Prefeitura Municipal de Assú

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

HRTM sem lenço e sem medicamento

Quem precisar de atendimento médico de urgência e emergência no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) vai, certamente, entrar em um novo bloco de carnaval: o de diretores demissionários. O Governo do Estado ainda não nomeou substitutos para a diretoria do hospital de maior importância para Mossoró e região.

Se o quadro já era grave, com a falta de medicamentos e de materiais mínimos aos setores de urgência e emergência quando se tinha diretores, imagine agora, quando nenhum deles tem interesse em permanecer nos cargos. A regra parece ser clara e o cenário que se apresenta, idem: o HRTM está sem comando e sem rumo e tende a piorar no carnaval.

Certamente, os diretores demissionários não ficarão de plantão neste período. Já se diz que não se pode cobrar nada agora do atual Governo Estadual, que ainda vivencia transição. Ora, isso não existe. Não se trata aqui de nenhuma esmola ao cidadão. Saúde faz parte das políticas públicas inerentes ao viver em sociedade, e se ocorrem falhas, o problema se torna de todos.

O governador Robinson Faria deve ficar atento aos detalhes, sob pena de ser considerado culpado em caso de mortes por falta de atendimento. Algo que aconteceu dias passados e merece ser investigado pelo Ministério Público. Diz-se por aí que um nome à diretoria-geral do Hospital Regional Tarcísio Maia teria sido apresentado ao governador Robinson Faria: o médico Haroldo Duarte. Nome exposto pelo prefeito mossoroense Francisco José Júnior.

O interino, contudo, foi informado que o médico teria respondido que assumiria a função se o Governo do Estado apresentasse as devidas condições de trabalho. Leia-se aquisição de equipamentos e de medicamentos. O que não se pode é deixar que um hospital do porte do Tarcísio Maia fique à deriva, sem comando. E o pior: sem medicamentos.

O cidadão não pode ser penalizado. E volta-se a um aspecto já comentado neste espaço: o atual governador foi eleito aos auspícios de promessas relacionadas à melhoria dos serviços básicos e essenciais à população, como saúde, educação e segurança. Se Robinson venceu, foi porque o eleitor acreditou e confiou que ele seria a melhor opção para o Rio Grande do Norte.

Daí, a cobrança ser bem maior. O que não se pode é admitir a falta do básico do básico. Diz-se que o tripé da sociedade (saúde, educação e segurança) não apresenta problema isolado e que apresenta danos em todas as esferas. O interino vê isso como mera desculpa pela incapacidade de resolver questões que são tidas como crônicas.

Ou governantes que foram eleitos apresentam trabalho ou estarão fadados ao insucesso político. Afinal, administrar não é somente dizer que vai fazer isso e aquilo; é colocar em prática o que prometeu. E isso está em falta. Não só por estas bandas.

Questão de prioridade
Em um momento crucial, com a falta d’água ameaçando parar tudo – pois não se terá como movimentar um dos setores mais importantes da economia, que é a agricultura –, investir na realização de carnaval é querer perpetuar uma velha máxima: que o povo se esquece de tudo se houver uma bandinha sobre trio elétrico. Municípios que suspenderam seus carnavais estão certos. Todo mundo sabe que o desperdício de água é grande em tempos de folia. E a água que é gasta nas ruas fará falta, consequentemente, nas torneiras. Só uma questão de prioridade. E carnaval, com tantos problemas em evidência, fica em último plano.

Portal
O presidente da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Jório Nogueira (PSD), está disposto a incrementar ações que possam auxiliar o acesso aos trabalhos legislativos. Uma delas diz respeito ao portal da Casa. É que hoje, quem quiser fazer alguma pesquisa sobre as leis municipais, enfrenta sérios problemas: não existe site nominal, e quem não souber usar a Internet, tem dificuldades em encontrar o que busca. Em vez de letras, números representam o que deveria ser o endereço virtual da Câmara.

Morte política
O interino assistiu, dias passados, ao filme “O Bem Amado”. E como existem Odoricos Paraguassu por estas bandas potiguares. Obras que demoram, promessas esquecidas... Embora governos recebam verbas a cada 10 dias, a alegação para a solução de problemas é sempre a mesma: escassez de recursos. Tudo em nome da crise. Interessante é que, quem assistir ao filme, identifica traços peculiares com alguma situação. Odorico, o da obra de Jorge Amado, embora fictício, possui particularidades reais. Um homem que visa o bem próprio, em detrimento de todos. Quer se dar bem acima de tudo.  No final, morre.

Dilma vai falar? 
Especula-se que a presidente Dilma Rousseff (PT) irá fazer pronunciamento em cadeia de TV e rádio para apresentar uma espécie de prestação de contas sobre o combate à corrupção. Tudo depois que pesquisas apontaram queda na popularidade dela. E, cá para nós, Dilma deveria fazer muito mais que um simples pronunciamento. A queda da popularidade não tem ligação alguma com a corrupção, pois é algo que os brasileiros já sabiam. Tem a ver com a quebra na palavra que ela deu na campanha passada. Disse uma coisa e fez outra. E o próprio PT está cobrando coerência entre o que foi dito e ações de governo.

Ser do contra
Partidos políticos que criticam esse ou aquele meio de comunicação se esquecem que precisam da mídia, de alguma forma. Que a opinião pública se faz a partir do contraditório. Em meio às falácias que são ditas, esquerdistas se apropriam de algo para defender o que, no passado, pareceu-lhes equivocado. O poder inebria até o mais centrado dos socialistas. E o mundo capitalista se faz presente a cada vez que alguém apresenta alguma acusação. Seja de qual ordem for. A alegação contrária a isso é sempre a mesma: quer dinheiro.

Cláudia ainda tenta
A esta altura do campeonato, falar em retorno de Cláudia Regina (DEM) à Prefeitura de Mossoró seria complicado. Poucos creem. Os processos que transitam pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entram em fase final. O interino deu uma olhadinha nas movimentações e viu que os advogados dela entraram com agravo regimental em decisões monocráticas da ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura.

Consórcio na saúde
O governador Robinson Faria vai propor uma espécie de consórcio da saúde aos Municípios para a melhoria no atendimento aos 25 hospitais regionais. Proposta já feita no passado e devidamente recusada. Como a situação é outra, pode ser que a coisa ande. O anúncio foi feito por Robinson ontem, durante reunião liderada pela Federação dos Municípios do RN (FEMURN), que é presidida pelo prefeito Silveira Júnior, de Mossoró.

Suporte ao ambulante
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Mossoró manteve contato com o interino para informar que os ambulantes que serão retirados do Centro da cidade receberão treinamento no Sebrae com foco à legalização. Disse que haverá unificação de aluguel e taxa de condomínio e que o valor não será exorbitante. A questão envolve, disse a Comunicação, apoio ao microempreendedorismo.

Curtas
1 – Dias contados para a folia começar (onde tem carnaval). Contudo, muitos preferem o silêncio e uma boa alternativa seria buscar as serras de Martins e Portalegre. Retiros religiosos também são boa pedida.

