima Bezerra segue o velho ditado: "Mateus, primeiro os meus." Em outras palavras, livra quem poderá apoiá-a em 2014 e mete o porrete em adversários.

Sinceramente, é algo que o blog não queria crer. Mas tudo deixa entender que a classe política não está nem aí para quem depende exclusivamente dos serviços públicos, que não são gratuitos - diga-se de passagem.

Deputada, faça diferente. Peça justiça também para os pobres. Peça que a Justiça puna quem desviou verba da saúde pública. Ou, caso prefira, não peça mais votos. Defenda quem causa dano ao patrimônio público e esqueça de toda e qualquer campanha eleitoral. Não dá para agradar a todos, é verdade. mas faça jus ao seu partido, que é dos Trabalhadores. Defenda a classe minoritária. Assim fazendo, já terá o voto do titular deste espaço.

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