Prefeitura Municipal de Assú

terça-feira, 16 de agosto de 2011

'Nosso desejo agora é fazer aliança com o PMDB e com outros partidos'


Apesar de a semana ter sido movimentada politicamente com a aproximação do DEM com o PMDB, formalmente, um dos articulares do encontro realizado em Brasília e que culminou com a aliança foi econômico nas palavras ao tratar do assunto. O presidente nacional do Democratas, senador José Agripino Maia, mostrou-se reticente em algumas perguntas e monossilábico em outras. Principalmente quando a conversa foi sobre o PSD, que será controlado pelo vice-governador Robinson Faria no Rio Grande do Norte. Sobre a aliança DEM/PMDB, o democrata disse que se trata de um projeto de reunificação de forças, cuja união apresentou bons resultados. Na ótica de Agripino, o eleitor do DEM vota no PMDB, e vice-versa. Diante desse quadro, a avaliação feita pelo presidente nacional do Democratas é que as eleições de 2010 apresentaram sinais claros relacionados à formalização da aliança. Ele lembrou que em 2006 o DEM elegeu Rosalba Ciarlini ao Senado, mas o então senador Garibaldi Filho não obteve êxito ao Governo do Estado. Quatro anos depois, a situação foi bem melhor. “No momento seguinte, Garibaldi – que fala por um bom pedaço do PMDB - fez a aliança, a campanha inteira com Rosalba e ganhamos os três, de forma inédita, como havia muito tempo não acontecia. Ganharam a governadora e os dois senadores. Em uma forma clara de que o eleitor do PMDB e o eleitor do Democratas convivem bem e não há constrangimento em DEM votar no PMDB e PMDB votar em DEM”, afirmou. Agripino não quis propagar a polêmica envolvendo ele e o vice-governador Robinson Faria e repetiu o que tem dito: “Não vamos particularizar uma ação que é nacional. O DEM entende que onde deva impugnar registros incorretos do PSD o faz em SP, SC, Goiás, Minas Gerais... Não pode pular o Rio Grande do Norte pelo fato de eu ter uma relação com o vice-governador. O que o Democratas tem feito é uma ação coerente, no sentido de garantir a lisura de procedimentos no ato de registro de partidos políticos. É o que o Democratas tem feito e não pode fazer do Rio Grande do Norte uma exceção.”

JORNAL DE FATO - Essa aliança anunciada do DEM com o PMDB evidencia, e o senhor mesmo já fez essa afirmação, que os dois partidos pensam em 2014...
JOSÉ AGRIPINO - É preciso que se entenda um pouco diferente do que está sendo colocado. A aliança do Democratas com o PMDB não é um fato novo. Ela ocorreu quando a nossa governadora (Rosalba Ciarlini) e o senador Garibaldi Filho se uniram. Rosalba ganhou e Garibaldi não ganhou. No momento seguinte, Garibaldi – que fala por um bom pedaço do PMDB - fez a aliança, a campanha inteira com Rosalba e ganhamos os três, de forma inédita, como havia muito tempo não acontecia. Ganharam a governadora e os dois senadores. Em uma forma clara de que o eleitor do PMDB e o eleitor do Democratas convivem bem e não há constrangimento em DEM votar no PMDB e PMDB votar em DEM.

E O que precisa para essa aliança se consolidar?
O QUE queremos é rebustecer a aliança feita informalmente na eleição de Rosalba, Agripino e Garibaldi. Ela se transformará em formal na medida em que o presidente do PMDB, Henrique Eduardo Alves, concorde e faremos as alianças formais para 2012 nos municípios onde se puder fazer. Ou seja, destravado o diálogo, resta-nos a tarefa de aplainar divergências que possam existir nos municípios com vistas a conquistas do PMDB e do DEM.