2– A Comunicação da Prefeitura de Mossoró informou que o cancelamento de licitação relacionado ao santuário de Santa Luzia se deu para ajustar detalhes do edital.

3– A Comunicação da PMM informou também que novo edital será lançado e que o anúncio deverá ser publicado no Jornal Oficial do Município (JOM) nos próximos dias.

4– O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinou novo afastamento da prefeita de Baraúna, Luciana Oliveira (PMDB). Assume o presidente da Câmara, David Clay. Uma novela sem fim.

5– O surgimento do PL, quando este for anunciado, deverá provocar baixas na Câmara Municipal de Mossoró. Do DEM, os dois vereadores deverão migrar para o “novo” partido.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Nem todos vão ter como

Os dias dos camelôs e ambulantes pelas calçadas do Centro de Mossoró estão contados. Eles serão retirados dos locais de trabalho informal e direcionados para um espaço que tenha condições de acomodar todos. Algo em torno de 400. A posição adotada pela Prefeitura de Mossoró é acertada. Correta. Afinal, espaço de todos não pode servir a alguns. Por isso que é público.

Pelas calçadas do Centro estão pessoas que atuam na clandestinidade há muito tempo e daquele trabalho tiram o sustento da família. A maioria não terá, certamente, condições de pagar aluguel, água e luz de um espaço na espécie de galeria comercial que surgirá em prédio, provavelmente, localizado na Avenida Rio Branco, tampouco verba para montar um quiosque para acomodar seus produtos e vendê-los.

Eles, os ambulantes, terão de buscar a legalização. A profissionalização. Deverão se tornar microempreendedores. Terão acesso às políticas públicas inerentes ao setor. Poderão fazer empréstimos e financiamentos. Para isso, é preciso dinheiro. Atuar na legalidade não é fácil, ainda mais para quem não tem nenhuma perspectiva de vida melhor.

E o problema que a Prefeitura deverá enfrentar será justamente nesse caminho: os obstáculos, certamente, surgirão e o Executivo verá que barreiras se apresentarão e muitos ambulantes relutarão em deixar as calçadas e partir para o trabalho formal. Legal. Saliente-se que a Prefeitura de Mossoró faz o que deveria ter feito. Se não fez antes, crê o interino, talvez tenha sido por conta do problema social inerente ao surgimento de camelôs em qualquer cidade do porte de Mossoró.

Obviamente que, como todo Poder Executivo, a Prefeitura tenha interesse em aumentar sua arrecadação. E a ida dos ambulantes para um espaço único também servirá para tal. É que os comerciantes deverão pagar o Imposto Sobre Serviço (ISS) à Municipalidade. Mas não existe nada de errado nisso. A questão toda, e a qual certamente a Prefeitura enfrentará dificuldade, diz respeito à saída da maioria das ruas, à legalidade e ao pagamento de aluguel, taxas e impostos.

A equipe nomeada pelo prefeito Francisco José Júnior (PSD) para ficar no comando das atividades, da retirada dos camelôs das ruas, terá muito trabalho pela frente. Ainda mais quando a Prefeitura não vai ter como auxiliar no pagamento de aluguel de quiosques.

E essa é a dúvida de alguns: como a Prefeitura quer retirar os camelôs das ruas e não vai ajudar em nada? Talvez, a equipe nomeada pelo prefeito tenha as respostas, as quais devem ser fornecidas pessoalmente a quem interessar. O interino reforça que a PMM está fazendo a coisa certa, mas existirão os que não enxergarão por esse aspecto.

Licitação suspensa
A Prefeitura de Mossoró suspendeu licitação alusiva à contratação de empresa especializada à elaboração de projeto de arquitetura do Santuário de Santa Luzia. O comunicado foi divulgado no Jornal Oficial do Município (JOM), edição do dia 6 passado. O aviso de suspensão não informa o que houve. Apenas diz que novo processo será aberto e que o edital será divulgado pelos mecanismos oficiais (JOM). Com isso, a promessa de que o santuário teria sua construção iniciada agora caiu por terra. É que no ano passado foi dito que a obra começaria em janeiro.  O Santuário de Santa Luzia é um dos trunfos do prefeito.


Wilma quer Sandra fora
A vice-prefeita de Natal e presidente estadual do PSB, Wilma de Faria, quer fechar as portas do partido para a ex-deputada federal Sandra Rosado (PSB). Ou melhor: quer Sandra fora da legenda. Wilma afirmou que não disputará vaga à Câmara Municipal em 2016 e que sua meta está em 2018: vai disputar uma cadeira à Câmara Federal. Com isso, a prioridade será ela. Sandra Rosado deve ter entendido o recado. Aliás, as duas já não se entendiam. Um dos caminhos viáveis para Sandra seria uma aproximação política com o governador Robinson Faria (PSD). Sandra e Larissa Rosado foram afinadas com Robinson.

Sem desculpas
A assessoria do prefeito Francisco José Júnior tem pecado pelo excesso.  Especificamente no Facebook, onde se percebe a defesa ou informação de que ele não estaria podendo fazer muito em virtude do quadro financeiro que encontrou na Prefeitura de Mossoró. Bom, isso é meio contraditório. Quando foi candidato na eleição suplementar, Silveira já sabia perfeitamente como a situação estava. E, mesmo assim, foi em busca do voto. Ganhou. O cidadão espera que ele cumpra o prometido e não quer desculpas de assessores. Quando a pessoa se candidata e vence, certamente o cidadão viu que tal pessoa seria a melhor.

Josivan com Silveira
O vice-prefeito de Mossoró, Luiz Carlos Martins (PT), não deve ter gostado da ida do ex-reitor da Ufersa Josivan Barbosa de Menezes (PT) para a equipe do prefeito Francisco José Júnior (PSD). Todos sabem da pretensão política de Josivan, que foi candidato a vice na chapa de Larissa Rosado (PSB) em 2012. Todo mundo sabe que o ex-reitor quer mais. E, certamente, deverá se projetar para estar na chapa em 2016, ao lado de Silveira. Aliás, a nomeação de Josivan para a Secretaria de Planejamento não convence. Foge ao perfil empreendedor do ex-reitor. Daí, o interino vislumbrar provável descarte de Luiz Carlos no próximo ano.

Morte no HRTM
A TV fechada de Mossoró expôs ontem o drama de uma família que teve um ente morto no Hospital Regional Tarcísio Maia. A alegação da família foi de que faltou atenção. Justo no dia em que a unidade regional hospitalar estava sem comando, pois sua diretoria entregou os cargos ao governador Robinson Faria (PSD). A quem culpar? A quem recorrer? Nestes momentos, a gente percebe que a vida não é tão importante.

Atendimento a desejar
A situação do Hospital Regional Tarcísio Maia não é das melhores. Faltam medicamentos e o atendimento, que era para ser humanizado, foi para as cucuias. Aliás, não é só no HRTM. O serviço da saúde pública em geral não é lá essas coisas. O interino fala aqui de atendimento. Muitas vezes, o paciente é tratado como bicho bruto. E olhe que o cidadão é quem paga, por meio de impostos.

