Prefeitura Municipal de Assú

quinta-feira, 3 de março de 2011

Quem se escondeu não vai poder se esconder por muito tempo’

O presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Francisco José Júnior (PMN), acredita que o seu partido participará, em primeiro plano, das discussões relacionadas à formação da chapa majoritária, seja pela oposição ou na ala governista. A segunda opção poderá ocorrer pelo fato do presidente estadual do PMN, Robinson Faria, ser o vice-governador e estar afinado politicamente com o DEM. Contudo, esse quadro não garante a participação do PMN na chapa governista. A ida do partido para o PSB é outra possibilidade. No entanto, Silveira Júnior acredita que não é hora de definições e disse que não se tem candidaturas postas e definidas. No momento em que isso ocorrer e quando os convites surgirem, disse que a legenda conversará e analisará as propostas. A meta do PMN, segundo ele, é se fortalecer para ampliar o número de cadeiras na Câmara Municipal de Mossoró nas eleições de 2012. Acompanhe a entrevista:



A ascensão do presidente estadual do PMN, Robinson Faria, à vice-governadoria, e a sua eleição à presidência da Câmara de Mossoró colocam o PMN, em tese, no centro das atenções para 2012. Qual o caminho da legenda para as próximas eleições?

NÃO conversamos ainda com relação a 2012, mas é certo que temos uma obediência política ao nosso presidente Robinson. Além da amizade, uma obediência política. Até pela questão da fidelidade partidária. Em outras ocasiões, ele sempre deixou o partido à vontade, é tanto que na última eleição nós apoiamos um candidato diferente do dele. Mas agora, pelo fato dele fazer parte do governo, não só como presidente do partido e de ser o vice-governador, acredito que dessa vez ele vá ser mais incisivo. Mas ele sempre deu liberdade ao partido e a gente ainda não conversou sobre isso.

O PMN teria, em tese, dois caminhos: seguir com o DEM, já que é aliado da governadora Rosalba Ciarlini, ou o PSB, pelo fato da sua ascensão à presidência da Câmara e pelas especulações nesse sentido. Entre esses caminhos, qual seria o mais viável e oportuno para o PMN?

A PRIORIDADE para o PMN é aumentar a bancada. Como a Câmara Municipal de Mossoró aumentará as vagas de 13 para 21 vereadores... Por muito tempo o PMN só tem um vereador. Nós iremos fortalecer o partido para eleger, pelo menos três vereadores. Essa questão, a gente vai ver qual será o melhor caminho... Na realidade, não existe nenhuma candidatura posta e não podemos decidir em qual caminho seguir. Pela lógica, hoje é aliado ao DEM. Mas, mais uma vez, eu digo que em todas as campanhas o presidente Robinson sempre me deixou à vontade, sempre deixou a direção, presidida por papai (ex-deputado estadual Francisco José), sempre teve essa confiança a mim e ao meu pai. Ainda é cedo para afirmar isso.

Mas o fato de Robinson ser o vice-governador coloca o PMN em destaque. O senhor concorda com a máxima de que o PMN fatalmente estará na chapa majoritária das eleições de 2012, seja pela oposição ou pelo governo?

COM CERTEZA nós, e como somos dirigentes de partido e qualquer dirigente quer que seu partido saia na majoritária e faça o maior número de vereadores. Eu também, lógico, que tenho esse pensamento, de fazer parte da majoritária. Mas a nossa prioridade número um é aumentar nossa bancada de um para três vereadores.

A partir de quando o senhor acha que essa discussão vai ser iniciada?

A Reforma Política vai ser feita agora e dizem que, em vez de um ano para se filiar a algum partido (prazo para filiação partidária antes de eleição), irá se reduzir para seis meses e que se abrirá uma janela para essa questão. Então, tudo isso está muito indefinido. Agora, em relação à campanha eleitoral de 2012, iremos conversar com o presidente do nosso partido no início do próximo ano, que é ano eleitoral, para saber que caminhos vamos seguir.

O senhor acha que a especulação de nomes, tanto do governo quanto da oposição, antecipa as definições?

ANTIGAMENTE tinha um ditado que dizia que candidatura lançada cedo, queimava cedo. Agora não posso dizer isso. Teve a senadora Rosalba Ciarlini, quando se elegeu ao Senado, na mesma hora começou a campanha para o Governo e se elegeu governadora. Acho que as pessoas que querem ser prefeitas têm mais é que dizer que serão candidatas e têm mais é que visitar as comunidades, mostrar suas ideias e pensamentos. Mossoró respira política 24 horas. Termina uma campanha e começa outra. Na realidade, já existem pré-candidatos lançados. Tem a deputada Larissa (Rosado) pelo PSB, pelo DEM está uma divisão entre Cláudia Regina e Chico da Prefeitura. Inclusive o PV, apoiado também pelo Palácio (da Resistência), tem Francisco Carlos. Sabemos que quando afunilar mais, essas cinco candidaturas se reduzirão a duas e, no máximo, a três

Diante desse cenário, onde fica o PMN?