O VICE-GOVERNADOR Robinson Faria se disse chateado com a decisão do DEM de pedir a impugnação do PSD potiguar e chegou a afirmar que o senhor estaria sendo ingrato com o grupo dele e que a sua ação estaria visando a um rompimento envolvendo ele e a governadora Rosalba Ciarlini. O senhor crê em rompimento de Robinson com o governo democrata do RN?
NÃO vamos particularizar uma ação que é nacional. O DEM onde entende que onde deva impugnar registros incorretos do PSD o faz em SP, SC, Goiás, Minas... Não pode pular o Rio Grande do Norte pelo fato de eu ter uma relação com o vice-governador. O que o Democratas tem feito é uma ação coerente, no sentido de garantir a lisura de procedimentos no ato de registro de partidos políticos. É o que o Democratas tem feito e não pode fazer do Rio Grande do Norte uma exceção.

O SENHOR acredita, ou não, que o PSD será oficializado para as eleições do próximo ano?
O FUTURO vai mostrar.

O DEPUTADO federal Felipe Maia disse, recentemente, que não poderia descartar totalmente a candidatura à Prefeitura de Natal. Existe a possibilidade de o DEM apresentar um candidato à Prefeitura de Natal ou poderá apoiar a reeleição da prefeita Micarla de Sousa?
ESSA decisão é do deputado Felipe Maia.

FALA-SE que o DEM poderia indicar o vice de Carlos Eduardo. O senhor considera essa possibilidade?
NÓS temos uma aliança sinalizada, clara, com o PSDB. No primeiro turno ou no segundo turno com o PSDB. Nosso desejo agora é fazer aliança com o PMDB e com outros partidos com quem temos afinidades, antigas, inclusive, como é o caso do PR. Se for o caso, até com outros partidos.

NO CASO de Mossoró, onde o DEM já administra a Prefeitura, qual seria a melhor opção do Democratas?
ESTAMOS em conversas. A grande líder de Mossoró é a governadora Rosalba, a quem devemos primeiramente ouvir sobre as ponderações que ela tem, sobre os aconselhamentos e encaminhamentos que ela quer dar ao processo. Se ela é a maior autoridade do partido no Estado, em Mossoró é que ela é mesmo.

UM PARTIDO quando chega ao poder geralmente cresce. No Rio Grande do Norte, o DEM voltou ao poder depois de 16 anos, mas ainda não dá sinais concretos de crescimento. O PMDB, por exemplo, tem avançado muito mais em novas filiações. Qual o motivo desse quadro?
VAMOS aguardar a eleição de 2012, de prefeitos e vereadores, e você vai ver que o Democratas fará o maior número de prefeitos e vereadores.

O MÊS de julho foi o pior para o governo da presidenta Dilma Rousseff. Estourou escândalo nos ministérios dos Transportes e da Agricultura. Antes, o ministro Palocci caiu, em situação suspeita. Agora é o Ministério do Turismo que está mergulhado em denúncias de corrupção. Por que a CPI dos Transportes não vingou?
O CONGRESSO está muito perto de conseguir 27 assinaturas para instalação de CPIs. As denúncias de corrupção colocaram em xeque claríssimo as relações do PT com PMDB, PT com PR, PT com PP, PT com PTB e isso provocou insatisfações que vão levar os partidos, até em legítima defesa, para esclarecer de quem é a culpa nas denúncias feitas e a assinar as CPIs. Os discursos que fiz, em aparte ao ex-ministro Alfredo Nascimento, eu disse a ele que só quem podia limpar a imagem do PR era o PR. E que o caminho para isso seria o PR apoiar a instalação de uma CPI, oferecendo assinatura de seus senadores para que o processo se instalasse para que, no curso das investigações, mostrar onde o PR tinha culpa e onde não tinha. Então, por esta razão é que acho que, não a oposição, mas o Congresso vai cumprir o seu papel, de passar a limpo as denúncias de corrupção e instalar, principalmente, a CPI da Corrupção. Nós, do DEM, junto com os tucanos, PPS e PSOL, estamos propondo, mista, Senado e Câmara, para investigar a corrupção que, na minha opinião, é endêmica no governo.

ESSAS denúncias de corrupção teriam provocado queda da popularidade da presidenta Dilma?
NÃO tenho nenhuma dúvida. A pesquisa do Ibope que mostrou uma clara perda da popularidade da presidenta da República não pegou todos os fatos noticiados. Os escândalos dos Ministérios do Turismo e da Agricultura não foram avaliados nessa pesquisa.

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