Odontologia na UBS
O serviço de odontologia que funcionava na Escola Municipal José Benjamim, no Alto de São Manoel, foi transferido para a UBS Maria Soares, que funciona em prédio anexo à UPA daquele bairro. A Secretaria Municipal de Saúde informou que a UBS está sendo incluída no programa Saúde da Família. E disse que os estudantes não serão penalizados. Basta ir à Unidade, onde os dois dentistas passarão a atuar.

Marcha
A Federação dos Municípios do RN (FEMURN) prepara a “Marcha Potiguar”. Algo semelhante ao que ocorre em Brasília, com a “Marcha dos Prefeitos”, que é coordenada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Uma iniciativa que vai expor o que todos dizem: os municípios estão inadministráveis em consequência da queda de receitas.

Curtas
1 – A folia já começou em Mossoró, com alguma atração isolada, mas que consta da programação oficial. Mesmo assim, o esquema de segurança mossoroense será apresentado à imprensa somente amanhã.

2 – Em Grossos, o bloco “Quer vir, venha” será uma das atrações do carnaval. O folião que tiver a melhor fantasia será premiado. A Prefeitura não realizará carnaval.

3 – Trafegar em algumas ruas e avenidas está um tormento para motoristas. O desnivelamento do calçamento e os buracos são os problemas que se percebe em áreas centrais e periféricas.

4 – Karl Marx deve estar se estrebuchando às tentativas de esquerdistas de contrariar definição acerca da revolução. Uma revolução sempre muda, mas tem gente que pensa que é sempre para melhor.

5 – Quando tivermos um Estado ético, cumprindo todas as suas obrigações, seremos verdadeiramente felizes e livres. Até agora, apenas parte dos homens segue a ética.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Luiz Carlos deve estar de orelha em pé

O vice-prefeito Luiz Carlos (PT) deve ter ficado de orelha em pé com a ida do ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), professor Josivan Barbosa de Menezes (PT), para a Secretaria Municipal de Planejamento. Todo mundo sabe que Josivan tem pretensões políticas. Tanto que ele chegou a compor chapa com Larissa Rosado (PSB) nas eleições de 2012. Não deu certo, mas o sonho não acabou. Apenas adormeceu.

Ao convidar Josivan para integrar sua equipe, o prefeito Francisco José Júnior (PSD) abre espaços para especulações. E a primeira é de que em 2016 Luz Carlos não teria vaga na chapa majoritária. O PT continuaria. Mas com outro representante. E Josivan Barbosa certamente entra no campo das sondagens.

Até porque não faz sentido ele ocupar a pasta de Planejamento. Até que tem ligação indireta com a experiência dele na Reitoria da Ufersa. A que lhe caberia melhor seria a de Desenvolvimento Urbano. Até pelo perfil empreendedor.

Daí que o blog levanta a questão: a ida de Josivan para a equipe de Silveira tem tudo para apresentar um viés político mais na frente. Um caráter de substituição. De inserção. De composição. Para 2016.

Petistas, desçam do palanque

Petistas ou os que seguem teorias esquerdistas insistem na tese de que a gasolina na era FHC era mais cara do que agora. E propagam que o salário mínimo no tempo de Fernando Henrique Cardoso era de R$ 200,00 e que agora o valor é de R$ 788,00. De 2002 para 2015. Querer dizer que os R$ 588 de acréscimo ao longo de 13 anos é muito é querer chamar meio mundo de idiota. Em números quebrados, o governo do PT concedeu R$ 45,23 por ano.

É muito pouco para quem se vangloria de ter feito muito. E ainda há quem busque outras vertentes da sociedade para dizer que somente o PT faz a coisa certa. E daí surgem Prouni, Fies, casas populares, isso e aquilo. Bom, são apenas tentativas de propagar o melhor que todo governo tem. E todo governo tem seu aspecto positivo e negativo.

As mudanças administrativas que fizeram com que se registrasse avanço nada mais são do que fruto das transformações da própria sociedade. Tudo muda. As leis precisam se adequar ao novo e talvez a existência ou ocorrência de tantos Projetos de Leis Complementares explique isso. Algo que, sinceramente, alguns petistas fazem questão de não enxergarem.

Parece um mantra que ecoa desde as eleições passadas, quando a então candidata Dilma Rousseff (PT) se viu ameaçada pelo tucano Aécio neves: quem se mostra contrário à realidade é simplesmente contra o sistema. É reacionário. É PIG. É asno. Como se a crítica ou posicionamento contrário ao que está posto não fossem próprios da democracia. Ou querem evidenciar que a democracia só existe quando algum posicionamento não contraria quem está no poder? Algo contraditório.

Petistas querem fazer valer a máxima de que tudo está as mil maravilhas no governo brasileiro e que o reajuste no preço da gasolina não teria sido tão alto. Que, ao consumidor que paga 30 litros do produto, o aumento foi de “apenas” R$ 6,00. Quantos R$ 6,00 somariam ao longo do ano? Nem tudo é maravilha no Brasil.

Nem no país de Alice.

Mas tem petista achando que o mundo da fantasia existe e querem, a todo custo, fazer com que inconsistências políticas e administrativas – para não falar em contradições sobre o que foi dito na campanha com o período pós-voto na urna – sejam acatadas por todos. Em uma espécie de unanimidade em torno de algo equivocado. Não se diz que toda unanimidade é burra? E por quais motivos tem gente querendo isso?

Em um regime democrático, as pessoas são “livres” para expressarem ou defenderem o que querem e no que acreditam. Não é com imposições que o PT vai atrair alguma coisa boa. Sim, porque ao propagarem idéias antiquadas acerca da política, o máximo que retornará será antipatia. Ojeriza, asco e repúdio são os maiores frutos que se poderá colher.


Como assim?
Crise financeira internacional. É a culpa atribuída pela presidente Dilma Rousseff ao aumento do combustível e da tarifa de energia elétrica. Dilma discursou ontem em evento do seu partido, o PT. Disse que as medidas anunciadas foram para o reequilíbrio fiscal e crescimento da economia. Vamos ver se o interino entendeu: a presidente quer dizer que não sabia da crise internacional e da seca que assola o Brasil? Onde estava sua equipe? Não se tinha ninguém no Governo analisando os fatos ou estavam todos preocupados com a reeleição dela?

À espera de chuva
A peleja do agricultor, ao receber as sementes dos governos ao plantio, começa justamente neste ato. Anos passados a falta de chuva causou prejuízo considerável ao homem do campo. Sem chuva, a plantação não vingou. O preço de alguns produtos subiu, evidentemente. O quilo do feijão verde, antes encontrado ao preço de R$ 4,00, está sendo vendido a R$ 8,00. Os poucos trabalhadores rurais que tem acesso à água de poços anda conseguem se sustentar. Mas quanto tempo poderão usufruir do líquido armazenado em aqüíferos? A situação, caso o inverno não seja bom, ficará mais difícil. E preço irá às alturas de vez.