O MEU PARTIDO, como eu disse: iremos fortalecer o partido. Iremos ter uma participação decisiva. E digo isso não só como forma do PMN, mas também pela liderança que ocupamos hoje, presidindo o parlamento, e pelo laço de amizades com outros vereadores e pela confiança a mim adquirida, pensamos de, se não conseguir unir os sete vereadores que decidimos a eleição para presidente (da Câmara), vamos concentrar o maior número para tomar uma decisão em conjunto. A gente está como um grupo e só vamos decidir isso quando as candidaturas forem definidas, porque não tem nenhuma candidatura definida.

Nesse caminho das definições, é natural que os partidos conversem entre si visando formar um palanque que seja forte. O PMN está aberto a outros partidos?

LÓGICO. O PMN está aberto a qualquer partido, a qualquer diálogo. Inclusive com o PT. Com qualquer partido. Estamos de portas abertas. Iremos analisar, postas as candidaturas, qual será o melhor caminho para o PMN, qual será a candidatura que vai querer a participação do partido, que ofertará a questão majoritária ao partido. São pontos que iremos, postas as candidaturas e feitos os convites, analisar e tomar a nossa decisão. Repito: nosso presidente nunca interferiu numa decisão aqui, a nível municipal. Não sei, se dessa vez, pelo fato de ser vice-governador, ele irá interferir. Por enquanto, nunca interferiu e acredito que não vai interferir.

Com relação à Câmara, o senhor assumiu sem que houvesse um processo de transição, já dito em outras entrevistas. Passados esses dois meses, existe algum problema detectado?

NA REALIDADE apareceram dois ou três comerciantes reclamando de débitos antigos, da outra gestão. A gente assumiu com muita dificuldade, mas já se passaram dois meses, já tomei pé da situação e a Câmara está caminhando de acordo com seus passos. Estamos implantando projetos que não tinha, como a transmissão das sessões ao vivo pela TV aberta. Iremos implantar a Câmara nos bairros, a Câmara Itinerante, a Câmara Cultural. Vamos implantar uma ouvidoria, que terá função simplificada para a população, na recepção da Casa, onde o cidadão poderá sugerir ou reivindicar.

Com relação ao concurso público, o senhor acha que terá como cumprir os prazos pré-estabelecidos?

EM PRIMEIRO lugar, não houve edital. Houve, no último ato do então presidente Claudionor (dos Santos), um ato, posso afirmar, arbitrário, de ter marcado uma data. Se ele foi gestor por dois anos, porque não fez na sua gestão? É muito fácil marcar para uma data, para a qual a comissão não fez o levantamento das áreas que precisam, de impacto financeiro. A partir daí se veria a quantidade de vagas, o custo da empresa para fazer o concurso, porque sabemos que é um custo alto, em torno de R$ 500 mil só para a empresa fazer o concurso... Ele não fez nenhuma dessas etapas. Essa comissão, a gente irá manter, e já está estudando o impacto financeiro, a empresa, da qualificação dos atuais servidores e das vagas que precisam. Para daí entregar um relatório e eu tomar uma decisão de quando, quantas vagas e quando o concurso ocorrerá. O que posso afirmar é que meu desejo é realizar o concurso e reafirmo o nosso compromisso.

Na última sessão se anunciou, em tese, o fim do ‘G-7’. Esse grupo acabou?

QUANDO assumi a Casa, no primeiro discurso eu disse que não exista o “G-6” ou G-7”, e sim treze vereadores. Agora, em todo parlamento é normal que se tenha oposição e situação. No caso da Câmara, existia um grupo independente. Também recebi isso com surpresa. Esperava que iam manter os votos e derrubar os vetos (da prefeita Fafá Rosado), senão todos, mas parcialmente. Infelizmente os vetos foram mantidos e não sabemos quem votou. Se os sete (vereadores) estão unidos, acredito que sim. Esse laço foi criado foi de amizade e de respeito. Ninguém se pronunciou e disse que iria para o Palácio. Enquanto isso não acontecer, acredito que os sete vereadores vão estar juntos.

O senhor acha que quem “falhou” vai dizer que está retornando ao grupo governista?

LÓGICO que se for, vai ter que dizer. Não são todas as votações que são secretas. As votações secretas da Casa são para honrarias, cassação de prefeito e vereador, manutenção ou derrubada de vetos. 99% das votações são abertas. Quem se escondeu não vai poder se esconder por muito tempo. Então, se realmente for para o Palácio, acredito que nos próximos meses será amplamente divulgado. Se isso acontecer, a gente lamenta. É uma opção. Esse grupo foi feito para vencer as eleições. Em nenhum momento os vereadores romperam com o Palácio, e sim ao presidente. Mas se algum vereador quiser voltar, não vou condenar nenhum. Até porque eles não tinham esse compromisso conosco.
 
Fonte: Jornal de Fato

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