A derrubada do relatório elaborado pelo deputado federal
Henrique Fontana, que previa o fim de partidos pequenos e proporcionava a
existência de legendas grandes, como o PT e PMDB, travou a discussão
relacionada à reforma política na Câmara Federal. Diante da tentativa negativa
contra as legendas de expressão política reduzida, não se vislumbra quadro
favorável à retomada do tema. Não com a abrangência que se queria. Com isso, os
deputados federais tratam agora de pôr em prática o plano “B”: uma reforma
eleitoral. Não se sabe muito dessa nova empreitada, e a informação que se tem é
que o deputado federal petista Cândido Vaccarezza será o relator da nova
empreitada na Câmara Federal.
Para o deputado federal potiguar Betinho Rosado (DEM),
proposta de reforma política que foi apresentada e posteriormente derrubada se
constituiu em afronta. “Foi um ataque dos grandes aos pequenos. Ela (a reforma)
não tem condição de prosperar. Se o relator voltar (reformular o relatório)...
E estão querendo levar esse relatório direto para o Plenário. Não tem condições
de prosperar.”
Para o democrata, a reforma política é necessária, mas
disse que antes que a Câmara Federal aprove algum relatório, é preciso que a
ideia seja amplamente discutida. “É preciso discutir. Permitir a democracia, para
que as diversas correntes, possam se manifestar através dos partidos. A reforma
apontava a existência e primazia do PT e do PMDB. Essa situação é absolutamente
rejeitada”, comentou.
Betinho Rosado afirmou que diversos líderes partidários,
como do PR, PSC, PDT, PP, PSB, já se manifestaram pela mudança. “Não tem
cabimento estabelecer a lista de partidos, retirando do eleitor uma tradição de
o eleitor votar em seus representantes, de votar em quem conhece e não em
partidos. França, Inglaterra, Alemanha têm o voto distrital, que parece mais
como assombração aos grandes partidos, pois permite que o eleitor se filie a um
determinado deputado. Temos diversas situações que são inaceitáveis. A única
coisa que obteve entendimento foi a coincidência das eleições, e por isso mesmo
não teve condições de ser votado.”
A deputada federal Sandra Rosado (PSB) disse que o
relatório de Fontana já havia sido derrubado e o que se tenta agora é a reforma
eleitoral. “Henrique Fontana apresentou relatório que alijava os partidos
menores. De repente, pelo item que prevê o fim das coligações, ficariam dois
partidos e isso foi rechaçado. Existe a reforma eleitoral, que tem como relator
Cândido Vaccarezza”, comentou. Para ela, o ideal é que se estabeleçam algumas
mudanças, mas nenhum ponto específico foi apresentado ainda por Cândido.
TSE
Com relação à decisão do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) de alterar quadro de vagas de deputados federais de 13 Estados, deixando
de fora o Rio Grande do Norte, a deputada federal Sandra Rosado afirmou que é
possível alterar a decisão.
“É possível alterar. A própria presidenta do TSE, Carmem
Lúcia, disse que tinha votado contra porque sabia que é inconstitucional. Tem
que ser por meio da Câmara Federal e acredito que o RN, que foi alijado e tem
direito à vaga, deverá ter mais uma vaga de federal e três para estadual.
Conversei com Henrique e ele já está formulando para que seja apresentado ao
plenário e a gente corrigir essa distorção”, comentou, acrescentando: “Estados
com menor população foram contemplados. E valerá agora para 2014.”
Henrique afirma que não haverá omissão da Câmara Federal
O presidente da Câmara Federal, deputado potiguar
Henrique Eduardo Alves (PMDB), afirmou que vai trabalhar para que a reforma
eleitoral seja discutida na Casa. “A presidência vai trabalhar colocando o tema
para os deputados. Vou insistir, colocando os projetos na pauta, para que a
Câmara diga o que quer e o que não quer. Não haverá omissão”, afirmou.
Apesar desse empenho, para que a Câmara Federal possa
discutir o assunto, Henrique Alves foi categórico ao afirmar que não se terá
tempo hábil para que as alterações que estão sendo projetadas pelo deputado
federal Cândido Vaccarezza (PT) sejam postas em prática em 2014. “Não acredito
que tenha validade para as próximas eleições. Cada um quer defender seu
partido”, comentou.
Além da reforma eleitoral, o presidente da Câmara Federal
se disse focado em outro tema: a redistribuição dos royalties. Para ele, a
decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) terá que ser alterada. “A
decisão do Supremo foi equivocada e vamos ganhar.”
Fonte: Jornal de Fato
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