Candidato do PMDB
Mal saiu de uma eleição, o deputado federal Walter Alves (PMDB) já estaria pensando em outra. Especificamente à Prefeitura de Natal. A questão é que o PMDB natalense já teria nome: o deputado estadual Hermano Morais. Assim, como quem não quer nada, Walter Alves segue o exemplo do pai, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) e poderá, sem alardes, aplicar rasteira em Hermano.

Desatenção
Assessoria de imprensa deve orientar os assessorados para evitar algum constrangimento ou micos. Não vale à pena aparecer por aparecer ou simplesmente tomar decisões desconexas para mostrar trabalho. E a assessoria do prefeito Francisco José Júnior (PSD) tem deixado a desejar e o expõe sem necessidade. A última foi essa história de pontapé de jogo em segunda rodada do campeonato estadual. Sem necessidade alguma, armou-se uma solenidade para que se apregoasse a municipalização do Nogueirão como ponto maior. Fosse ao menos abertura do certame ou inauguração de estádio...

Triste
Notícia que nenhum pai ou mãe gostaria de saber:uma garota de 13 anos foi encontrada morta com tiro na testa e o Itep constatou que ela estaria grávida de três meses. O namorado, um garoto de 14 anos, afirmou que o tiro foi acidental. Peritos não encontraram vestígios de pólvora nas mãos dele. O pai do garoto está sumido. A lição que fica: pais, orientem seus filhos. O fim diante de uma gravidez indesejada é sempre cruel.

Mensagem de Silveira
O prefeito Francisco José Júnior (PSD) vai fazer leitura de mensagem na Câmara Municipal no próximo dia 20. Ele apontará as prioridades administrativas para este ano. Certamente a construção ou aquisição do Hospital Municipal será listado, bem como investimento à construção do Santuário de Santa Luzia. O prefeito indicou projeção de recursos para as duas obras no Orçamento deste ano.

Medidas
O pacote de contenção de gastos anunciado pelo governador Robinson Faria (PSD) é válido e certo. Ele sabe onde deve mexer. Ou melhor: cortar. O governador tem a ciência de que a questão envolve decisões passadas e que não foram tomadas na administração de sua antecessora.

Craque do futuro
As inscrições ao projeto “Craques do Futuro”, desenvolvido pela Prefeitura de Mossoró, serão reabertas após o período de Carnaval. São 120 vagas, das quais 60% se destinam aos alunos da rede municipal de ensino. O restante, para estudantes da rede estadual e privada. As aulas da escolinha acontecerão no estádio Manoel Leonardo Nogueira, o Nogueirão.

Curtas
1 – Prestadores de serviço da área de saúde de Mossoró se reuniram ontem com o Conselho de Saúde para discutir a Portaria 2617/13. Alegam atraso desde o mês de novembro.

2 – O esquema de segurança para o Carnaval de Mossoró será apresentado pela Prefeitura na próxima quinta-feira. As secretarias envolvidas receberão a imprensa na Estação das Artes.

3 - Rompimento nos dutos da adutora do Médio oeste deixou a população de Messias Targino sem água. A Caern avisou que problema será sanado nesta terça-feira. O jeito é aguardar.

4 – Sequenciando em água: a Caern informou ontem que o abastecimento em São Francisco do Oeste voltou ao normal, especificamente no atendimento a quem mora na zona urbana.

5 – O governador Robnson Faria cumpre agenda hoje em Pau dos Ferros, onde iniciará a distribuições de sementes. É a primeira visita de à cidade administrada por Fabrício Torquato.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O que falta é polidez

Em muitas vezes, o cidadão comete erros ou não atende às expectativas do Governo em virtude da falta de conhecimento. E não se trata aqui de nenhuma alusão ao saber produzido no decorrer do aprendizado.

A Prefeitura de Mossoró divulgou recentemente que o cidadão que colocar entulhos de materiais de construção em via pública e for reincidente, poderá ser multado em R$ 100,00. Foi dito também que o recolhimento de tais entulhos não seria de responsabilidade do Executivo e que quem fizesse reforma em suas casas ou quaisquer outras construções, seria responsável pela contratação de empresas especializadas em tal trabalho. Algo que faz sentido.

Não se pode colocar lixo ou restos de material de construção em via pública, que é um espaço coletivo. De todos. Diante do comunicado feito recentemente pela Prefeitura, o interino resolveu ir às ruas de bairros afastados do Centro. E não procurou a periferia.

O objetivo foi ver como se comportava o morador da chamada área nobre de Mossoró. Surpresa? Nenhuma. Assim como ocorre na periferia, problema de amontoado de lixo e de entulhos se percebe em bairros como Nova Betânia e áreas adjacentes. Na Rua Frei Miguelinho, Doze Anos, são observados “montes” formados em alguns locais.

Como se trata de uma rua com movimento intenso no trânsito, tais amontoados poderão provocar algum acidente. Na Rua Alaíde da Escóssia, no bairro Nova Betânia, mais entulhos e lixo. Tal situação rememora a obra “O que faz o brasil, Brasil”, do antropólogo brasileiro Roberto Damatta. No livro, ele faz a distinção entre a casa, a rua e o trabalho.

Em casa a gente é o que é, algo que difere da rua, que é ambiente coletivo. Assim sendo, é na rua onde todos são iguais, porque existem leis que devem ser respeitadas. Poderia ser o inverso: em casa a pessoa pode fazer o que bem entender, e a sujeira pode tomar conta. Mas ocorre o inverso. No caso em questão, da jogada de lixo e entulhos, o Código de Postura Municipal prevê punições para quem desrespeita o ambiente coletivo, público.

Isso evidencia uma coisa que deveria ser levada em consideração: é preciso que o ordenamento jurídico de uma cidade seja levado ao conhecimento de todos. E aqui retorno ao início deste texto: as pessoas colocam lixo e entulhos nas ruas por falta de conhecimento. E também de educação.

A sociedade não se acostumou com algo inerente ao viver em sociedade, que é a polidez. Gestos simples e palavras igualmente simples são deixados de lado. Pronunciar um “bom dia” a quem quer que seja está em desuso. Assim como lembrar que calçadas são espaços públicos, bem como locais tidos como privados (frente de casas) são de uso coletivo.


Em Areia Branca
O clima não está nada bom para o PMDB de Areia Branca: a prefeita Luana Bruno tem feito uma administração opaca, sem brilho. E para completar, não foi “fiel” ao apoio que recebeu em 2012. Agora, com problemas administrativos e na esfera pessoal, tudo leva a crer que ela não tentará a reeleição. Até porque ela perdeu suporte de quem poderia ajudar: o apoio do deputado estadual Manoel Cunha Neto (PHS), “Souza”. Em 2012, Souza tentou emplacar Lidiane Garcia como sua candidata, mas foi “engolido” por Bruno Filho, ex-prefeito e pai de Luana. Lidiane foi, então, indicada como companheira de chapa.

Em Areia Branca II

Agora a coisa é diferente. Como existem barreiras políticas e pessoais, Souza deverá jogar pesado contra o PMDB de Luana Bruno. E, diferente do que o interino comentou dias passados neste espaço, a vez não tende a ser de Lidiane Garcia: é de João de Berguinho, que é filho do médico Berguinho (do INSS) e que foi candidato a deputado estadual na eleição do ano passado. Seria, em tese, a construção de um novo grupo político em Areia Branca, o qual será liderado por Souza. Até poderia sair a chapa João de Berguinho/Lidiane. Tudo pode acontecer. O período de especulação apenas está começando.



‘Nazoropa’ 
Depois do voto garantido e de estar no cargo que tanto quis, o governador Robinson Faria (PSD) vai curtir outros carnavais. Nos últimos quatro anos, ele não perdeu uma foliazinha sequer no Rio Grande do Norte. De Apodi a Alexandria, de Caicó a Mossoró, de Natal ao município mais longínquo, lá estava ele. Agora a coisa é diferente. Robinson deve passar o Carnaval na Europa.

Segue
Até porque poucos municípios realizarão Carnaval no Rio Grande do Norte. O período não está propenso a gasto público com bandas e estrutura enquanto o povão sofre com falta d’água. Certamente, o governador Robinson Faria só iria ouvir reclamações. Na Europa será diferente. Vai desopilar e recarregar as baterias.

Chapa 
A ex-prefeita Fafá Rosado e o ex-deputado federal Betinho Rosado devem colocar blocos na rua no momento certo. Quem conseguir viabilizar o nome, será o candidato que terá o apoio da ex-governadora Rosalba Ciarlini. Quem ficar em segundo, seria o vice. Chapa formada, então. Faltam apenas os números para mostrar quem estará na frente. A tese de que o grupo de Fafá estaria negociando reaproximação com o prefeito Silveira Júnior (PSD) nunca existiu. Boatos. Mera especulação. Até porque não fazia sentido algum a ex-prefeita retornar para um lugar de onde saiu e sabendo que não teria apoio algum.

De mudança 
A ex-prefeita mossoroense Cláudia Regina (DEM) resolveu mudar e adotou Natal como endereço fixo. Com isso, cai por terra a tese de que ela iria assumir o comando do DEM de Mossoró, que ficou sem comando com a saída de Carlos Augusto da legenda.

Vice dissidente
O vice-prefeito de Upanema, Juninho de Mainha (PDS), está trabalhando para disputar a Prefeitura daquela cidade nas eleições do próximo ano. Enfrentará o prefeito Luiz Jairo (PR). Juninho tenta acordo com o PMDB. A questão é que a legenda presidida por Henrique Eduardo Alves no RN em Upanema está igual ao diretório de Mossoró: não tem um tamborete onde se possa sentar. Como o ex-prefeito Jorge Luiz (PMDB) não pode e não quer ser candidato, tudo leva a crer que este apoiará a postulação do atual vice-prefeito. Tudo ainda em fase embrionária.


Sem UTI neonatal
Os oito leitos de UTI neonatal que deveriam estar funcionando desde a segunda-feira na Maternidade Almeida Castro não foram abertos. A diretoria da unidade hospitalar enfrentou dificuldades para fechar os plantões: faltaram pediatras interessados.

Falta remédio
O Hospital Regional Tarcísio Maia está com problema no estoque de medicamentos. Da lista de remédios, cerca de 50 estão em falta para procedimentos de urgência e emergência. Mesmo que o paciente tenha dinheiro, não poderá comprar, pois são medicamentos hospitalares e não são vendidos nas farmácias.

Chuva
A lagoa que se localiza por trás do Hiperbompreço em Mossoró voltou a encher com as chuvas registradas por estas bandas. Ontem, uma equipe da Defesa Civil Municipal esteve na área. Em anos anteriores de chuva, a água empoçada invadiu o estabelecimento, provocando transtornos e problemas.


É NOTÍCIA
1 – Moradores do conjunto Parque das Orquídeas realizaram ontem manifestação contra a retirada de casas que estão próximas à linha de alta tensão.

2 – Com as chuvas, terrenos baldios se tornam ameaças constantes em consequência da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. E Mossoró está cheia desses terrenos.

3 – O governador Robinson Faria apresentou as razões dos 24 vetos a projetos de lei apresentados pelos deputados estaduais na legislatura passada.

4 – Dentre os projetos vetados está o que obriga boates e casas noturnas do Rio Grande do Norte a investir em equipamentos de segurança. Robinson Faria não quis mexer no vespeiro.

5 – O Sêbado, localizado próximo à Praça do Rotary, realiza amanhã o seu I “Sêbado Folia”. A programação está prevista para ser iniciada às 13h. Boa opção.

Frase-
“No todo, a relação da Assembleia com o Governo não se baliza pela eleição para presidente desta Casa.”

KELPS LIMA – Deputado estadual, sobre a formação da oposição ao governo Robinson Faria.

Fonte: Jornal de Fato

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Professores de Mossoró terão reajuste de 13,01%

O prefeito Francisco José Júnior anunciou, na noite desta quarta-feira, 4, durante a abertura da Semana Pedagógica, no Teatro Dix-huit Rosado, reajuste salarial de 13,01% para os profissionais da educação. Os valores serão pagos no mês de fevereiro, retroativo ao mês de janeiro.

“Graças ao comprometimento de toda a equipe que entende ser a educação o caminho mais seguro para o desenvolvimento deste município e do País, estamos alcançando excelentes resultados. Nós, enquanto município, garantimos os investimentos para que essas conquistas continuem acontecendo”, destacou o prefeito.

O reajuste salarial cumpre integralmente o que prevê a Lei Nacional do Magistério, definido pelo Ministério da Educação, e só não foi implantando no mês de janeiro porque a Câmara Municipal de Mossoró estava em recesso. “Toda diferença salarial precisa ser aprovada pelo Poder Legislativo, o que acontecerá agora em fevereiro”, explica a secretária municipal de Educação, Iêda Chaves.

A secretária destaca que o reajuste faz parte de uma política contínua de valorização dos profissionais da educação, adotada pela Prefeitura Municipal de Mossoró. “Os profissionais são parte fundamental no processo de desenvolvimento da educacional municipal”, acrescenta Iêda Chaves.

Ainda durante a abertura da Semana Pedagógica, o prefeito Francisco José Júnior fez um balanço dos resultados alcançados pela educação municipal em 2014. “No ano passado, Mossoró recebeu o prêmio INEP de gestão inovador, o Índice Nacional da Educação Básica (IDEB) que ficou acima da média nacional e quase o dobro da estadual. Alcançamos 5.1, quando a média nacional é 4.9. Além disso, o Município foi o que apresentou o maior avanço no que diz respeito ao IDEB entre as escolas premiadas”, ressaltou o chefe do Poder Executivo.

O prefeito ainda elencou investimentos que foram e estão sendo feitos pelo Município na educação. “Não podemos esquecer que estamos reformando 18 escolas, construindo ou reformando diversas quadras de esporte, além de uma série de ações que garantem o máximo de autonomia para as equipes. Em 2014, por exemplo, foi o ano que mais se investiu na educação em Mossoró. Pela primeira vez, desde que foi criada, a Lei Niná Rebouças foi cumprida em sua integralidade, inclusive superamos o percentual previsto na legislação, com investimento de 34,51% do orçamento no setor”, concluiu Francisco José Júnior.

Fonte: Secom


PMM e Estado discutem ampliação de convênios

A parceria administrativa entre a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) e a nova gestão do Governo do Estado do Rio Grande do Norte já começa a apresentar resultados positivos para a população. Durante toda a terça-feira, 3, a secretária municipal de Educação, Iêda Chaves, esteve reunida, em Natal, com o titular da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (SEED), Francisco das Chagas, discutindo a renovação e ampliação de convênios entre os Poderes Executivos local e estadual.

“O encontro foi bastante produtivo. O secretário Francisco das Chagas sinalizou positivamente para as nossas demandas e tivemos excelentes resoluções e garantias também com o subsecretário Domingos Sávio e a equipe jurídica da SEED. Um dos pontos discutidos durante a reunião foi a elaboração de um convênio com o Governo, referente ao transporte escolar. A administração estadual informou que realizará um estudo nesse sentido”, declara Iêda Chaves.

O Município também solicitou ao Governo do Estado a cessão de espaço no Caic do bairro Belo Horizonte para a instalação de duas creches, unidades que hoje funcionam em prédios alugados. “Os termos desse comodato já ficaram definidos. Após a cessão, a Prefeitura fará serviços de restauração no bloco que irá receber essas unidades. No Caic do Abolição IV, já há essa parceria, que inclusive também foi renovada”, comemora Iêda Chaves.

A Prefeitura e o Governo do Rio Grande do Norte também garantiram a continuidade dos termos de colaboração entre os professores das redes municipal e estadual, possibilitando assim que esses docentes, em casos de vínculos simultâneos com os dois órgãos executivos, possam ser aproveitados, dependendo da necessidade, em tempo integral pelo Município ou Estado.

“São parcerias que objetivam oferecer uma educação básica ainda melhor em nossa cidade. Estamos muito felizes com a disponibilidade da Secretaria de Estado da Educação em atender aos nossos pleitos”, conclui Iêda Chaves.


Fonte: Secom

O ônus de quem governa é bem maior

Do discurso lido pelo governador Robinson Faria (PSD) na Assembleia Legislativa na tarde da terça-feira passada, a certeza de que muita coisa vai rolar e que o retrovisor voltará a ser usado com força. Não que isso faça parte da estratégia do governador. Mas seria algo inerente à defesa/acusação. Semelhante ao chamado efeito dominó, de que algo dito pela oposição provocaria reação quase que imediata de Robinson.

E ele emitiu sinais claros e evidentes que não vai deixar nada sem resposta. A começar por uma frase, a qual o blog destaca agora: “Não adianta querer confundir a população. Cobrar de um Governo de apenas 30 dias o que não fizeram em décadas de poder é assumir seu próprio estelionato eleitoral.”

Mais claro, impossível. A questão é que o governador sabe dos problemas que assolam o Rio Grande do Norte. E as cobranças que são feitas decorrem do que ele mesmo disse durante a campanha eleitoral do ano passado. E o interino vai se ater a apenas um aspecto do que se disse no período eleitoral.

A segurança, por exemplo, foi o que se chama de “carro-chefe”, a bandeira maior levantada pelo então candidato Robinson Faria. Ele chegou a afirmar durante suas visitas a Mossoró que iria resolver o problema da segurança na primeira semana de seu governo. Aliados do governador em Mossoró podem até soltar a verborragia e afirmar que houve avanços, que alguma ação efetiva se concretizou.

Mas a coisa não é bem assim. Só se teve a abertura de uma base de apoio à Base Integrada Cidadã (BIC) do Santo Antônio. Diz-se que 96 policiais estão nas ruas, fazendo trabalho preventivo. Sinceramente, o interino ousa discordar da realidade que se vende, pois a constatação que se faz não é essa. Pode até existir esse contingente nas ruas, mas este só aparece em fotos divulgadas pela mídia oficial.

A bandidagem está mais atuante que nunca. A criminalidade aumenta e o crime vai se organizando cada vez mais. Difícil, governador, não criticar. Difícil não cobrar. Até porque o senhor foi eleito justamente para sanar problemas que foram listados em seu palanque. Se as cobranças aparecem agora, foi justamente porque Robinson Faria vendeu bem sua imagem de candidato, de que ele seria o mais preparado e que seu plano de governo seria o mais completo para salvar o Rio Grande do Norte.

Mas é bom salientar que Robinson tem razão em um aspecto: seus maiores opositores, juntos, somam 16 anos de governo, e se cobram agora é porque realmente reconhecem que erraram.

Por outro lado, quem está no governo deve ter a ciência de que se elegeu justamente para atender demanda decorrente da incapacidade de quem lhe faz críticas hoje. Não se pode governar pensando apenas no bônus. O ônus é bem maior.

Fonte: Jornal de Fato

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Quem vai investigar a AL e o governador?

As acusações feitas pelo deputado estadual José Dias (PSD) serão investigadas? Esta talvez seja a pergunta que ronda meia dúzia de cabeças na Assembleia Legislativa. Alguém pode até pensar que o que o parlamentar disse seja normal. Mas não é. Trata-se de coisa grave, de usar artifício e de uso da verba pública com viés meramente político e pessoal.

Não se trata aqui de apontar culpados. Se formos fazer a devida análise dos fatos, todos têm culpa. De deputados estaduais ao governador Robinson Faria (PSD). Saliente-se que Robinson não desmentiu, até agora, uma palavra do que afirmou José Dias. E, com isso, prevalece a tese de que teria havido uma espécie de queda ao mais baixo aspecto da política: o da negociata.

Evidentemente que o blog não está aqui para julgar. Até porque o julgamento foi feito pelo povo, que elegeu seus representantes. Mas como reagir diante de afirmações tão contundentes?

Sinceramente, o blog raciocina que as acusações de José Dias são sérias, graves e contundentes. Algo que deveria ser investigado. Não apenas pela Assembleia, que ficaria de "mãos atadas" para se debruçar sobre algo que seus deputados teriam cometido. A quem caberia investigar? Como isso seria feito? A quem punir?

Pelo que a imprensa noticiou, todos participaram, nos bastidores, para que Ezequiel Ferreira de Souza fosse eleito presidente da Assembleia Legislativa. O governador Robinson Faria vinha afirmando que não se intrometeria no processo. Mas, nos bastidores, a coisa ferveu. E isso veio à tona com as declarações de José Dias. O vice-governador Fábio Dantas (PC do B) teve papel destacado pela imprensa natalense. Agiu como articulador. Poderia se dizer, pelo que aconteceu nesta segunda-feira, que ele teria beneficiado Ezequiel.

O certo é que a podridão da política potiguar, mais uma vez, vem à tona. Acordos são feitos e envolvem aplicação de recursos públicos. Como se o dinheiro fosse um brinquedinho que pudesse ser usado a hora e à conveniência dos representantes do povo. Algo que já se sabia, indiretamente, mas que ficou bem evidente agora. Algo semelhante ao Mensalão. Aqui, contudo, não se teria havido troca de voto por dinheiro. E, indiretamente, isso ocorreu: deputados aprovaram algo que envolveria muita grana em troca de apoio.

Deputados, vice-governador e governador do Rio Grande do Norte se veem envolto em uma fumacinha desagradável. E o odor que exala é de podridão. Igual ao de um corpo que está em processo de decomposição. A política, ao que se apresenta agora, seria igual a um vírus mortal: vai destruindo células até acabar com as defesas do organismo humano e provoca a morte. Será que seria o início do fim? O que diz a Assembleia Legislativa sobre isso tudo? O que dirá o Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Estado e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)? O que dirá o movimento Marcco? Não se trata, pois, de indícios fortes de corrupção?


José Dias: ‘não vou trair por nenhum rei’

O blog publica abaixo entrevista feita pelo repórter Dinarte Assunção, do Portal no Ar (www.portalnoar.com) com o deputado estadual José Dias (PSD). O parlamentar confirmou rompimento com o governador Robinson Faria (PSD) e detalha como teria acontecido o acordo envolvendo o Fundo da Previdência e a aprovação relacionada ao uso do empréstimo de R$ 850 milhões. Tudo, evidentemente, relacionado a apoio à reeleição de Ricardo Motta (PROS) na presidência da Assembleia Legislativa. Confira abaixo:


O senhor está rompido com o governo de Robinson Faria?
Deputado José Dias: Plena e totalmente.

Já conversou com ele?
Não conversei. Fui à casa dele ontem, sem avisar evidentemente, porque quando se vai comunicar uma má notícia, não sei se pra ele, pra ele até pode ser uma boa notícia, mas não posso fazer esse julgamento. A gente vai até pela confiança. Fui. Cheguei às 12 horas, saí às 2h30. Pedi à senhora dele desculpas e pedi muitas desculpas de ter que deixar com ela o meu recado.

Qual foi o recado?
Que estava fora completamente do governo.

Por qual motivo?
Ele querer me utilizar como instrumento de traição. Eu não traio por interesse próprio. Não vou trair por nenhum rei.

O rompimento também é de amigo?
Não chego nesse aspecto porque aí não tá no campo político. Queria discutir o problema político. Queria dizer como Álvaro Moreira disse: as amargas não. No campo pessoal é amargo, mas prefiro esquecer essas amargas. No campo político fui absolutamente correto com ele. Fui solidário, quando ele estava sozinho. Fui solidário nas maiores dificuldades. Até quando ele não era candidato, porque houve momento em que ele só dizia a mulher dele e a mim que não tinha condição de ser candidato. Fui dormir muitas vezes achando que eu não era candidato, porque se a candidatura dele não vingasse eu não apoiaria outra candidatura adversária.

O senhor disse ontem que muita coisa poderia ser dita, poderia ser revelada? O que é isso?
O que posso revelar é no campo político. No campo pessoal não revelo nada. Vou levar para o túmulo. Se a amizade continua ou não é algo que não depende da gente, mas manter a dignidade a gente tem que manter. A gente não revela nem os amores nem as amizades pessoais e familiares.

O senhor aceita conversar com ele?
Não aceito conversar com ele em hipótese alguma.

Nem para tratar de algo pessoal?
Por ora não.
Mas o senhor votou em Ezequiel, candidato de Robinson.
Votei porque disse a ele que minha posição era de que tinha compromisso político que o governador tinha. E começam as revelações. Para aprovar o que se aprovou aqui na Assembleia, e olhe que o governo Rosalba teve dificuldades na questão do empréstimo… A fusão dos fundos previdenciários: conseguimos aprovar e digo a vocês que foi contrariando minhas convicções ideológicas porque foi contra minha concepção de administração, finanças e gestão responsável. Porque era sacar contra o futuro do Rio Grande do Norte, mas só tínhamos esse caminho. Se não fosse isso, o governo estaria devendo dezembro e janeiro. No governo anterior houve saque acima do permitido. Qual era minha expectativa? Que nós resolveríamos o problema de dezembro e faríamos esforço para diminuirmos os saques desse fundo, senão vai acabar logo. É um balão de oxigênio: se não for realimentado, se acaba. Para que isso fosse possível foi necessário haver acordo geral nessa casa. Eu briguei nesse período com a própria equipe do governo dele. Com pessoas ligadas a ele, que não queriam que o empréstimo fosse aprovado porque isso obrigaria o governador a cumprir os compromissos que tinham com Ricardo Motta. Esses compromissos foram acordados comigo inúmeras vezes e três vezes com ele, Ricardo e eu. Uma vez na governadoria e duas vezes na minha residência. Aqui na casa fizemos reunião com os deputados e eles me perguntaram: você avaliza esse compromisso? Disse que sim porque não poderia acreditar que Robinson me utilizasse como instrumento tão baixo de enganar os outros.

Vai fazer oposição ao governo?
Com certeza vou.

Vai deixar o PSD?
Claro. Não quero convivência com o governador. Vou pedir desligamento. Ainda não sei para onde vou. Vou esperar se vai haver a fusão do partido e saio automaticamente, senão vou pra justiça conseguir a minha alforria. Eu me sinto absolutamente livre para isso.

Em que momento o senhor percebeu que seria utilizado como instrumento de traição?
Quando Mineiro me disse no domingo de manhã que não havia conversado com Robinson. E na sexta-feira, no Abade, Robinson me disse que tinha conversado com Mineiro. Eu disse que era fundamental, pois se não fosse cumprido o acordo eu estaria totalmente desautorizado perante meus colegas. Tenho 28 anos nessa casa e não há um episódio que alguém possa dizer que não cumpri com minha palavra.

O senhor se diz decepcionado?
Não diria decepcionado. Se pudesse dizer uma palavra seria um pouco arrasado. Não digo com o ser humano porque somos frágeis. Mas ele me disse várias vezes: ‘se há uma pessoa para quem não posso mentir é você’. E isso é porque eu nunca menti para ele.

O poder mudou Robinson?
Não sei. Não sou psicólogo. Evidente que existe fértil literatura que aponta para esse lado, mas eu não sei.

Antes do episódio do restaurante, já havia auxiliares do governador trabalhando em favor de Ezequiel. Isso não era sintomático de como o governador também iria se comportar?
Todas as pessoas me diziam isso. Mas a todas eu dizia: fico com a palavra de Robinson. Mas não fico contra a minha dignidade. E minha dignidade está acima da palavra dele. Romper dessa forma é a maior surpresa. Mas também é graça de Deus. Rompi com os outros no último ano de governo, e nesse é o no primeiro ano, no primeiro mês.

Sua decisão é irreversível?
Se eu não tiver capacidade de manter a minha dignidade, eu estou, aí sim, liquidado.

Tradicionalmente o senhor é voz forte de oposição. Vai ser no governo Robinson?
Não consegui no governo Rosalba ser a mesma oposição que fui para Wilma. Mas digo o seguinte: os passos que vou dar aqui dependem não de mim, mas do governo.

Como ficam suas bases no interior? Qual sua orientação?
Tenho a maior preocupação com meus amigos e correligionários. Tenho a graça de Deus de dizer que não dependo do governo. Não depende de um favor do governo. Todas estão liberadas para tomar o destino que bem entender e com meu apoio. Quem me perguntar vou dizer que tome o caminho que bem entender. As pessoas que votaram em mim sabiam que eu não mentia, que não me acovardo e que eu não traio. Sabiam que eu sou solidário à palavra empenhada.

Por que o senhor acha que o governador achou assim com o senhor?
Você quer que eu faça um exercício de adivinhação. Não sei o que pensar de um homem que me disse na sexta-feira que Ricardo ia ganhar folgadamente e a coisa era exatamente o contrário. Eu confesso que não sei.

O senhor se arrependeu de votar em Robinson para governador?
Não me arrependo do que faço. Me arrependo muito mais pelo que não faço. Meus gestos são agônicos. São gestos que tomo e não me arrependo.

O senhor é capaz de se integrar à oposição coordenada por Henrique Alves?
Eu não vou especular, até porque são muito variadas, inclusive o grupo de Henrique votou em Ezequiel. Não tenho diálogo com Henrique e não passa por minhas preocupações hoje qualquer relacionamento político com ele. Minha preocupação era demonstrar a meus colegas que eu não estava mentindo. Quando eu disse a meus colegas que Robinson ia ajudar na eleição de Ricardo se Ricardo ajudasse na aprovação dos projetos… Robinson disse a Ricardo na minha frente: sou um homem grato e respondo com a mesma gratidão aos que fazem por mim. Perante meus colegas tinha a preocupação de demonstrar que falei com convicção. Meu respeito à palavra dele era quase sagrado. Tenho uma responsabilidade perante à opinião pública igual à mulher de César. Um político não deve apenas ser honesto, deve parecer e para parecer eu precisava tomar essa atitude. E tinha um exemplo a dar à minha família. Sou falho, mas procuro não ser vil.

Fonte: www.portalnoar.com 

José Dias entrega: governador Robinson fez acordo

Tudo se negocia em política. De apoios a cargos. Mas sempre existem casos em que alguém não cumpre o que ficou decidido. Uma prova disso está ligada à eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, ocorrida nesta terça-feira. E coube ao deputado estadual José Dias (PSD) tornar público o que se especulava: o governador Robinson Faria (PSD) "traiu" o deputado Ricardo Motta (PROS), que era candidato ao comando da AL e acabou retirando a candidatura em nome da "união" da Casa.

Segundo disse José Dias, havia acordo relacionado á aprovação da unificação dos fundos da Previdência ao pagamento de servidores e ao uso de empréstimo de R$ 850 milhões. Tudo voltado para a garantia de reeleição de Ricardo Motta. Os deputados estaduais cumpriram, mas o governador, disse José Dias, faltou com sua palavra e trabalhou para eleger Ezequiel Ferreira de Souza (PMDB) presidente da Assembleia Legislativa.

"Fui usado como instrumento", afirmou José Dias. Diante da constatação que fez, o parlamentar anunciou rompimento com o governador Robinson Faria. Saliente-se que Dias estava cotado para ser o líder do governo na Assembleia Legislativa.

A opinião do blog é a de que o governador Robinson Faria fez o mesmo que os deputados estaduais. A história de que o governo anterior havia "metido" a mão no Fundo Previdenciário cai por terra. Até porque, pelas palavras de José Dias, os deputados estaduais aprovaram tudo com um só objetivo: reconduzir Ricardo Motta à presidência da Assembleia Legislativa.

Dentre traídos e traidores, o povo sofre com a mentalidade política que cerca o Legislativo potiguar, onde interesses particulares sempre prevalece. Caso Ricardo Motta tivesse sido reeleito, ninguém jamais saberia da existência de acordos de tal proporção, no qual o uso de recursos públicos são definidos com base em acordões e acordinhos.

Aos olhos éticos, todos erraram. Ainda mais o governador Robinson Faria, que teria feito acordo para ajudar à reeleição de Ricardo Motta. Se o governador não cumpriu palavra com um deputado, o que esperar? Como o cidadão vai poder acreditar no que disser o governador? Se ele falhou com deputados, imagine com o cidadão comum.


Prevaleceu a voz de quem tem o poder

O governador Robinson Faria (PSD) não quis correr riscos. É que, embora tenha afirmado - bem antes - que não meteria o bedelho na eleição à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, o resultado do pleito acabou evidenciando que Robinson seguiu o que os demais governadores fizeram. E o que era tido como certo acabou não se concretizando: o deputado estadual Ricardo Motta (PROS) não resistiu aos avanços governistas, retirou sua candidatura e acabou votando em Ezequiel Ferreira de Souza (PMDB), eleito novo presidente da Casa.

E coube a um aliado de Robinson externar o que aconteceu nos bastidores. à imprensa natalense, o deputado estadual José Dias (PSD) revelou sua insatisfação com a "intromissão" do governador na eleição da Assembleia Legislativa. Todo mundo sabia, inclusive José Dias e Ricardo Motta, que o governador não iria ficar indiferente à eleição. Jogo de palavras foram executados e, ao final, José Dias revelou que iria se desfiliar do partido comandado por Robinson Faria no Rio Grande do Norte.

E aí está uma questão interessante: se Robinson Faria não estava interessado em correr riscos com Ricardo Motta, que apoiou Henrique Alves na disputa pelo Governo do Estado, por quais motivos o governador creditaria tanto empenho na eleição de Ezequiel Ferreira ao comando da AL? Saliente-se que Ezequiel é filiado ao PMDB, presidido no RN justamente por Henrique Eduardo Alves.

Mas Robinson Faria foi mais além: quis não apenas emplacar a presidência. O que interessava, também, seria a Primeira Secretaria, que organiza os trabalhos e a pauta. E houve tentativa de que Ricardo Motta fosse à disputa. Algo que foi rechaçado. O que se viu foi que o governador Robinson Faria conseguiu tudo: presidência e a Primeira Secretaria, que acabou ficando com o deputado estadual estreante Galeno Torquato (PSD).

Portanto, nada de novidade aconteceu. Tudo seguiu o script, velho - se diga - mas ainda em voga. Prevaleceu a voz do Governo. prevaleceu a voz de quem tem o poder nas mãos. Nada mais que isso.